Laços de sangue (Concluída)

IV

O quarto da Mya era bem padrão, cores claras, quadros para todos os lados, algumas telas onde ela pinta, mesa com o computador, uma estante perfeitamente arrumada com seus livros e cortinas longas na janela, sem contar o tapete fofinho no chão.

Mari: Seu quarto é legal- Falei me sentando no puff.

Mya: Valeu, pode ficar a vontade.

Mari: E então, quando eles te adotaram?

Mya: Bem direta- Disse rindo- eu tinha dez quando eles foram me adotar, o Izuna sempre foi um doce e muito amoroso, já o Tobirama nem tanto... mas ele tentou pelo menos, ele não demonstra amor e carinho como todo mundo, sabe?

Mari: Bom, ele sempre foi um ótimo avô para mim, não me lembro de amor e carinho, mas o nosso tempo juntos foi legal... e o que mais?

Mya: Acho que a forma dele de demonstrar afeto é com treinamentos e dando armas ninjas... essas coisas, no meu aniversário ele me deu uma katana, e me ensinou como usar, mas eu não consegui porque era muito pesada- Ri baixo- mas ele é legal, melhor do que meu outro pai.

Mari: Como assim? Alguém já tinha te adotado?

Mya: Já, um casal de camponeses, mas foi difícil e ele me batia muito, então eu dei um jeitinho de fugir e voltei para o centro de adoção.

Mari: E você contou isso pro vovô?

Mya: Já passou muito tempo, ele não precisa se preocupar com isso! E você?

Mari: Depende do que quer saber.

Mya: Hum... O que fez sua família sair daqui?

Mari: Isso é uma longa história...

Mya: Eu tenho tempo!- Disse sentando na cama.

Me ajeitei e comecei a contar tudo que eu me lembrava des dos dez anos, pulei mínimos detalhes que não achei relevante para tal coisa.

Mari: E depois que a mãe do Bruce e o ex-namorado doido da minha mãe morreram, nós fomos embora.

Mya: Cacete... isso foi insano... vocês devem ter sérios problemas psicológicos!

Mari: Olha, ficamos bons anos de terapia, tanto eu quando o Bruce e estamos bem.

Mya: Como estão bem? Quero dizer, vocês quase morreram porque a mãe do Bruce foi rejeitada pelo seu pai e sua mãe ainda se fudeu nessa história!

Mari: Pois é, a família não é normal. Mas já superamos tudo isso, é só uma história boba.

Mya: Eu estaria traumatizada até hoje, misericórdia. Aliás, você já tem o sharingan?