Capítulo 11

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Quando Zee ergueu uma das pernas para massageá-la, uma deliciosa sensação de maciez e suavidade invadiu seu cérebro. Com esforço hercúleo, tentou não ficar
excitado, mas falhou miseravelmente. Com determinação, levantou a outra perna e repetiu o procedimento. Ele nunca fez nada semelhante, mas de repente, conscientizou-se de que uma massagem corporal poderia ser prazerosamente erótica.

Dependendo de quem a fizesse e de quem a recebesse, a massagem ganharia uma conotação sensual!
Censurando-se mentalmente pelas fantasias maliciosas, Zee virou-o de bruços.
Os movimentos tornaram-se mais longos, indo dos ombros até as nádegas.
- Nunew, você acha que está sentindo um pouco de calor?
- Não. - A voz dele não era mais do que um sussurro. - Estou com mais frio.
Ele prosseguia com a massagem, agora nas panturrilhas.
- Isso é porque sua pele está começando a se aquecer e, como o álcool é frio, você percebe o contraste - ele explicou. - É um bom sinal você estar sentindo a superfície de sua pele. - Zee ajudou-o a sentar-se. - Quero que beba um gole de uísque. Vai te esquentar um pouco.
Nunew concordou. Não tinha energia para protestar nem vontade de se opor.

Não havia tempo para procurar um copo. Não fazia o menor sentido preocupar-se com regras de etiqueta em uma situação emergencial. Zee encostou o gargalo da garrafa
nos lábios dele, e Nunew bebeu um gole grande. Faltou-lhe a respiração, e ele começou a tossir.
- Calma, já vai passar.

O braço forte de Zee o sustentou até a respiração voltar ao normal. Depois, forçou-a a beber mais um pouco de uísque.
Após o terceiro ou quarto gole, Nunew sentiu seu peito aquecer-se moderadamente.
Lá pelo oitavo gole, sentiu um fogaréu queimando-lhe a barriga. Zee tirou-o de cima das toalhas molhadas e colocou-a sobre lençóis secos, começando uma segunda sessão de
massagem com uísque.

Nunew foi relaxando e, gradualmente, a euforia foi tomando conta dele. De repente, achou que as mãos de Zee Pruk eram magníficas e queria que ele o massageasse para sempre. Observando-o com os olhos semicerrados, tinha a impressão de ver um halo de luz ao redor da cabeça dele. Como em um sonho, Nunew se perguntava o que poderia ser aquilo. Magia? Seria sua aura? Ele emanava santidade e luz? Então, em um segundo, tudo ficou muito claro em sua mente. A resposta era simples. Era energia! Aquele homem exalava pura energia!
Depois de friccionar cada centímetro do corpo dele com o uísque forte, Zee o embrulhou na manta e levou-o para o sofá.
- Nunew, preste atenção, vou deixá-lo sozinho por alguns momentos. Imagino que ficaremos presos nesta casa por uns dois dias e preciso tomar algumas providências.
Nunew estava entorpecido demais para falar e limitou-se a sorrir para Zee, dando-lhe permissão para fazer o que precisasse ser feito. O sorriso iluminou-lhe o rosto. Zee sabia
que ele se sentia relaxado e que adormeceria em questão de minutos.

- Não se preocupe com nada, voltarei o mais rápido que puder. - Zee afastou uma mecha de cabelo do rosto dele. - Você ficará bem?
Nunew assentiu com um gesto de cabeça.
- Então, até já, Nhu.

Ele saiu para a garagem, vestiu o casaco que deixou lá e cortou um pedaço da mangueira de jardim. Depois, caminhou até a cocheira e pegou um balde que vira esquecido em um canto. Levou tudo até o carro e, com a mangueira, sugou a gasolina do tanque para o balde.

Zee detestava o gosto de combustível na boca, mas não havia outro modo de tirar a gasolina do tanque. Cuspiu várias vezes e, depois, levou uma porção de neve fresca à
boca.
Voltou para a casa carregando cuidadosamente o balde de gasolina. Ao examinar a planta da casa, notara que havia um gerador acondicionado dentro de um armário na cozinha. Felizmente, havia um funil ao lado. Naquela região, os geradores eram uma necessidade por conta das tempestades de inverno.
Uma vez providenciado o combustível para o gerador, o segundo passo seria pensar na comida.

Abriu a caixa de ferramentas de onde tirou um barbante com vários anzóis e iscas. Colocou a caixa de munição no bolso da jaqueta e pegou o rifle. Antes de sair, deu uma olhada em Nunew, que dormia tranquilamente. Ele dormiria por umas duas ou três horas.

Aquela NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora