CAPÍTULO 7: O ELOGIO FÚNEBRE DO MINISTRO
Quando Hermione acordou, Malfoy havia sumido.
Sua ausência foi a primeira coisa que ela viu. Enquanto ela olhava pela boca da caverna para um círculo azul brilhante do céu do tamanho de um galeão, ela percebeu que não havia mais uma forma escura encolhida na entrada.
Nada de travesseiros transfigurados. Sem folhas. Nenhum corpo alto olhando propositadamente, quase petulantemente para longe deles.
Hermione estava de pé em segundos. Não, ela pensou, correndo para a entrada o mais rápido que pôde sem acordar Harry e Rony. Certamente Malfoy não tinha ido embora. Pensamentos sobre o Mapa e a Capa lhe ocorreram, mas ela se encolheu com a bolsa de contas no bolso, querendo garantir que o diadema estivesse protegido. Quando ela checou o bolso, a bolsa ainda estava lá, então ele não poderia ter levado nada.
Ela enfiou a cabeça para fora da caverna. Hogsmeade ficava a quinze minutos de distância, no fim de um caminho rochoso e sinuoso, e ela já podia ver o movimento em suas ruas. O funeral deveria começar mais tarde naquela manhã.
Malfoy não estava à vista.
Ele foi dar um passeio, disse a si mesma. Isso é tudo. Ele foi mais longe nas montanhas para clarear a cabeça.
Não foi muito convincente. Ele queria ir embora desde que eles chegaram na tarde anterior. Sua preocupação com seus pais aumentou da noite para o dia a ponto de ele mesmo sair para procurá-los? Não era uma ideia tão ridícula. Afinal, ele traiu Voldemort por eles.
- Malfoy? - ela disse, não ousando levantar muito a voz. Ela não tinha certeza se o som ecoava nestes contrafortes. - Malfoy, você está aí?
Um longo momento de nada além de vento.
Hermione estava prestes a entrar novamente na caverna quando uma voz baixa disse:
- Por que, Granger? Com medo que eu fuja e denuncie-os?
Ela soltou um suspiro lento e se virou para a voz dele.
- É uma coisa boa que você não fez. Teria sido...
- ... estúpido, sim, eu sei. É por isso que ainda estou aqui.
A desilusão de Malfoy recuou e ele voltou a aparecer dos pés à cabeça: as vestes amarrotadas de sono, as mãos segurando uma varinha escura, os ombros estreitos caídos contra uma pedra na encosta. Quando o rosto dele reapareceu do queixo pontudo ao cabelo louro-claro, ela olhou para ele por um momento longo demais, franzindo a testa. Ela pensou que ele parecia diferente de alguma forma. Menos familiar. Em Hogwarts, seu rosto, seu comportamento, tudo nele tinha sido pouco mais que um avatar para a antipatia dela. Agora ela olhou para o arranhão em sua têmpora, aquele que ele recebeu quando a derrubou no chão, e em vez de ver o ferimento, ela sentiu a colisão. Ela olhou em seus olhos incolores, que eram frios e brilhantes sob o sol da manhã, e se lembrou do olhar desestabilizado que ele usara no quarto de Rony quando ela olhou para sua Marca.
Era como uma espécie de cegueira facial, ela pensou. Partes dele se tornaram invisíveis para ela, ou pelo menos inescrutáveis.
- Certo - disse Hermione. - A propósito, não pensei que você fosse nos entregar.
- Oh sério? Não conferiu aquela sua bolsa para ter certeza de que não roubei aquela capa?
Hermione corou.
- Eu... isso não é...
Malfoy soltou uma risada sem graça.
- Pensei nisso.
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Os Desaparecimentos de Draco Malfoy - TRADUÇÃO
FanfictionNa noite em que Harry e Dumbledore voltam da caverna, os comensais da morte demoram mais um minuto para chegar ao topo da Torre de Astronomia. Draco Malfoy abaixa sua varinha. Uma reescrita de Relíquias da Morte na qual Draco aceita a oferta de Dumb...