fourteen.

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𝐂𝐀𝐒𝐒𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐕.

A viagem fora um tanto quanto longa, mas optei por colocar o fone em meus ouvidos e tentar dormir na maior parte do trajeto. Mas de algo eu tinha certeza, a música alta não iria abafar os meus gritos internos e eu estava uma bagunça por dentro.

A van parou em frente ao hotel no qual iríamos ficar hospedados. Berlim era realmente lindo, já estive aqui uma vez quando pequena, mas tudo parecia insano agora que eu estava maior.

Saí da van com os meninos logo atrás de mim e sorri para mim mesma, ainda estava de madrugada, perto do amanhecer, mas o céu ainda estava coberto por estrelas. A cidade era iluminada pelas luzes, o que a tornava mais linda ainda ao meu olhar.

— Posso saber por que você está tão pensativa? — Bill apareceu ao meu lado, caminhando junto a mim até a entrada do local a nossa frente.

— Tanta coisa, Bill.

Eu o olhei com um sorriso fraco nos lábios. Meu corpo parecia cansado e eu não havia feito nada além de dormir, não sabia se era a viagem ou os meus sentimentos que me davam sono como uma forma de defesa para não pensar.

— Estou aqui para qualquer coisinha. — Sua mão tocou os meus fios loiros, o bagunçando logo em seguida.

O garoto acelerou os seus passos, deixando de estar ao meu lado. Percebi que Tom estava logo atrás de nós e que sua expressão era diferente, seu cenho estava franzido e o mesmo parecia estar desconfortável com algo. Ele estava com ciúmes do seu irmão?  Deus, isso seria hilário se não fosse tão patético.

Decidi tentar puxar um assunto, era estranho estar sempre ao seu lado e vê-lo tão distante mesmo depois dele invadir o meu quarto e se declarar para mim. Eu precisa ouvir a sua voz, precisava ter certeza de que ainda havia um resto daquele Tom ali dentro.

— Você está realmente tirando um cigarro do bolso as cinco da manhã? — Questionei, segurando uma risada. — Você parece uma chaminé ambulante!

— Fica na sua, loira. Você não sabe o que está perdendo. 

No mesmo instante pensei que sua grosseria havia sido verdadeira, como sempre foi desde o dia em que eu cheguei perto dele pela primeira vez, mas senti meus batimentos acelerarem um pouco assim que o mesmo me olhou com um sorriso de canto.

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𝐓𝐎𝐌'𝐒 𝐏𝐎𝐕.

Deixei minha mala com Bill, o mesmo me prometeu que veria tudo o que fosse preciso em relação ao hotel e que eu poderia passar o dia por toda a cidade sozinho. Eu precisava disso, um tempo sozinho e ficava feliz em saber que ele me entendia como ninguém, sem nem eu ao menos dizer uma palavra.

Dei meia volta e coloquei o cigarro que estava em meus dedos entre meus lábios, o acendendo com o isqueiro que havia em meu bolso. Deixei a fumaça em minha garganta por uns segundos e a soltei com todo o prazer que havia em meu corpo. Eu sabia que era novo e também tinha consciência de que aquilo me prejudicava cada dia mais, mas eu precisava sentir a nicotina em meu corpo, ainda mais em momentos como aquele.

Era difícil passar horas ao lado de Cassie e ter que me controlar imensamente para que não colasse meus lábios nos seus, mas eu imaginava a cada segundo como seria sentir sua língua na minha.

Eu não me sentia assim desde a última vez que amei alguém, mas ela me estilhaçou e, após meses sem forças o suficiente para levantar da cama, prometi a mim mesmo que não me deixaria levar novamente, prometi que não me machucaria mais dessa forma. Mas assim que eu passei a me aproximar mais dela, a sentir o cheiro do seu perfume mais de perto, de a ver tocar com toda a sua alma, de perceber que tudo o que ela queria era se sentir viva e eu era capaz de dar isso a ela, passei a pensar melhor sobre tudo isso.

Eu caminhava pelas ruas de Berlim com o meu mero marlboro nos lábios, sentia a friagem arrepiar todo o meu corpo e as luzes invadirem as minhas retinas. Estava esperando ansiosamente pelo amanhecer, tinha uma ideia na cabeça e queria colocá-la em prática.

Enquanto caminhava passei a ouvir um som alto, era uma música, logo na esquina pude ver que um bar estava aberto e totalmente cheio. Não pensei duas vezes antes de colocar os meus pés lá dentro.

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Sentia a bebida trilhar um caminho que queimava toda a minha garganta, mas aquilo pouco me importava. Aquelas pessoas estavam em outro mundo, era óbvio de que a festa havia começado horas atrás, mas dava para ver que não iria terminar tão cedo.

Me enfiei no meio daquela multidão, pulando junto a eles enquanto as luzes de led iluminavam os nossos corpos. Vi uma garota dos cabelos loiros e olhos azulados se aproximar, seu sorriso era malicioso, qualquer um veria isso de longe. Sorri de volta enquanto ela se aproximava cada vez mais, dançando junto a mim.

Seus braços contornaram o meu pescoço e eu coloquei minhas mãos em seus quadris, a garota desconhecida disse algo em meu ouvido, mas mal pude compreender as suas palavras. A bebida estava começando a fazer efeito no meu corpo, mas como sempre eu queria mais, não importa o que fosse, eu apenas queria me sentir no paraíso.

Puxei seu corpo contra o meu e nossos lábios se tocaram no mesmo instante, ela soltou uma risadinha e retribuiu o meu beijo na mesma intensidade. Seu toque era ágil, a garota queria o mesmo que eu.

Essas próximas horas seriam longas.

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marlboro nights. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora