twenty-two.

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𝐂𝐀𝐒𝐒𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐕.

Acordei sentindo uma luz forte bater em meus olhos, automaticamente enterrei meu rosto no travesseiro, grunhindo pela dor que encontrava-se na minha cabeça. Alguns flashbacks da noite anterior apareceram nos meus pensamentos, tudo parecia um borrão assim que dei o primeiro gole daquela bebida, senti meu estômago revirar só de pensar no quanto eu vomitei.

Também me recordei do carinho de Tom, a forma como ele me colocou para dormir em seus braços logo depois de me fazer gritar de prazer.

Coloquei um pouco a minha cabeça para o lado, mas fiquei confusa assim que percebi que havia um vazio na cama. Tom não estava ali.

Pude ouvir alguns gritos vindo de longe, as vozes eram de Bill e Tom e, apesar daquilo me incomodar e me fazer querer suplicar por silêncio, a minha curiosidade para saber o motivo da briga deles era maior. Com isso, não pensei duas vezes antes de me levantar e abrir a porta com calma, na tentativa de fazer o mínimo de barulho possível e me esconder no topo da escada, onde pude ouvi-los sem esforço.

— Tom, eu a vi na sua cama, não adianta mentir para mim! — O mais alto parecia irritado, enquanto seu irmão o olhava com desdém. — Eu vejo a forma como você olha para ela, eu não sou idiota!

— Não venha querer me dar sermão Bill, já sou bem grandinho para tomar as minhas próprias decisões.

— Você vai machucá-la, você sabe disso. — Seu tom de voz abaixou e Kaulitz cruzou seus braços.

Eu sabia que a conversa era sobre mim, era óbvio. Bill havia me visto na cama de Tom, algo que não era para ocorrer e fora inesperado. Agradeci aos anjos por estar vestida com as roupas do moreno, estaria mais envergonhada ainda se o garoto tivesse me visto totalmente nua.

— Não tem como machucar alguém que eu não sinto nada, apenas transamos, foi só uma noite. Você sabe que eu a odeio Bill, sabe que eu faria qualquer coisa para vê-la fora da banda e esse sentimento não passou, eu só estava carente.

Eu sabia que ele estava mentindo, sabia que a escolha de suas palavras pesadas era a melhor forma de esconder a relação que tínhamos, mas por algum motivo eu senti uma amargura no fundo da minha alma. Eu queria que ele contasse sobre nós, mas também sabia que a última coisa que Kaulitz faria era isso.

— Ela é uma boa garota, mas você não passa de um babaca covarde. — O mesmo começou a se desaproximar, com uma expressão de desprezo. — É nojento a forma como você se gaba de foder várias garotas e depois tratá-las como lixo.

Bill saiu completamente de perto, mudando de cômodo e deixando seu irmão sozinho. Deus, aquilo me fazia sentir uma pontada no peito, estava me esforçando para não me magoar, mas tudo o que eu queria era me enfiar nas cobertas e chorar mais ainda. Não sabia como eu ainda conseguia, eu desabei ontem, mas a cada dia que passa uma nova surpresa surge e elas nunca são boas.

Vi Tom esfregando suas mãos em seu rosto de forma tensa, eu precisava sair daquela casa, estava me sentindo sufocada.

Desci as escadas como um cometa e logo toda a atenção do moreno fora para mim, eu não disse nada e estava torcendo para que ele apenas me deixasse ir embora sem nenhuma explicação, mas obviamente não fora como o esperado.

— Ei Cass, bom dia. — O garoto forçou um sorriso fraco.

Como ele conseguia fazer aquilo diante de mim?! A minha vontade era de tacar o sofá que estava ao meu lado nele.

— Eu vou para casa. Obrigada por ontem. — Me virei para me direcionar para a porta, mas a mão do garoto me impediu ao segurar o meu pulso.

— O que — Eu o interrompi.

— Me deixe ir, Tom. — Disse em um tom de voz que demonstrava cansaso.

O garoto fixou seu olhar no meu por alguns segundos e logo assentiu com a cabeça, me deixando partir. Senti o vento bater contra o meu corpo, estava frio e as roupas de Kaulitz não eram o suficiente, mas me contentei com isso, não iria mais voltar para aquela casa a não ser que fosse para algo profissional.

Tentei colocar em minha cabeça que precisava amadurecer e focar apenas naquilo que me importava, a minha carreira, o meu futuro e a minha música.


Um banho quente me fez bem, estava me sentindo mais calma e vestia minhas roupas mais confortáveis. Me encontrava ajoelhada na sala de estar, pegando os cacos estilhaçados de vidros que restavam no chão. A casa estava uma repleta bagunça, minha mãe havia saído para o trabalho e pouco se importou com a várzea, então aproveitei o meu tempo livre pra dar um jeito em sua bagunça.

Eu estava brava, estava decepcionada e estava vazia. Era uma mistura de sentimentos ruins que me faziam ter vontade de sumir, eu odiava isso, queria afastar tudo e finalmente me sentir viva novamente, da mesma forma que me senti quando pisei em cima daquele palco e toquei aquele baixo como a minha vida dependesse daquilo, como se ele fizesse parte de mim.

Suspirei assim que joguei tudo no lixo, sentindo um desanimo me consumir por completo. Havia apenas uma pessoa que conseguiria me tirar disso, que conseguiria me abraçar e me fazer sentir que seu calor é sincero, que seu amor é puro e que ela estaria comigo não importa o que houvesse. Éramos nós até o fim.

Maxine.


marlboro nights. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora