𝐂𝐀𝐒𝐒𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐕.
Eu odiava a forma como a minha vida havia se tornado monótona em questão de uma semana. Pela manhã eu ia para a escola, voltava para casa, ia escondido até a residência dos Kaulitz e voltava para o meu "conforto" assim que o sol se punha. Meus pais pouco falavam comigo e, se falavam, era de forma grossa.
Alguns dias atrás havia perdido a paciência, disse o quão dramática fora a forma como eles reagiram e estavam agindo desde então. Eu errei, foi no impulso e eles passaram a ficar mais irritados comigo.
Os dias se passaram e Tom resolveu mudar a sua forma de agir comigo desde aquela vez em que estivemos em sua casa, apenas nós dois. Agora pouco ele olha ou dirige a palavra a mim, confesso que imaginava que isso seria uma alívio, mas estava me sufocando. Se ele não se importava, se aquilo não fazia alguma diferença para ele, já que o mesmo era conhecido como um "mulherengo", por que ele estava agindo daquele jeito comigo?
Estava perto da madrugada, estava rolando na cama tentando achar a posição que me fizesse finalmente ter sono e dormir, mas apenas estava me deixando entediada. Peguei meu celular, com uma ideia em meus pensamentos.
— Oi Cassie! — Sorri para mim mesma assim que ouvi a voz de Bill do outro lado da linha.
— Oi Bill. — Me sentei na cama e cruzei as pernas. — Eu sei que está tarde, mas eu estou tão entediada. — Dei enfase no "tão". — Eu ouvi dizer que está tendo uma festa aqui na cidade, muita gente vai lá e tenho certeza de que vai estar incrível.
— Então... — Ele me fez continuar a frase, mesmo sabendo o que eu queria dizer.
— Você que eu estou de castigo, mas eu posso sair escondido e vocês passam aqui em casa para me buscar, eu digo para vocês onde é e de madrugada eu volto.
O garoto ficou em silêncio por uns segundos, deduzi que o mesmo estava pensando sobre o assunto.
— A cada dia que passa você fica mais rebelde, garotinha. Passamos aí daqui meia hora, esteja pronta.
Sorri e desliguei a chamada, me levantando da cama como um cometa. Optei por vestir o meu vestido vermelho escuro, meus coturnos pretos e minha meia calça preta, quase transparente. Coloquei meus brincos de cruz e dei um jeito no meu cabelo, passando uma maquiagem escura em meus olhos.
Me olhei no espelho e pensei como meus pais me matariam se me vissem com essa roupa, isso apenas a tornou mais atraente para mim.
Com cuidado, na tentativa de não fazer nenhum barulho para acordar os meus pais, tranquei a porta do quarto e apaguei as luzes, arrumando os edredons para parecer que eu estava dormindo. Abri a janela e fui para a varanda, a fechando calmamente e descendo pela árvore. Nunca agradeci tanto por ter sido uma criança "aventureira".
★
Tom estava dirigindo, ele nem olhou para mim quando entrei no carro e não me cumprimentou. Ignorei o mesmo, colocando todo o meu foco na música alta que soava por todo o carro e as nossas vozes que gritavam a letra da mesma.
De longe vimos as luzes que indicavam o local onde estava rolando a festa. Kaulitz estacionou e todos nós descemos do automóvel, senti o braço de Bill rodear os meus ombros e o vi sorrir para mim.
— O que os seus pais diriam se soubessem onde você está nesse exato momento? — Ele questionou.
— Provavelmente eles não diriam nada, apenas me matariam logo. — Rimos juntos.
Olhei para frente e vi que Tom nos encarava, seu olhar era sério e senti meu rosto queimar ou vê-lo me olhar de cima a baixo. Percebi que o mesmo encarava o braço de seu irmão em torno dos meus ombros, pelo jeito o moreno percebeu também, já que se soltou de mim e se direcionou até a entrada do local.
Pensei em ir conversar com o mesmo, já que havia sobrado apenas nós dois ali, mas desviei o meu olhar do dele e segui reto. Se ele queria agir daquele jeito comigo, eu poderia agir pior.
★
Senti o gosto amargo em minha garganta assim que virei o shot de vodca em minha boca. Estava tentando me conter para não acabar como na festa anterior, infelizmente teria que voltar bem para casa e, pelo estado em que Bill estava, a melhor opção era ficar bem.
O moreno havia subido no palco do karaokê pela quarta vez, sua voz, ainda que estivesse embrigada, estava incrivelmente boa. O mesmo estava dando tudo de si com os olhos fechados, um copo em uma mão e um microfone na outra.
Eu pulava enquanto o som alto soava pelos meus ouvidos, balançava a minha cabeça fazendo os meus cabelos loiros e cumpridos se bagunçarem. Eu finalmente estava me sentindo bem depois de dias sentindo o desânimo me consumir por inteira, me sentia viva novamente. Era exatamente disso que eu precisava, das luzes, da música, dos meus amigos, eu queria me sentir como uma adolescente, queria tocar, queria gritar, queria viver.
— Oi Cass. — Senti duas mãos tocarem o meu quadril e me virei para trás assustava, mas logo senti meus batimentos cardíacos acalmarem assim que vi a feição de Tom logo atrás de mim. Seus olhos entregavam como ele estava bêbado. — Eu estava te vendo dançar. Caralho Cassie, você tem noção do quão linda você é?
Com dificuldade, afastei as suas mãos do meu corpo. Seu hálito era forte, mas ainda conseguia me atrair como nada mais conseguia. Tentei tirar esses pensamentos da minha cabeça, vendo o quão bêbado ele estava e o quanto as suas palavras pouco faziam sentido no momento.
— Você está bêbado. — Cruzei meus braços, desviando o meu olhar do seu.
— Eu estou bêbado e você continua linda do mesmo jeito. — Senti seu indicador tocar o meu queixo, me fazendo olhá-lo novamente.
Eu não sabia como Kaulitz fazia aquilo, não sabia o que me atraía, quais eram os motivos de eu querer tanto me agarrar nos seus braços e passar o resto da noite ali, mas sabia que eu estava lutando contra essa vontade louca que acendia como fogo dentro de mim.
— Eu sei que você gosta, linda. — Suas mãos seguraram a minha cintura com força e me puxaram contra o seu corpo, automaticamente me senti tonta, sem conseguir sair do lugar. Seus lábios se aproximaram do contorno da minha mandíbula, trilhando beijos até o meu pescoço. Fechei os olhos, abrindo a boca para tentar dizer algo, mas a voz simplesmente não saía. — Eu poderia arrancar as suas roupas e te foder aqui mesmo. Você não sabe o quanto eu quero fazer você gritar que é minha. — Sua voz rouca murmurou em meu ouvido enquanto suas mãos desciam lentamente para a minha bunda.
Respirei fundo, tombando minha cabeça para o lado para lhe dar espaço para depositar mais beijos pela minha pele. A música, as luzes e as pessoas haviam sumido, era apenas eu e ele ali. Meu corpo se arrepiava com o seu toque intenso, ele me apertava com força contra si e me fazia soltar suspiros pelos meus lábios.
O pensamento de que estávamos em um local público veio à tona, não éramos mais pessoas anônimas, não éramos como os adolescentes que andavam por esse lugar. Éramos pessoas públicas, uma foto nossa poderia acabar por toda a internet e isso me levaria aos nervos. Rapidamente me afastei do garoto, o empurrando com as mãos, mesmo que meu toque tivesse sido fraco o garoto cambaleou para trás, me fazendo ter que segurar o mesmo.
— Está quase amanhecendo, você e Bill estão fora de si. Vá para o carro, nós estamos indo para casa. — Peguei a chave do automóvel em seu bolso e fui procurar Bill pela imensidão de pessoas.
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marlboro nights. ❨ tom kaulitz ❩
Romantik📂 : 𝐌𝐀𝐑𝐋𝐁𝐎𝐑𝐎 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓𝐒. ㅤ ─── 𝐜𝐚𝐬𝐬𝐢𝐞 𝐤𝐮𝐬𝐭𝐞𝐫 + | ❝ tenho uma queda por almas profundas e intensas. ❞ 𝓞𝙣𝙙𝙚 𝙘𝙖𝙨𝙨𝙞𝙚 𝙤𝙙𝙚𝙞𝙖 𝙘𝙞𝙜𝙖𝙧𝙧𝙤 𝙚, 𝙥𝙧𝙞𝙣𝙘𝙞𝙥𝙖𝙡𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙩𝙤𝙢 𝙠𝙖𝙪𝙡𝙞𝙩𝙯, 𝙤 𝙜𝙖𝙧𝙤𝙩𝙤 𝙦𝙪...