marlboro nights. ❨ tom kaulitz ❩

one.

𝐂𝐀𝐒𝐒𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐕.

Ainda consigo me lembrar detalhadamente das sensações que eu tive assim que atendi o telefone que tocava em cima da estante. Fora uma mistura de borboletas no estômago e uma náusea ainda maior do que estava no dia em que fui fazer o teste. Mas agora era oficial, um sonho de criança estava prestes a se realizar e eu estava prestes a me tornar uma baixista de uma banda de verdade.

Sendo honesta, eu nunca havia escutado falarem de tokio hotel, mas pelo pequeno surto que Maxine, minha melhor amiga, teve assim que contei a ela que ia fazer um teste para fazer parte de tudo isso, pude ter certeza que não era algo pequeno que estava por vir.

E nesse exato momento minha cabeça explodia ao pensar que em poucas horas eu estaria na garagem de um dos garotos para colocar tudo o que eu sabia em ação.

— Você deveria usar a sua blusinha branca. — Maxine disse com o cabide e a peça de roupa sobre as mãos. — Você está toda coberta com essa camiseta quatro vezes o seu tamanho.

Suspirei fundo, me virando para a garota forçando um sorriso entre os lábios.

— Max, você sabe que eu te amo, mas nesse exato momento eu não aguento mais ouvir as suas reclamações. — Disse, jogando todos os meus pertences dentro de uma mochila. — Já estou nervosa o suficiente e a última coisa que eu preciso é me preocupar com o que eu vou vestir.

Ela se aproximou de mim, provavelmente ignorando todo o meu diálogo. A loira se sentou na cama, logo na minha frente e me encarou com aqueles olhos que diziam "largue tudo o que você está fazendo agora e preste atenção em mim." 

— Se eles te escolheram entre tantas pessoas quer dizer que você é a certa, Cassie. Esse sempre foi o seu sonho, por que agora você está tão estressada?

As vezes eu queria poder ser igual a becker. Ela sempre fora tão tranquila em relação a assuntos que me enchem de ansiedade.

—  Porque agora é um sonho que se tornou realidade. É uma mudança drástica e eu não sei se consigo lidar muito bem com isso. — Peguei meu celular no bolso da minha calça para checar o horário. — Merda, estou atrasada. Mais tarde eu te conto tudo.

Me direcionei até o carro na garagem na velocidade de um cometa, na tentativa de me atrasar o menos possível.

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A cada passo que eu dava em direção daquela garagem e as vozes masculinas ficavam mais altas, mais as minhas pernas tremiam e as vozes na minha cabeça sussurravam para eu dar meia volta, mas resisti a tentação.

 — Oi. — Dei um sorrisinho a eles e coloquei meus pertences em um local vazio no chão.

— Oi! — Bill e Gustav disseram em um coro, aparentemente felizes com a minha chegada.

— Ótimo, ela conseguiu chegar atrasada no seu primeiro dia. — Ouvi a voz de Tom e logo meu sorriso se desfez.

Ele era o mais difícil, percebi isso assim que pisei nesse lugar pela primeira vez quando vim fazer o teste. Pelo o que eu havia entendido um integrante, aparentemente um baixista, havia saído da banda e o garoto odiara isso, além de odiar também todos aqueles que queriam "substituir" o seu lugar.

— Foi cinco minutos. — Optei por não ficar calada.

— Georg não atrasaria cinco minutos. — Ele disse assim que se virou para o seu irmão Bill, agora em um tom de voz mais baixo, mas alto o suficiente para que eu escutasse.

— Por favor, ignore a criança birrenta. — Kaulitz se aproximou de mim e tive que me esforçar para não focar em seus cabelos. Eu adorava o seu estilo e era óbvio que seus fios pretos e arrepiados prendiam a atenção de qualquer um. — Agora vamos colocar todo esse seu talento em ação, loirinha!

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Fazia umas quatro horas que estávamos aqui, tocando sem nenhum descanso. Minhas bochechas doíam com o sorriso que não se desfazia em meu rosto. Era incrível a forma como eles conseguiam animar qualquer um com as suas músicas e a conexão que existia entre eles, também me animei com o fato de que eu me encaixava. Era como estar no paraíso!

Enquanto tocávamos scream me deixei levar pela animação e pela música, infelizmente fora um tanto errado já que estraguei o som quando desafinei com o meu baixo. De primeira eu não me importei, já que ninguém havia dado algum sinal de desconforto.

 — Você conseguiu errar a parte mais fácil? — Respirei fundo ao ouvir a voz de Tom, que me olhava com expressão de desgosto.

— Fica na sua, Tom. — Gustav o interrompeu.

— Estou errado? — Ele tirou a guitarra que estava em volta de si e a deixou no chão. — Se isso acontecer no momento em que estivermos tocando em algum lugar vou jogar na cara de vocês que eu avisei. — O mesmo se direcionou para fora da garagem.

Me contive para não ir correndo atrás daquele garoto e o xingar com todos os palavrões que eu conhecia. Durante todo o ensaio tive que engolir suas reviradas de olho e seus suspiros altos. Como ele era infantil!

— Sinto muito por isso, de verdade. — Bill se aproximou, parecendo desconfortável com toda a situação. — Você foi muito bem Cassie, ignora ele.

— Acho que consigo me segurar para não bater nele nos próximos ensaios. — Brinquei, soltando uma risadinha junto ao moreno.

Pelo jeito a ida do guitarrista havia feito o ensaio acabar, já que eu fui "dispensada" pelos garotos que ainda estavam lá dentro. Peguei a minha mochila e o meu baixo, me despedindo deles e me direcionando a saída logo em seguida.

Me deparei com Tom sentado na grama ao lado da garagem, com um cigarro entre os dedos. Seu olhar veio de encontro com o meu e seus olhos percorreram o meu corpo de cima a baixo enquanto a fumaça saía pelos seus lábios.

Deus, como eu odiava aquele cheiro.

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