Capítulo 22

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Nunew entrou na banheira e suspirou de prazer. Era incrível como um simples banho de banheira, de repente, tivesse um significado tão precioso e especial!

Ensaboou-se e inalou o perfume do sabonete. Preferia não analisar a rápida conversa com Hunter e nem sua reação à atitude dele, mas era impossível. A tão admirada compreensão dele, de certa forma, decepcionava-o. Em um ano de namoro, ele passara grande parte desse tempo afirmando sua independência. Hunter aceitara isso com naturalidade e nunca houvera cobranças entre ambos. Agora, ele se sentia negligenciado

Era paradoxal, mas era assim que se sentia.

Seria muito engraçado se seu futuro noivo tivesse uma crise de ciúme e o obrigasse a contar tudo que acontecera. No entanto, por mais que tentasse, não conseguia imaginá-lo questionando-a com desconfiança.

E a bem da verdade, motivos não lhe faltariam! Nunew corou e afundou na água quente e perfumada.

Apesar do cansaço, sentia um imenso bem-estar. O banho era sempre uma experiência sensual. De novo, a imagem de Hunter desapareceu, e seus pensamentos voltaram-se inexoravelmente para Zee Pruk Panich.

Apoiou a cabeça na banheira, fechou os olhos e permitiu-se o luxo de reviver cada momento que passara com Zee. As cenas foram aparecendo em sua mente como um filme de amor, cada olhar, cada palavra, cada sorriso, cada toque, cada beijo, cada gesto... cada clímax!

Quando a água começou a esfriar, a lembrança de Hunter despertou-o para a realidade. As últimas palavras dele dançavam em sua mente. "Não vejo a hora de você abrir seu presente."

 Nunew saiu da banheira e enrolou-se na toalha.

Sem dúvida, ele se sentiria melhor no dia seguinte. Começaria um novo capítulo de sua vida. Fecharia a porta do passado e abriria outra para o futuro.

O sábado amanheceu nublado e sombrio. Apesar disso, a temperatura subira um pouco, e quando os Perdpiriyawong terminaram o café da manhã, a neve branca tinha se transformado em poças de água lamacentas.

Ainda de robe e chinelos, Nunew abriu a pasta e pegou a proposta de compra.


Depois, telefonou para Judy.

— Judy? Aqui é o Nunew. Tudo bem?

— Nunew, como se atreveu a meter-se em uma enrascada sem mim?

— Você não sabe nem metade da história. Qualquer dia deste contarei emdetalhes.

— Como vocês conseguiram sobreviver sem comida, sem aquecimento, sem energia elétrica e sem telefone? — Judy suspirou. — Oh, Nunew, aposto como a tempestade de neve acabou com as minhas esperanças de vender aquele elefante branco.

— Judy, não é um elefante branco. E uma propriedade muito interessante. Eu mesmo a compraria, se tivesse condições.

— Ora, Nunew, o que aconteceu? Está doente? Você é um garoto da cidade, como eu. E ver árvores crescerem não pode ser seu divertimento predileto!

Judy trabalhava no departamento de marketing de uma das maiores fábricas de automóveis de Berdwoo, e Nunew sabia que ela não ia à casa dos pais falecidos havia mais de dois anos. Pagava uma pessoa para fazer a faxina e a conservação, mas nem se preocupara em retirar as louças e os móveis.

— Judy, tenho uma oferta para você.

Judy soltou uma gargalhada.

— Você está brincando, Nunew! Como conseguiu esse milagre? Nunew corou.

— O Sr. Pruk apaixonou-se pela casa e está oferecendo quatrocentos e cinquenta mil doláres. Vou mandar-lhe a proposta de compra pelo e-mail dentro de uma hora.

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