twenty-six.

698 59 4
                                    

𝐂𝐀𝐒𝐒𝐈𝐄'𝐒 𝐏𝐎𝐕.

— Por que todo esse alvoroço, Cassie? — Minha mãe questionou assim que joguei um dos pratos na pia enquanto a ajudava lavando a louça.

Uma semana havia se passado desde que aquela festa havia acontecido. Tudo se tornou uma bagunça na mídia, meu nome se tornou alvo de fofocas e o público estava dividindo opiniões. Grande parte dos fãs de tokio hotel me achavam incrível, com uma personalidade única enquanto tocava aquele baixo, que me admiravam pelo o que eu fazia, mas havia uma outra parte que insistia em me resumir ao meu erro, ao meu beijo com Bill. Em partes eu adorava isso, adorava o fato de que estava sendo reconhecida fazendo o que amava e estava aprendendo a lidar com o lado negativo da fama, mas de alguma forma isso sempre iria me afetar.

— Nada, mãe. — Menti, mas a minha expressão fechada me entregava. A mais velha me conhecia bem o suficiente para ter certeza de que havia algo errado.

— Não minta para mim, você está assim a dias e eu sei muito bem que tudo isso vem além da situação aqui de casa.

A mulher reconhecia o seu erro, me pediu milhares de perdões e chorou em meu colo dizendo que sentia falta do amor da sua filha. Eu a amava com toda a minha alma, estava chateada, mas me deixei levar e derramei minhas lágrimas junto a mesma.

A dor ainda estava presente em meu peito, mas eu a perdoei e passamos o resto da madrugada conversando. Ela me disse o quanto estava orgulhosa do meu trabalho, do meu talento, de quem eu estava me tornando e que queria me ver crescer cada vez mais. Aquilo trouxe um alívio em meus sentimentos, fazia dias que estava me sentindo pesada e não sabia o quanto eu precisava dela.

— Vamos filha, pode contar para mim. — A mais velha segurou as minhas mãos.

— Tem um garoto na minha banda. — A vi sorrir maliciosa e lancei um olhar de reprovação para a mesma. — Ele se chama Tom, é o guitarrista.

Suspirei um tanto quanto fundo, tentando conter as minhas lágrimas. Eu chorei tanto nas últimas semanas que me sentia uma criança quando seu brinquedo é roubado.

— Ah mãe, se você soubesse o quando eu estou apaixonada por ele. — Soltei uma risada fraca, me sentando no balcão enquanto a mulher se colocava na minha frente com os braços cruzados. — Mas ele é complicado, eu sei que ele sente o mesmo, mas a cada dia que passa ele tenta me afastar mais.

Abaixei a cabeça deixando um silêncio pairar, mas logo o cortei.

— E eu meio que beijei o irmão dele em uma festa, mas me arrependi.

Pensei que minha mãe iria me julgar, mas me surpreendi assim que a mesma soltou uma risada abafada.

— Você beijou o irmão dele?! — Ela disse em meio a risos.

Não me contive e ri junto a mesma, cobrindo meu rosto com as mãos.

— Céus, eu beijei o irmão dele.

— Cassie, me escute. — Ela voltou a segurar as minhas mãos, fixando o seu olhar no meu. — Se tem algo que eu aprendi durante a minha vida é que nunca é tarde demais, que sempre devemos correr atrás daquilo que nos faz bem, daquilo que nós queremos com todas as nossas forças. Vá atrás de Tom, meu bem. Insista até que ele deixe seus sentimentos falarem mais alto que seu orgulho.

Esbocei um sorriso fraco em meu lábios, aquelas palavras eram gratificantes de ouvir. Não havia contado a ninguém sobre o garoto, havia guardado aquilo para mim durante meses, mas sabia que estava prestes a explodir a qualquer momento.

Meus sentimentos por ele eram intensos demais, sempre que meus olhos pairavam sobre os seus eu sentia as borboletas revirarem o meu estômago. Parecia que quanto mais ele se afastava, mais uma força me puxava contra o mesmo. Eu sabia que algo precisava acontecer e, após as palavras da minha mãe, eu tinha certeza de que não podia desistir como estava fazendo nos últimos dias.

O último contato de verdade que eu tive com o garoto fora naquela van, quando nossas mãos se tocaram e ele se forçou a não selar seus lábios nos meus. Só Deus sabe como eu estava sedenta por aquilo e como meu desejo de tê-lo novamente em meus braços aumentou drasticamente.

Eu sentia falta de ouvir a sua voz dizendo besteiras ou coisas bonitas que mais ninguém escutou em meu ouvido, sentia falta do seu toque agressivo em minha pele esbranquiçada, sentia falta do seu cheiro de cigarro e de fazer parte da bagunça que era a sua cabeça. De alguma forma eu me encontrava no meio de toda aquela zona.

Era estranho sentir isso, sentir meu coração acelerar dessa forma, pensei que já havia me apaixonado por alguém antes, mas tinha certeza de que agora era real. Eu estava completamente apaixonada por Tom Kaulitz e já havia admitido isso para mim mesma, mesmo que tivesse sido doloroso aguentar a verdade, ainda me recordo de como eu o odiava no começo.

001: me perdoem pelo capítulo péssimo, mas ele vai ser muito importante para o desfecho da história.

marlboro nights. ❨ tom kaulitz ❩Onde histórias criam vida. Descubra agora