twenty-three.

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𝐂𝐀𝐒𝐒𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐕.

Passei os últimos dois dias na tentativa de ficar ao máximo perto de Maxine, a garota havia iluminado os meus dias como ninguém havia feito, eu finalmente estava me sentindo melhor.

Contei a ela toda a minha situação com meus pais, desabafei como uma criança indefesa e ela cuidou de mim com toda a pureza de seu coração. Optei por deixar o nome de Tom fora da nossa conversa, por algum motivo falar sobre o mesmo me causava náuseas, mas ao mesmo tempo uma saudade cavava um buraco em meu peito.

Agora, no dia de hoje pela manhã, estava dentro do carro com Maxine gritando uma música de tokio hotel, scream. A garota estava dirigindo até o estúdio, essa semana teríamos um show para fazer em Hamburgo e precisávamos ensaiar, portanto decidi levar a loira junto a mim, já que a mesma parecia estar tão ansiosa quanto eu.

— Já falei que eu amo o fato da minha melhor amiga ser famosa? — Maxine me abraçou pelos ombros enquanto caminhávamos até a entrada. 

Soltei uma risadinha em resposta e subi as escadas. Não pude evitar sentir um frio na barriga ao pensar na presença de Tom perto de mim, suas palavras haviam me machucado e desde lá eu tenho o evitado, o que me surpreendeu foi o mesmo não ter vindo atrás de mim. Não sabia o que eu havia feito enquanto estava bêbada, não sabia se havia dito algo errado, mas tudo parecia correto quando ele depositou um selar na minha testa antes de eu apagar em sua cama.

— Que surpresa boa! — Bill abriu o seu melhor sorriso assim que nos viu chegar, vindo até nós e nos dando um abraço apertado. O mesmo puxou a minha amiga para longe, começando a conversar com a mesma como se fossem amigos a anos. Eu adorava a intimidade que eles criaram tão rapidamente.

— Oi Gustav. — Sorri assim que me aproximei do mesmo, que sorriu de volta para mim.

Automaticamente a sensação de culpa havia voltado, era terrível saber a verdade mais podre da sua família enquanto o mesmo achava que tudo estava bem, que todo aquele amor era sincero. Mas eu me recusava a contar e quebrar o seu coração, não queria ser o motivo das suas lágrimas assim como a minha mãe fora das minhas.

— Onde Tom está? — Questionei assim que percebi que não havia a presença do mesmo no local.

— Está nos fundos, provavelmente fumando. Aquele garoto é pior que uma chaminé, é tanta fumaceira que eu até fico tonto!

Dei uma risadinha fraca, o loiro estava certo, era insana a forma como ele fumava exageradamente, mas Deus sabe a forma como eu amava aquilo.

Eu tentei me conter e prender os meus pés no chão, mas a minha vontade era mais forte. Olhei para os cantos para ter certeza de que a atenção de ninguém estava em mim e me dirigi até os fundos do lugar, sentindo o cheiro de cigarro invadir as minhas narinas.

Kaulitz estava sentado de costas para mim, seu olhar estava longe e provavelmente a sua atenção também. Tudo o que eu podia ver era a fumaça se esvaindo pelo ambiente quando a sua cabeça tombava para trás.

Era incrível a forma como ele me atraía sem nenhum esforço, suas mãos, seu cabelo, seus movimentos. Era tudo intenso demais para mim.

Me sentei ao seu lado sem dizer nada. De alguma forma eu sabia que tudo o que eu precisava era um beijo seu e logo todas as borboletas em meu estômago acordariam, e eu voltaria a me sentir viva.

— Procurando algo, loira? — O moreno disse sem virar seu rosto para mim.

— Você.

Um silêncio pairou sobre nós. Meu olhar prosseguiu fixado nele, mas o garoto parecia não se importar comigo ali. O vi jogar seu cigarro no chão e pisar em cima do mesmo, se levantando.

— Lugar errado. — Foi tudo o que ele disse antes de se virar e me deixar sozinha.

Pelo jeito as suas palavras para Bill foram sinceras, ele me odiava e queria apenas transar comigo, ele teve o que queria, uma noite. E pensar que eu havia acreditado em suas mentiras e suas carícias, pensar que eu estava me afundando nas suas profundezas aos poucos, pensar que ele havia realmente se importado quando eu chorei em seus braços e sentei em seu colo suplicando para que o mesmo tirasse a minha dor.

Como eu fui idiota.

Me levantei, obrigando a secar as poucas lágrimas de embaçaram a minha visão e me direcionei novamente até dentro do estúdio. Eu precisava expressar a minha raiva de alguma forma e claramente seria naquele baixo, naquele microfone, minha vontade era de gritar ao me questionar o porque eu me importava, exatamente como a música dizia.

Assim que voltei, minutos após Tom, pude sentir o olhar de seu irmão sobre mim. Era preocupado. O garoto se aproximou e forçou um sorriso fraco, levando suas mãos aos meus braços.

— Esquece ele Cass. Tom não é o certo de qualquer maneira. — Ele sussurrou para mim.

Respirei fundo e me aproximei um tanto quanto brutalmente do moreno, o abraçando com força e pousando minha cabeça em seu peito. Senti sua mão tocar os meus fios loiros e sua cabeça descansar sobre a minha. Seu abraço era aconchegante e aconchego era tudo o que eu precisava no momento.

— Temos um show para fazer e você vai arrebentar como da última vez. Não se gaste com garotos, se gaste naquele baixo, mas sinta orgulho de si mesma, ok? Da mesma forma que eu sinto.

Me afastei, deixando as suas palavras entrarem na minha mente. Bill era incrível, não sabia como descrever a forma como ele se tornou muito importante para mim em pouco tempo e era aliviante saber que ele sentia o mesmo.

Percebi que Tom nos observava de longe com os braços cruzados, mas desviou seu olhar assim que o mesmo deu de encontro com o meu. Não queria me importar, não queria mais ligar para ele ou para qualquer coisa que me afetasse no momento, queria focar na minha carreira e no sorriso que Maxine dava de longe para mim.

marlboro nights. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora