six.

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𝐂𝐀𝐒𝐒𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐕.

— Você está me dizendo que não pode mais sair de casa sem ser para ir para a escola? — Maxine bateu o seu armário com força para fechá-lo, perceptivelmente irritada com a situação.

Assim que encontrei Max no colégio recorri até a mesma, contei tudo o que havia acontecido e ela me mostrou as fotos minhas que estavam rolando pelas redes sociais com um sorriso de orelha a orelha, ela me apoiava tanto e estava tão feliz por mim.

Obviamente não deixei de contar toda a situação com os meus pais, os mesmos não haviam falado comigo desde então.

— Isso mesmo. — A respondi com uma feição entristecida.

— Olha Cassie, eu ainda não te perdoei por ter faltado todos esses dias e ter me deixado fazer dupla com o nojento do Klaus nas aulas de biologia, mas eu ainda te amo o suficiente para te ajudar a escapar dessa situação.

— Mas o que — Ia terminar a minha pergunta quando uma garota se aproximou de nós, a mesma era morena, baixa e estava com o rosto totalmente corado.

— Oi Cassie, acho que você não me conhece. Eu sou a Amelie. Eu vi você na TV com o tokio hotel, sério você vai arrasar tanto!

A garota se despediu assim que ouviu o sinal tocar, dando um tchauzinho com a mão para mim. Confesso que fiquei sem reação com aquela situação, não havia caído a ficha de que agora eu realmente estava famosa e que isso iria se espalhar cada vez mais pelo colégio.

Infelizmente não pude terminar minha conversa com Maxine, mas a fiz prometer de que iria terminar mais tarde.

★ 

Os minutos pareciam horas, as aulas pareciam eternas, tudo estava tão tedioso que assim que bateu o sinal fui a primeira a sair da sala, agradecendo nos meus pensamentos. Aproveitei o fato de que meus pais estavam no trabalho e deixei Maxine me acompanhar até a minha casa, passar a tarde lá, pelo jeito tínhamos muitos assuntos para serem conversados.

— Precisamos bolar um plano, você não pode sair da banda agora e eu preciso de um desfecho para essa sua história com o Tom. Imagina só vocês dois, parece um sonho! — A loira sorriu enquanto abraçava a minha almofada, mas joguei meu travesseiro em seu rosto para trazê-la para a realidade. — Ai!

— Não tem história alguma com o Tom, foi só um lance de uma festa.

Dei de ombros, tirando os meus tênis e me deitando ao lado de Max.

— Não parecia ser só um lance enquanto você contava cada detalhe de como ele te tratou enquanto vocês dançavam. — A garota se sentou logo na minha frente, me fitando com aqueles olhos brilhantes. — Para mim vocês vão ser enemies to lovers e quando virarem um casal vão ter vários paparazzis atrás de vocês.

Aquilo realmente havia ficado em meus pensamentos, tudo parecia irreal pela bebida em meu organismo. Eu odiava Tom, odiava todas as coisas ruins que ele dizia para mim, mas de alguma forma, naquela noite, ele fez com que eu me sentisse ainda melhor do que eu já estava. Não descartei o fato de que eu estava bêbada e não era um estranho chegando perto, era Kaulitz, o garoto que tocava na mesma banda que eu e fumava como se não houvesse amanhã.

Com isso, eu concluí que fora apenas efeito dos prazeres que eu queria sentir, tinha certeza que assim que eu visse seu rosto novamente teria vontade de socá-lo.

— Não viaja. — Franzi o cenho. — Você disse que tinha um plano para me fazer escapar dos meus pais, desembucha! — Tentei mudar de assunto.

— Eles não passam as tardes aqui, você pode sair para ensaiar e não faltar nas aulas. E sim, eu sei que agora os shows vão começar e tudo vai ser mais complexo, mas talvez eles percebam o seu talento em cima do palco e te aceitem de pouco a pouco.

— Eu realmente achei que você tinha um plano melhor. — Brinquei.

— E você pensou em algo melhor que isso? — Agora foi a vez dela de jogar a almofada em meu rosto, o que resultou em uma guerra de travesseiros e almofadas.

E assim eu fiz, pouco se passou uma hora e eu logo estava na frente da casa dos Kaulitz. Desobedecer os meus pais não era algo que estava na minha lista de coisas para fazer antes da minha morte, mas tudo tinha a sua primeira vez, certo?

Toquei a campainha e fiquei a espera de algum deles virem me atender e, para a minha infelicidade, Tom apareceu com os olhos quase fechados, como se a luz do dia os deixasse sensíveis. Deduzi que o mesmo estava dormindo.

— O que você quer? — Ele questionou com a sua voz rouca.

— Boa tarde para você também, Kaulitz. — Desviei meu corpo do mesmo ao entrar pela porta, dei uma olhada pelo local e percebi que estava quieto demais.

— Boa tarde, loira. — O garoto soltou uma risada fraca e fechou a porta logo atrás de si. — Agora posso saber o motivo de você ter me acordado?

Ele cruzou os braços e focou seu olhar no meu, desconfortável eu desviei o mesmo, sentando no sofá como uma forma de disfarçar o meu incomodo.

— Onde estão os garotos? — Perguntei.

— Na casa de Georg.

— Uau, você reclama tanto do fato de eu ter substituído o Georg que quando ter oportunidade de vê-lo prefere passar a tarde dormindo. — Disse em um tom de voz debochado. — Estou surpresa.

Senti uma pontinha de felicidade quando percebi que meu comentário havia o incomodado. Apesar de eu ter dito ironicamente, era realmente algo verdadeiro. Eu tinha que aguentar suas reclamações sobre Georg todos os dias para ele pouco se importar em vê-lo? Isso não fazia sentido na minha cabeça.

— Se você não for falar logo o que você quer aqui, fiquei a vontade para dar meia volta e dar o fora da minha casa. — Sua voz havia engrossado, pelo jeito o garoto havia se irritado.

— Umas coisas aconteceram em casa, queria tocar um pouco com vocês, mas pelo jeito eu não sou bem vinda e quem eu quero ver não está por aqui. — Me levantei, começando a me direcionar de forma lenta até a porta da entrada. — Não vou mais te incomodar. — Forcei um sorriso sem mostrar os dentes.

— Espera. — Sua mão tocou meu braço por um milésimo de segundos, o que fez com que eu virasse para trás, curiosa. — Vai indo até a garagem, pode ficar aqui, eu já vou lá com você.

Me surpreendi com a pouca gentileza que o garoto havia tido comigo, era algo raro e não conseguia me lembrar da última vez que isso tinha ocorrido. Não reclamei ou hesitei, quanto mais tempo eu pudesse passar longe de casa, para mim melhor seria.

marlboro nights. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora