Capítulo 2

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Naquele momento, alguém entrou na imobiliária. Como todos os corretores estavam ocupados esperando o café, Nunew saiu da sala para atender o cliente em potencial. Era um homem alto, de cabelos pretos, vestindo um sobretudo de couro preto e com adornos imitando balas ao redor dos bolsos.

Que tipo mais estranho! Nunew sorriu, disfarçando seus pensamentos.

— Bom dia, senhor. Sou Nunew Chawarin. Posso ajudá-lo?

O homem fitou-o quase com curiosidade. Os olhos escuros focalizaram a boca, desceram até as pernas, depois, subiram pelo corpo até os cabelos negros repartidos ao meio, parando novamente nos olhos dele.

— Acho que não, infelizmente. Estou procurando Max Robin.

A voz dele era a mais profunda que Nunew já ouvira.

— Max teve um compromisso e não voltará antes das dez. Tem certeza de que não posso ajudá-lo em alguma coisa?

—Posso pensar em dezenas de coisas, mas nenhuma apropriada para uma imobiliária. — Ele sorriu maliciosamente. Nunew não sorriu. Virou as costas e voltou à sua sala.

— Você pode servir-me uma xícara de café enquanto espero por Max.

Furioso, Nunew voltou-se e fitou-o com um olhar capaz de desmontar um homem mais sensível. Engoliu a resposta que estava na ponta da língua e, apontando a mesa do café, disse com frieza:

— Sirva-se à vontade.

— Não me tente. — Ele piscou.

O atrevido ainda piscou para ele! Nunew entrou na sala e bateu à porta. Ligou o computador e encontrou uma mensagem de Hunter:

[Amanhã à noite, estarei aí. O que acha de cear na véspera de Natal no Cygnus e dançar sob as estrelas?]

Nunew aceitou a proposta.

[Hunter adorarei jantar no Cygnus com a condição de não voltarmos muito tarde. Não esqueça do almoço de Natal na casa dos meus pais. Prometi à mamãe que iríamos cedo para lá.]

Meia hora depois, Hunter respondeu:

[Tudo bem. Já fiz as reservas no Cygnus. Estamos combinados! Até amanhã.]

Nunew sorriu. Hunter Tanmanottionayan era o homem mais compreensivo do mundo! Ele não tinha o menor problema em relação à carreira dele ou ao fato de ganhar menos do que ele. Nunew até mesmo considerava a possibilidade de conservar seu sobrenome depois de casado. Nunew Chawarin Tanmanottionayan... Soava-lhe muito bem, e Hunter jamais faria objeções.

A voz de Max no interfone interrompeu-lhe os pensamentos.

— Nunew, pode vir à minha sala, por favor?

Ao abrir a porta, ele ouviu o protesto do homem de voz grave.

— Não quero um corretor novo. Quero você, Max, não insista.

— A propriedade na qual você está interessado consta na lista de Nunew Chawarin. Ele tem exclusividade.

Nunew cerrou os dentes, e entrou na sala do dono da imobiliária.

— Sr. Chawarin, este é o Sr. Pruk. Ele está interessado na casa à beira do lago em Berdwoo, e eu estava justamente explicando que você tem exclusividade na venda.

Nunew apertou com firmeza a mão do Sr. Pruk, tentando não demonstrar seu desagrado. Ele sabia que Max estava sendo generoso. Realmente, o imóvel fora captado por ele, uma vez que pertencia à sua amiga Judy, que o herdara dos pais falecidos. Entretanto, nada impedia que Max intermediasse a venda, exceto claro, que ele queria qualificá-la para o Círculo do Presidente daquele ano.

— Eu gostaria muito de visitar a casa. — Pruk voltou-se para Max. — Você pode ir comigo, Max?

Nunew ergueu as sobrancelhas. Evidentemente, o homem não escutou ou nãoentendera nada do que Maxwell dissera.

— Eu já lhe disse Pruk. O Sr. Chawarin tem exclusividade. Além disso, estarei ocupado o dia inteiro.

Ignorando a hostilidade, Nunew prontificou-se:

— Eu o levarei até lá, Sr. Pruk. Se quiser, podemos ir agora mesmo.

Ele franziu o cenho.

— São quase cento e sessenta quilômetros.

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