twenty-five.

670 72 2
                                    

𝐓𝐎𝐌'𝐒 𝐏𝐎𝐕.

— Eu não posso mais fazer isso, Tom. — Bill me olhava com um semblante de irritação.

— Mas você precisa, você me prometeu!

Dias atrás eu havia feito Bill me prometer que faria de tudo para que Cassie me tirasse de seus pensamentos, queria faria ela se apaixonar por ele, qualquer coisa que a afastasse de mim. Aquele pedido havia doído no fundo da minha alma e meu irmão sabia disso, mas ele também sabia que era necessário.

Bill era um bom garoto, diferente de mim, ele dava tudo de si para ver o próximo bem, mesmo que fosse seu pior inimigo. Sabia que se apaixonar por ele era mais fácil, sabia que se apaixonar por ele era a melhor escolha e queria que a loira se sentisse bem novamente, mas longe de mim.

Eu sabia que era errado, que era o pior caminho a se seguir quando eu podia me sentar e ter uma séria conversa com a garota, mas eu não conseguia. Não era forte o suficiente para isso, então sempre escolhia a opção mais difícil e a que menos me afetasse, mas afetou.

Quando o vi beijando a minha garota no meio daquela pista, quando vi as suas mãos agarrando a camiseta do meu irmão logo na minha frente senti uma raiva imensa. Não era culpa dele e muito menos dela, era culpa minha e isso era o que mais me irritava. Queria explodir, queria gritar, queria agarrá-la e dizer que ela é minha, mas eu não podia, então descontei isso em outro alguém.

Não fora difícil encontrar outra garota naquela festa e fora tão fácil imaginar Cassie no lugar dela, mas seu beijo não era igual, seu toque não era igual e ela não dava suspiros altos sempre que eu a tocava em lugares sensíveis. Era entendiante. Qualquer uma que não fosse a loira era entediante.

E quando eu a vi ali parada me olhando como se estivesse vendo o fim do mundo logo na sua frente, eu fiz toda a situação se tornar pior, eu não queria, mas precisava que ela sentisse repulsa de mim.

— Ela é apaixonada por você, não por mim e nunca vai ser! - Meu irmão levou sua mão até o meu corpo. — Eu te amo Tom, mas não posso mais cobrir os seus erros dessa forma. Cassie correu de mim como se estivesse com medo.

— Por favor, Bill... — Me sentei na calçada, me apoiando na parede logo atrás de mim. O único som de podíamos escutar era a música abafada atrás de nós.

Meu irmão se sentou ao meu lado e fez os mesmos movimentos que eu. Sentia meu coração se partindo em meu peito, por que tudo tinha que ser tão difícil quando eu me envolvia na situação?

— As coisas não precisam ser assim. — Ele disse e a minha atenção se virou para ele. — Eu não apoio vocês dois, tenho que ser sincero. Você é muito difícil e ela é muito sensível, mas de alguma forma vocês se encaixam. Talvez esteja na hora de você deixar de ser covarde e fazê-la sua.

Suspirei alto. Aquilo parecia um sonho. Cassie era perfeita, eu amava a forma como minhas mãos se encaixavam em suas curvas, como seus olhos brilhavam toda vez que se fixavam em mim, como ela me beijava, como ela tocava aquele baixo como se ele fizesse parte de si. Mas havia uma voz dentro de mim que gritava que eu deveria me afastar, que eu nunca seria o suficiente, que ela precisava de alguém melhor, alguém que nunca a fizesse chorar como eu fiz.

— Não posso. — Passei a minha mão pelo meu rosto, limpando a única lágrima que ousou sair do meu olho. Me levantei e me direcionei novamente para a festa, eu precisava esquecer de tudo antes que me afundasse em meus pensamentos novamente.

Eu me recusava a me sentir mal.

𝐂𝐀𝐒𝐒𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐕.

— O que está acontecendo aqui? — Os gritos de Gustav me acordaram de um sono profundo, senti que estávamos em movimento e logo me recordei de onde estava. A van nos levava de volta para Lípsia. — Você a beijou!

Os gritos vinham do fundo da van e pude escutar um dos garotos fazendo "shhh", provavelmente em uma tentativa de não me acordar. Tentei espiá-los de uma forma cautelosa, para que os mesmos prosseguissem com o assunto. Eu sabia que era sobre mim.

— Pare de gritar, Gustav! — Tom o recriminou em um sussurro um tanto quanto alto. — Ela vai acordar se você continuar se descontrolando dessa forma.

— Não venha me dar sermão agora, Tom. — O loiro se sentou em um dos bancos, suspirando alto. O vi desviar seu olhar dos garotos e o focar na janela, ele parecia abalado. — Eu adoro a Cassie, mas depois que ela entrou na banda não consigo mais reconhecer vocês. Parece que eu não me encaixo mais aqui.

— Pare com isso. — Bill se sentou ao seu lado. — Nós te amamos, você sabe disso. Algumas coisas só estão complicadas.

— Então o que está acontecendo? — O loiro questionou.

— Podemos falar sobre isso depois?

Percebi que Tom, que estava com os braços cruzados em pé observando toda a situação, reparou que eu estava acordava espiando os garotos. Automaticamente me arrumei no banco novamente, focando meu olhar na estrada ao meu lado.

Eles estavam brigando por minha causa. Gustav tinha razão, desde que eu entrei na banda tudo se tornou uma bagunça. Eu era um problema e eu sabia disso, apenas estava tentando negar os fatos para mim mesma. Mas tudo era tão óbvio que chegava a ser impossível.

marlboro nights. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora