Nunew resmungou alguma coisa inaudível. Estava nevando muito. Olhou para o relógio de pulso e constatou que já eram quase cinco horas. Já começava a escurecer.
— Você tem uma planta do terreno ou essa sua pasta é só um adorno para impressionar os clientes?
Nunew engoliu em seco. Abriu a pasta e examinou a papelada. Tirou a planta e entregou-lhe.
— Duvido que consiga entender uma linguagem tão técnica. Zee ignorou o comentário, abriu a planta e examinou-a atentamente. Depois, dobrou-a e devolveu-a a Nunew.
— É melhor nos apressarmos — disse ele. — Se o tempo piorar, não conseguiremos sair daqui hoje. —E com um tom complacente, acrescentou: — Posso verificar tudo sozinho, se as condições climáticas estiverem difíceis demais para você suportar.
Nunew cruzou os braços e o encarou.
—Mais uma faceta do Super-Pruk? Não precisa provar-me que você é um homem de grande resistência física!
— Se eu quisesse provar minha grande resistência física, eu já teria arrancado esse seu casaco grosso.
Nunew sentiu a boca seca ao ouvir aquelas palavras provocantes e, antes que ele tivesse tempo de responder, Zee o repreendeu:
— Aliás, seu casaco não está combinando tão bem com sua roupa inferior, sabia? Vamos, Sr. Chawarin, antes que escureça mais.
Lá fora, Zee pegou a caixa de ferramentas no carro e tirou a fita métrica de metal.
— Vamos Chawarin. — Ele começou a andar pelo terreno.
Nunew estremeceu. Será que Zee Pruk ia querer medir a propriedade debaixo de frio e neve? Esperava que ele não lhe pedisse para segurar a outra ponta da fita métrica. Ele bem que podia deixar a medição para um dia em que não estivesse nevando. Ele não via à hora de voltar para o aconchego de seu apartamento na cidade.
Como se pudesse ler os pensamentos dele, Zee comentou:
— Por isso eu insisti para Max vir comigo. Este não é trabalho para homens passivamente fracos...
Nunew cerrou os dentes.
— Que absurdo! Hoje em dia, você realmente vai definir trabalho manual por eu parecer ''passivamente'' fraco? — ele protestou fazendo aspas com dedos para enfatizar a palavra.
— Tem razão. O mundo está virando do avesso! Já estão até considerando colocar homens como você e mulheres entrarem para o corpo de bombeiros.
— Agora você está falando como meu pai. Ele também foi contra pessoas como eu e mulheres entrarem na força área. Homens menos corpulentos não merecem ser desmerecidos por sua pouca massa corporal. Homens como eu e mulheres, podem com certeza até fazer mais do que você. Sua mente preconceituosa é ridícula.
— Seu pai tem razão, Nunew. Vocês são perfeitamente bons em comandar um avião, porém na hora do combate, precisam de um homem de verdade.
Ele já tivera grandes discussões com o pai e o irmão sobre aquele assunto, e estava prestes a começar outra com Zee. Respirou fundo na tentativa de se acalmar. Discutir com ele seria pura perda de tempo. Além do mais, ele queria fechar aquela venda e precisava ser delicado!
Eles se aproximaram da cocheira. Com a ponta da bota, Zee afastou a neve acumulada na porta e abriu-a.
Entraram e a primeira coisa que chamou a atenção de Nunew foi o odor. O cheiro de feno e palha misturava-se com o cheiro dos cavalos que tinham ocupado as baias, provavelmente, por muito tempo. Por que a imagem de cocheiras e feno sempre despeitava fantasias eróticas? Ele nunca tivera um encontro romântico em uma cocheira... Ainda.
— Este lugar tem possibilidades fantásticas — Zee comentou, olhando ao redor.
Nunew virou rapidamente o rosto para Zee não o ver enrubescer. Na certa, os pensamentos dele eram bem diferentes dos seus, mas a latente masculinidade dele, e aquela proximidade em um lugar tão quente, o desconcertaram.
— Muito bem.Após uma avaliação rápida, Zee já estava pronto para recomeçar a aventura na neve. Depois de percorrerem uma distância que, por conta da grossa camada de neve, parecia quilômetros, Zee escolheu um determinado lugar perto da cerca de arame e começou a cavar a neve com as mãos.
Nunew observava-o. As mãos dele eram grandes, fortes, hábeis e calejadas. Os movimentos eram rápidos e pareciam hipnotizá-la. Com relutância, ela admitiu a si
mesma que as mãos de Clint Kelly eram estranhamente atraentes.°-°
Oi gente, tudo bem? Bom, eu tenho uma dúvida para vocês que estão acompanhando o livro. Vocês preferem capítulos maiores porém postados com menos frequência? Normalmente eu posto 2 por semana, então seria 1 capítulo grande por semana. [No caso, grande mesmo]
Não consigo postar mais pelos conflitos de horário que tenho durante a semana, com o trabalho e faculdade fico com tempo apenas de revisar os capítulos e separá-los. Então, o que vocês preferem? Ficarei muito grata, à quem responder! 🥰
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Aquela Noite
RomanceEra véspera de Natal daquelas bem memoráveis, o frio intenso e a neve que cobria tudo ao redor transformavam a paisagem em um conto de fadas. Na casa à beira do lago Berdwoo, o belo e destemido Nunew Chawarin se viu isolado do mundo em meio a tempes...