O som do local estourava minha audição. Em passos pequenos, o meu campo de visão era coberto por um homem muito grande. Meu pai caminhava logo atrás. Minhas mãos soavam em nervosismo, logo o som não era ouvido. Já não tinha mais volta. O Homem de preto abriu a porta exibindo um homem não tão alto, porém seu olhar sobre mim chegava a doer os ossos. Por que meu pai se prestou a isso?
- Aon.. – o homem de cabelos negros segurou sua mão. Meu pai abaixava o olhar, pude ver o medo que o mais velho tinha daquele homem perfeitamente arrumado– Que ótimo que aceitou a proposta.
Ele sorriu astuto.
- Sentem-se – completou.
Fiquei parada em pé. Ele sorriu e minha direção, em seu olhar havia algo que não sabia explicar, eu estava neutra e ao mesmo tempo com raiva. O homem de terno apontou para uma cadeira vazia ao lado. Meu pai suplicava e a medida que ele olhava com medo, meu peito ardia de fúria.
- Não estamos aqui para assinar nada!- bradei, meu rosto estava quente batendo minhas mãos na poltrona o qual ele mandou sentar.
- Que criança adorável – o homem sorriu ignorando minha fala.
O meu pai permanecia amedrontado na poltrona de couro, minhas mãos começaram a tremer de pura raiva.
- Meu pai veio até aqui para te dizer que isso jamais irá acontecer! – brade, comecei a respirar pesado a cada instante que olhava aquele sorriso presunçoso. Era nítido e até mesmo palpável o sentimento que nutria por toda situação.
Estava disposta a aceitar isso tudo, porém ao ver meu pai nesse estado é inegável que meu ódio me dominasse e jogasse tudo para o alto. Não conseguia me conter, meu corpo que fervilhava, o homem segurou os cabelos e os puxou levemente disfarçando a irritação de ser contrariado. O balançar de sua cabeça indicava algo que não pude identificar.
Logo uma palma enorme empurrou-me indo de encontro a mesa do homem perfeitamente arrumado. Minha cabeça fez um barulho forte, a visão se tornara embaçada e o meu ouvido direito conseguia capturar o som fino que vinha da audição esquerda prensada na estrutura de madeira. Na boca, o gosto metálico tomou conta do meu paladar, o lado de dentro próximo aos meus dentes queimava assim que coloquei a língua para analisar o tamanho do estrago.
- Rebecca Patrícia Armstrong – ele falou ficando da altura do meu rosto prensado na sua mesa, com os papeis na sua frente. – Concluindo o curso de Direito; a melhor amiga se chama yuki; namora um garotinho chamado Nop que cursa administração, quarto período.
E foi nesse instante que meu corpo que antes sentia raiva e fervia, se sentia um calafrio percorrer toda a sua extremidade.
- Tem certeza que tem poder para ter opinião? – ele sussurrou próximo ao meu rosto, sentia seu hálito. Meu corpo já sentia um peso, ficando frequente não conseguia respirar, parecia que todos os meus órgãos estavam sendo esmagados.
- Sai de cima dela, miserável!- tossi sentindo o alivio e ar voltar a circular, caindo de joelhos ficando encostada na mesa. Minha visão não havia se recuperado e quando pude ver ao menos uma fresta, um homem baixo deixou dois no chão. E assim pude ver quem era... meu pai foi para cima do chefe novamente.
- Não toca na minha filha, desgraçado!- o mais velho assim que se exaltou, grunhiu e rapidamente colocou a mão no peito. Meus olhos não acreditavam na cena que presenciava. Meu pai estava tendo um ataque do coração ali a minha frente.
Segurado pelos braços, os seguranças já estavam de pé.
- Solte ele!- corri para perto do meu pai o cercando com meus braços. Engolia o choro.
- Fique tranquilo, Aon. Não posso toca-la. – ele disse colocando um copo de whisky no local do soco que recebeu do meu pai – meus superiores não iam gostar ou até seu futuro casamento que vai acontecer daqui a uma semana será prejudicado.
Aquilo estava cada vez ficando mais difícil. Arregalei meus olhos, de repente a imagem da minha casa era colocada na tela e logo o quarto da minha mãe, um pontinho vermelho estava na cabeça dela.
- NÃO! DEIXEM-NA! – gritei chorando tudo o que estava segurando, nos meus braços, meu pai estava sentindo dor, os seus gritos eram silenciosos apenas sua boca abria e suas mãos apertando seu peito.
- Você está em minhas mãos.- ele se abaixou ficando na minha altura, eu estava no chão segurando meu pai. – Não chore, princesa. – ele tocou meu rosto, o virei bruscamente olhando-o com raiva em seguida. – se arrume, você tem um jantar com seu cônjuge em uma hora.
- Levem- o para o hospital. – mirei o rosto do homem a minha frente.
Assim que meu pai foi levado, meu braço foi puxado.
- Não faça nenhuma besteira ou sua família morre.- ele falou com firmeza .- Não conte a ninguém o que aconteceu aqui ou eu mesmo mato você.
Virei indo em direção para fora daquele escritório horrendo.
No carro, estava tremendo. Não sabia o que me esperava. Meu pai no hospital, minha família ameaçada. Toda a minha vida até agora passou como um filme na minha cabeça e tudo o que vou deixar para trás. O Nop, como ele irá reagir? Como vou falar com ele? Coloquei minha mão no meu coração, um sentimento se formava que chegava até a minha garganta, engolindo seco. Eu o perdi. O carro parou em um grande hall de entrada, era um hotel. O a caro mais da Tailândia, minhas mão estavam tremendo abominava a ideia de ser esposa de alguém.
- Não faça besteira, estamos te vigiando. - o motorista me alertou.
Entrando no hotel, falei as informações que me foi auxiliado e um homem simpático.
- Por aqui senhorita Armstrong. A senhora Sarocha está a sua espera.- o recepcionista disse.
Uma mulher? Como assim uma mulher? Minha cabeça deu um nó. Olhei para trás e os vi, realmente estava sendo vigiada e isso me dava nos nervos.
Toda essa situação estava revirando o estomago, não quero viver assim com medo de virar a esquina e por um deslize levar um tiro ou perder minha família e meus amigos. Segurei a lateral do meu vestido tentando conter meu nervosismo.
Ao longe, notei que algumas pessoas me olhavam e aquilo me deixou extremamente desconfortável, será que eles estão até aqui? Minha respiração começou a falhar quando a fala do recepcionista me chama atenção.
- Senhora Sarocha, sua acompanhante.
Mirei os olhos da mulher perfeitamente arrumada, eles brilhavam como se tivesse todas as estrelas presentes ali. A mulher puxou a cadeira para que eu me sente, assim o fiz. O cheiro do seu perfume se fazia presente, confusa falei.
- Você não é um homem.
- Bom, eu também não esperava uma mulher, olá me chamo Freen Sarocha, prazer em conhecê-la.- ela elevou sua mão em cumprimento.
- Olá, me chamo Rebecca Armstrong.
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Desculpem a demora pessoal, trabalho e universidade estavam me puxando. desculpem os erros, estou postando sem revisão. amando ver os comentários de incentivo, obrigada.
vocês podem deixar seu voto, fique a vontade. boa noite.
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Contrato de vida - FreenBecky
RomanceCom o pai de Rebecca endividado com as apostas de jogos de azar, sem poder pagar a enorme divida de jogo. Aon não contava com a cobrança de seu credor. Freen Sarocha, grande empreendedora no ramo da publicidade. No entanto dinheiro não era problema...