- Me abraça, por favor.
Alexandre se aproximou dela, sem saber direito como fazer. Giovanna arrastou o corpo para trás, colando nele. Fechou os olhos ao sentir finalmente Alexandre a abraçando sua cintura, e encaixando seu corpo no dele, numa conchinha perfeita. Era quase como se seus corpos encaixassem como ninguém. Ela se ajeitou, ficando confortável nos braços dele.
- Obrigada por estar aqui sempre. - Ela murmurou, sonolenta, por ter chorado tanto. - Te adoro tanto, nem sei o que seria.. De mim.. Sem você.. - Sussurrou pausadamente, quase pegando no sono.
Sentia as mãos dele fazendo cafuné em seu cabelo.
Alexandre ficou eufórico.
Sentia a proximidade com ela, e não acreditava que depois de tantos anos finalmente estava tendo essa oportunidade que havia caído em seu colo de bandeja naquela madrugada de quinta para sexta.
Pensou que deveria anotar que dia era aquele. Não só aquele relacionamento infernal havia finalmente chegou ao fim, como ela estava buscando por ele para receber conforto.
Alexandre adoraria entender o que estava acontecendo ali.
Tipo, ela pensa em mim como um amigo gay que da colo?
Ele se perguntou mentalmente.
Ou ela também sente essa tensão e sabe que somos mais que amigos, e está disposta a tentar?
Ele não parava de se questionar cada vez mais.
Essa era sua chance. Ou pelo menos, iria aproveitar o que podia da chance que lhe foi dada. Respirou fundo, ainda sem acreditar que ela estava ali.
Foi se encaixando, colocando o pescoço no ombro dela. Sorriu satisfeito. A abraçou ainda mais, sem dar chances de ela fugir durante a noite. Fechou os olhos, relaxando.
Passou mais tempo do que gostaria de admitir sentindo cada milímetro do corpo dela grudado ao seu. Sentindo seu perfume. Giovanna o deixava louco, cada toque do corpo dela a deixava desesperado por um beijo, ou o que fosse. Fazia muito tempo que não ficavam tão próximos, sem ser por trabalho.
Alexandre passou a pensar na camisa dele que ela vestia, e que por baixo estava com a lingerie que havia visto. Respirou fundo, tentando se acalmar.
Tinha a necessidade de querer eternizar aquele momento, de não querer sair daquela posição nunca mais. Queria beijá-la, contar como estava aliviado por ela estar finamente solteira, pedir que agora ela desse uma chance a ele.. Mas sabia que não poderia fazer nada disso, pelo menos não agora. Teria que se contentar em ser o amigo que ajuda no período difícil do luto pelo relacionamento, e mais do que isso, garantir que ela não voltasse com o ex.
Alexandre sorriu sorriso ao pensar que Leonardo agora era seu ex.
Porra, graças a Deus!
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- Gi, acorda. - Ele murmurou carinhoso, vendo ela dormir de bruços, agarrada no travesseiro dele. Passava as mãos nas costas dela, fazendo carinho.
- Hm? - Perguntou ela sonolenta, a voz ainda mais rouca que o normal. - O que foi? - Murmurou, coçando o olho direito.
- Fiz seu café da manhã. Levanta, você vai viajar comigo.
- Alexandre? - Ela riu baixo se sentando na cama, vendo que ele agora colocava uma bandeja de café da manhã em seu colo. - Eu não tenho passagens, nem fiz as malas.
- Eu comprei sua passagem, e fiz suas malas. Vai, rapidinho. O carro passa aqui em meia hora. Come e toma uma ducha!
Giovanna correu os olhos pelo quarto e viu de fato suas malas feitas, o café da manhã em seu colo, e uma muda de roupas em cima da cama, para ela se vestir.
- Bora, bora, bora, Antonelli! - Ele se inclinou, beijando a testa dela, e afagando seu cabelo.
Ainda tinha que resolver alguns detalhes da viagem que agora tinha uma participante a mais, surpresa. Fez menção de ir para a sala, mas sentiu a mão de Giovanna puxando ele, sem deixar que saísse do lugar.
- Obrigada. - Ela sussurrou quase inaudível.
- De nada. Eu nunca, jamais te deixaria sozinha aqui depois do que aconteceu. Você vai ver, você vai adorar a viagem do elenco. Vai ser ótimo pra espairecer e relaxar. Se desconectar de toda essa loucura do Rio de Janeiro e se conectar mais com você mesma.
- Olha só, tá todo motivacional. Vou te postar no meu instagram hoje, já que eu e minha equipe estamos sem inspiração dado o clima de enterro.
- Vai, bota pra gravar aí. - Ele se disponibilizou.
Giovanna alcançou o celular gargalhando. Apontou a câmera para ele, já gravando. O vídeo começava assim:
"Vai Alê, mantra do dia!"
"Não deixe para amanhã aquilo que você pode deixar pra lá! Desista, é melhor assim! Mande todo mundo se foder!"
Giovanna gargalhava, enquanto invertia a câmera. Gravou sem querer o café da manhã enquanto fazia isso.
"Bom dia, meu povo! Com essa mensagem motivacional do nosso querido, amado. positivo.. Alexandre Nero!" Ela dizia olhando de lado para ele e rindo.
Os seguidores, como de costume, comentavam loucamente sobre como Giovanna e Alexandre pareciam apaixonados um pelo outro.
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- Você realmente tem medo de avião? - Vanessa a pegou pelo braço, caminhando pela casa que eles tinham alugado.
- Ela não tem medo, ela tem pavor. Ela toma remédio de alergia pra dormir o vôo inteiro e ainda assim fica agarrada no meu braço, como uma maluca! - Alexandre se intrometeu.
- Ah, é barra pesada pra mim mermo. Não gosto não.
- Vamos organizar os quartos? - Negrini sugeriu. - Todos são ou cama de casal, ou camas individuais. O Thiago fica com o Romulo no que tem camas de solteiro.. Vanessa e Lucy talvez? Gio e Nero..
Todos ouviram com atenção e fizeram os últimos ajustes antes de irem até seus respectivos quartos.
Giovanna e Alexandre andaram até o fim do corredor do andar de cima da casa, Alexandre carregando as malas de ambos e ela fingindo ajudar.
- Eu quero só ver o que tu botou na minha mala.
- Biquínis, porra! - Ele riu. - O que você precisar a mais a gente sai pra comprar aqui em Noronha, eu mesmo te levo! A gente alugou carros mesmo.. - Ele deu de membros como se fosse simples.
- Ainda não acredito que deixei tu me arrastar de última hora.
- A gente merecia, Gi! Fala sério. Aquela rotina bizarra de gravação, os roteiros sendo entregues de última hora, todo mundo exausto, exaurido. A gente merece estar aqui e relaxar, pelo amor de Deus! E ainda mais você, depois de tudo que aconteceu.
Giovanna ficou pensativa por um segundo.
- A vida não para, não. Vamos viver tudo que há pra viveeeeer! Vamos nos permitiiiiiir. - Ele cantou, fazendo gracinha e puxando ela pra dançar.
Giovanna gargalhou, sendo levada por ele.
Talvez, só talvez, terminar com Leonardo naquele momento tivesse sido a melhor decisão que havia tomado em anos.
