Giovanna foi até a cozinha, e Alexandre a acompanhou. Ele apoiou os cotovelos cruzados em cima do balcão, deitando metade do corpo ali. Ficou olhando enquanto ela se movia pela cozinha, pegando o prato e se servindo com o risoto que ele havia feito.- O que foi? - Ela cruzou os braços enquanto a comida esquentava. - Deve estar se achando, né? - Ela balançou a cabeça negativamente, contrariada.
- Eu? Não. - Ele negou. - Na verdade, to pensando que risoto requentado é muito ruim. Você não prefere que eu faça algo pra você comer? - Ele se aproximou dela, beijando sua cabeça.
Giovanna fechou os olhos, se sentindo cuidada.
- Não precisa, Alê. - Amoleceu em segundos. - Você sabe que seu risoto é o melhor do mundo, até quando tá ruim. Até quando você salga demais. - Ela fez uma careta se lembrando de uma quinta-feira aleatória em que ela estava super cansada de tanto trabalhar e ele decidiu fazer o jantar. Riu sozinha, se lembrando deles reclamando, zoando e acabando por pedir uma pizza no fim das contas. Virou uma piada interna para pedir o quão salgado algo estava de zero à risoto do Alê.
- Tem certeza? Não custa.. A gente inventa moda com alguma coisa aqui, fresquinho, e..
- Tá tudo bem. - Ela murmurou, segurando a mão dele.
Alexandre enlaçou o braço no pescoço dela, grudando seus corpos. A abraçou, forte. Giovanna correspondeu, apoiando as mãos nas costas dele. Fazia carinho lentamente, aproveitando o cheiro do perfume dele de tão perto. Amava aquele perfume, e ele sabia disso.
- Não vai mesmo me dar um beijo? - Repetiu ele, no ouvido dela, bem baixinho.
Giovanna fechou os olhos, arrepiando, pela milésima vez naquela noite. Ele já tinha feito isso muitas vezes, sussurrado aquelas mesmas palavras. E a verdade era que ela adoraria ceder.
- Não.. - Ela sussurrou, um pouco enfraquecida. - O pessoal tá todo aqui.. E.. Não quero que eles..
Ela não conseguiu mais dizer muita coisa, Sentiu os dedos dele subindo por sua nuca, enlaçando seus cabelos, puxando com força. Alexandre roçou o nariz no dela, e ela logo estava completamente entregue, torcendo para que ele a beijasse logo. Soltou um pequeno gemido de satisfação e alívio assim que os lábios quentes dele se juntaram aos dela. O beijo de Alexandre lhe causava um milhão de sensações. Passava carinho, paixão, fogo, desejo. O gosto dele era diferente. O jeito fervoroso que a beijava era diferente. A pegada dele, era diferente.
Giovanna se segurou na blusa dele, e logo deslizou as mãos por debaixo dela, tocando seu abdômen. Desceu as mãos por ali, sentindo os músculos. Alexandre contraiu o abdômen, arrepiado pelo toque delicado dos dedos e das unhas de Giovanna.
Soltou seus cabelos e a puxou mais forte pela cintura, descendo ambas as mãos para sua bunda. A bunda de Giovanna era muito grande. Ele realmente tentava segurar por completo, mas não conseguia. Passou às mãos, massageando, apertando com dificuldade.
- Você é tão gostosa.. - Ele murmurou em seu ouvido. - É absurdo.
Giovanna permaneceu de olhos fechados, totalmente hipnotizada por sua voz, o ar de seu sussurro, em seu ouvido, a arrepiava.
- A mais linda.. Do mundo.. A mais gostosa.. - Alexandre mordeu o lóbulo de sua orelha. Deu um gemido baixo, rouco, enquanto apertava sua bunda. Estava louco de tesão por ela. - A mais inteligente.. Talentosa.. A mulher mais incrível que eu já conheci. - Ele murmurava.
Giovanna ouviu passos de salto a distância. Empurrou ele um pouco, se desvencilhando e acordando de seu transe. Viu Alexandre sorrindo completamente cínico por saber o que havia acabado de causar nela. Ele mordia seu lábio inferior, e olhava para ela a devorando com os olhos.
Ela tentou respirar fundo, ajustar sua respiração. Alexandre foi saindo da cozinha a medida que chegavam ali.
- Cadê o Ale? - Vanessa perguntou, confusa.
- Não sei, acho que foi dormir. - Giovanna deu de ombros, evitando olhar para as pessoas. Pegou sua comida e foi se sentar, ainda transtornada, na mesa de jantar.
Comeu com os amigos, tomando mais vinho e conversando sobre amenidades. Demorou muito tempo para voltar ao normal. Não queria ir pro quarto. Sabia o que aconteceria se ficasse muito tempo sozinha com Alexandre. Esperou ficar com muito sono, e já eram mais de três da manhã quando todos foram deitar e não sobrou outra opção senão ir também.
Giovanna fez sua higiene noturna tentando não acordar Alexandre, que dormia pacificamente com a calça do pijama de seu lado da cama.
Estavam dormindo com a sacada aberta. O barulho do mar, a luz da lua.. Alguma coisa ali fazia com que ela olhasse para ele de um jeito diferente. Giovanna se sentou na cama, e ajeitou o cabelo dele, passando os dedos por entre os fios, jogando-os para trás. Alexandre tinha essa espécie de "fio bagunçado" do lado direito da cabeça, bem próximo à costeleta, que sempre ficava rebelde e bagunçado, apesar de todo o resto do cabelo viver alinhado. Ele não gostava que tocassem em seu cabelo, mas nunca nem por um segundo reclamava das vezes que Giovanna o tocava ali.
- O que eu faço com você, ein? - Ela sussurrou, assistindo ele dormir, acariciando seus cabelos. - Tu não pode fazer eu me apaixonar. Não por você.. - Ela balançou a cabeça negativamente. - Se bem que acho que já tá bem tarde pra voltar atrás, Alê. - Ela confessou, suspirando.
Admirava o formato da boca dele, que não tinha lábios grandes e carnudos mas ironicamente continha o melhor beijo de sua vida. A barba por fazer, que ela tanto amava. As falhas na barba também, o que era algo muito característico e sempre ficava mais evidente quando ele deixava crescer.
Se deitou ao lado dele, de frente para ele. Ouvia sua respiração baixa, tranquila e confortável. Encostou a testa na dele e ficou fazendo carinho em sua nuca, até adormecer assim, bem pertinho dele, como um casal.
Alexandre acordou bem cedinho naquela manhã. Havia ido deitar cedo, ao contrário dos amigos que, pôde ouvir, ficaram acordados até tarde. Sabia que Giovanna iria fugir dele naquela noite, porque ela estava assim. Para cada pequeno passo que davam para frente, ela dava uns três para trás sozinha. Para sua surpresa, acordou vendo Giovanna completamente agarrada nele. Eram 5:50 da manhã. Ele sorriu, satisfeito pela posição que se encontravam. Não era casualidade e não havia forma alguma de ela ter acabado naquela posição sem querer. Ela dormiu assim. Alexandre abraçou sua cintura, fazendo carinho ali pôr debaixo da blusa do pijama. E ficou na cama, até oito da manhã, quando ela finalmente despertou.