Capítulo 12

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[AVISO: Morte de um animal silvestre]

Zee prendeu a respiração ao ver uma sombra se movendo na escuridão.
Esperara durante duas horas porque sabia que viriam. Veados adoravam maçãs. Ao chegar mais próximo da árvore, a sombra revelou ser de três animais.

Ele escolheu o alvo, levantou o rifle, mirou e apertou o gatilho. Os outros dois animais passaram correndo ao lado dele, espalhando neve por todos os lados. O veado atingido caiu.
Quando saiu de seu posto de observação, Zee quase não sentia os pés. Pulou de um pé para outro durante alguns minutos para restabelecer a circulação.

Caminhou até a macieira e, depois de encher os bolsos com maçãs, pegou o rifle e a carcaça do animal e colocou-os nos ombros. O problema da comida já estava resolvido.
Agora, ele poderia concentrar-se inteiramente na questão da lenha para manter o fogo aceso na lareira e a casa aquecida.


Naquelas horas de imobilidade esperando pela caça, Zee só pensara em Nunew. Sua imagem não saíra de sua mente nem por um instante sequer. Ele se recuperaria do acidente, mas o que o preocupava era a quantidade de água do lago que ingerira. As bactérias contidas nas águas turvas poderiam contaminá-lo com muitas doenças. Se a sorte estivesse do lado deles, os germes poderiam não ter sobrevivido à baixa temperatura da água.


Depois os pensamentos dele enveredaram por caminhos mais pessoais. Não poderia mentir para si mesmo, considerava Nunew Chawarin muito atraente, apesar das diferenças entre ambos. Nunew representava uma nova experiência para ele, era independente, seguro, positivo, competitivo, e até mesmo arrogante. O oposto distante dos homens sufocantes com quem ele andara saindo ultimamente.


Nunew era um desafio excitante. Sob a aparente fortaleza, certamente, ele encontraria um homem de verdade, de carne e osso, e honesto. Agora, seus pensamentos tinham entrado completamente no campo da sensualidade. Aplicar a massagem com o uísque em Nunew foi uma experiência erótica. 

Enquanto suas mãos friccionavam a bebida pelo corpo dele, tentará manter-se impassível, absolutamente profissional, concentrado apenas na tarefa de mantê-lo aquecida. Entretanto, mais tarde, sozinho no bosque, escondido atrás de uma árvore, ele se permitia o luxo de rememorar de uma forma passional cada movimento, cada contato de pele com pele. Ele estava gelada, ele estava em brasas, elemento perfeitos para combustão.

O corpo de Nunew tinha as formas mais bonitas que ele já viu ou tocou. Ele era a imagem da tentação: cabelos negros e macios, pele sedosa, mamilos que mais pareciam botões de rosa, pernas compridas e bonitas. E entre elas...


De volta à garagem da casa, munido de machado e faca, Zee cuidou do animal e dependurou a carne em um gancho. Ele estava bem aquecido ao terminar a tarefa. Examinou o suporte de madeira onde normalmente as toras eram empilhadas e só viu lascas, sinal de que a madeira costumava ser estocada em abundância.


No suporte havia uma inscrição "Evergreen Sod Farm" e Zee imaginou que haveria um gramado sob a neve. Pensou em aproveitar a madeira do suporte, mas logo desistiu. Era pouca e não forneceria calor nem por uma hora na lareira.


Na inspeção da tarde, ele reparou que as vigas e as colunas da cocheira eram feitas com troncos inteiros. Se usasse o suporte como trenó, talvez conseguisse levar um tronco até a garagem, e cortá-lo em toras. Aí sim, a lareira ficaria bem abastecida.
Procurou a corda, mas lembrou-se que a deixara no lago com a escada. Como poderia esquecer-se de um detalhe tão importante?


Fechando a gola do casaco, seguiu rapidamente em direção ao lago. A escada e a corda eram imprescindíveis em uma situação como aquela.

Nunew debateu-se no sono e, depois, acordou assustado. Por um momento, sentiu-se desorientado. Sabia que tinha um sonho, mas por mais que tentasse retomá-lo, as imagens se desvanecem como nuvens de fumaça. Então, lembrou-se de onde estava.

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