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Alexandre a deixou em paz por boa parte do tempo. Se sentou afastado, ficou conversando com os meninos. Deu o espaço e o tempo que ela precisava. Ficou com o violão no colo a noite toda, cantando as músicas que os amigos pediam. Todos cantavam em uníssono e gargalhando alto toda vez que erravam as letras. Gravaram um milhão de vídeos e tiraram dois milhões de fotos.

Continuaram bebendo como se já não tivessem aprendido a lição do dia anterior. Não parava de cantar, dançar, pular e brincar com os meninos. Ele só abaixou a frequência um pouco depois de se alimentar, e logo em seguida pegou outra cerveja. Todos se sentaram ao redor da fogueira. E todas as vezes que ela tentava se aproximar, ele ignorava. Giovanna estava começando a sentir os efeitos colaterais da amizade colorida.

- A gente fica esporadicamente, assim, numa boa. - Alessandra deu de ombros.

- Nem fudendo. - Alexandre respondeu olhando Rodrigo e Alessandra. - E nenhum dos dois se apaixonou? Nunca? Tem que ter um que ama o outro em segredo, não é possível.

- Diferente, né Nero? Nem todo mundo é emocionado igual você. - Rodrigo gargalhou.

- Vai se fuder. - Alexandre mostrou o dedo do meio para ele mordendo o lábio inferior e caiu na risada.

- Funciona pra gente assim. - Alessandra deu de ombros. - Mas é porque a gente é bem desapegado. É literalmente só sexo.

- O sexo é bom pelo menos? - Alexandre perguntou.

- Tá interessado? - Rodrigo rebateu.

- Em você? Sempre. - Alexandre flertou.

Gargalharam os dois juntos.

- To perguntando porque não vejo como não estragar a amizade, porra. - Alexandre comentou.

Giovanna lançou um olhar para ele, sabendo do que se tratava.

- Imagina, somos mais amigos que nunca, né Rô? - Alessandra perguntou. - Melhores amigos.

- Que melhores amigos diferentes. - Alexandre provocou.

- Teu teto é de vidro.. - Rodrigo avisou para Alexandre calar a boca antes que ouvisse o que não queria.

- Não tá mais aqui quem falou, amor. - Ele levantou as mãos, rendido. - Eu não sou muito bom de ser amigo de ex. Não sou amigo da Karen, não quero ser amigo da.. Como chamava ela? - Ele olhou para Giovanna por um momento.

- Amm.. - Ela olhou pro céu tentando lembrar. - Fabiana.. Fabiula! Fabiula Nascimento. - Ela se lembrou.

- Essa! Ah, nada a ver. Sei lá. Não tem clima. Como você é amigo de alguém que você já..? Sei lá.

- Eu sou boa nisso. - Giovanna deu de ombros. - To amiga do Léo, sou baita amiga do Murilo.. Ale também é amiga dele, né Ale? - Olhou para Alessandra.

- Gente, o que vocês viram nesse cara, aliás? Pelo amor de Deus. O cara comeu metade da rede globo, 2 só desse grupo aqui. Para, não acredito nisso. - Alexandre resmungou.

Giovanna e Alessandra se entreolharam, dando risada.

- Ele era galã na época, pô. - Giovanna se defendeu.

- E também ele é bem bom de cama.

- O Murilo é. - Giovanna concordou, relembrando. Tomou um gole de sua bebida.

Alexandre a encarou do outro lado do sofá.

- Que mais, Alê? O que ele tem de tããão especial que te encantou? - Alexandre sondou.

- Ah, sei lá. O Murilo tem uma lábia. Você vai dando risadinha, quando vê tá dando risadinha na cama dele.

- Olha só! - Alexandre respondeu.

would've could've should'veOnde histórias criam vida. Descubra agora