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Alexandre ficou sentado na cama esperando ela sair do banho. A morena logo saiu com os cabelos molhados, já mais secos por ter passado a toalha li. Estava de roupão, mal colocado por sinal, porque ele conseguia ver o colo dela.

Ele a encarou dos pés à cabeça, sem se segurar. Ia mostrar pra ela o quanto a desejava. Aquela conversa na qual ela fingia não saber tudo que faziam no trabalho o chateou profundamente.

- O que foi? - Ela riu de como ele estava ali, parado, na mesma posição que ela o havia deixado. - Ta me esperando?

- Sim, na verdade, sim. - Ele se levantou, se aproximando dela. - Eu quero um beijo.

- O que? - Ela riu de nervoso. - Tá maluco porra?

- Um beijo. Se você é tão atriz como você diz que é, me beija e me mostra que não te afeta.

- Eu não vou te beijar só pra provar um ponto, Alexandre. - Ela revirou os olhos.

- Que diferença faz? - Ele andou até ela, fazendo com que ela desse pequenos passos para trás. Ele a colou na parede, deixando a atriz sem saída. - A gente se beijava todo dia como Stenio e Helô, não faz diferença. É seu trabalho.

- Meu trabalho é no projac. Você é meu melhor amigo, eu acabei de terminar com o Léo.. Não quero confundir as coisas. Não ia ser legal com ele já estar beijando outro poucos dias depois de..

- Se não te afeta, não faz diferença. - Ele voltou a repetir. - Vai, Giovanna. Tá com medo de que?

Giovanna o encarou no fundo dos olhos.

- Você é insuportável. Que que é, tá querendo me colocar no seu álbum de figurinha só porque percebeu que eu sou a única mulher com quem você convive que não cedeu aos seus encantos?

- Você já tá no meu álbum de figurinha desde nosso primeiro trabalho. Você é a figurinha mais rara, cara e especial que está lá. - Ele deu um sorriso malicioso. - Sabe por que? Porque eu sei que desde o dia número um você se aproveitou dos beijos "técnicos" - Ele fez aspas com as mãos. - Mesmo quando estava namorando o Leonardo, ou quem quer que fosse.

Giovanna balançava a cabeça negativamente.

- Caralho, Nero. - Ela só o chamava assim quando estava brava. Alexandre evitou dar risada, por mais que quisesse muito. - Como você é chato.

- Um beijo, e eu fico quieto. Quer dizer, se você realmente não sentir nada, eu fico quieto. Caso contrário..

- Caso contrário o que? - Ela perguntou, curiosa. - Quer saber? Não importa, Alexandre. Vamos acabar logo com isso.

Giovanna o puxou pelo pescoço. Ficando na ponta dos pés, beijou sua boca. Sentiu o melhor amigo vindo com sede ao pote ao corresponder o beijo dela. Ele sempre teve a pegada mais forte e sensual que ela já tinha experimentado na face da Terra, e disso ela se lembrava muito bem. Caso não se lembrasse, ele estava ali mostrando isso para ela mais uma vez. Pegava em sua cintura com força, colando os corpos dos dois.

Giovanna enlaçou os dedos pelo cabelo dele, puxando-o mais perto. Em questão de segundos sentiu o volume da cintura dele contra sua coxa desnuda. Ele arfou, não conseguindo continuar o beijo. Se afastou por um milésimo de segundo, com todos os sentidos nublados. Alexandre não deixou. Capturou sua boca mais uma vez, intensificando cada vez mais. Enlaçou os dedos pelo cabelo dela, puxando enquanto a beijava. Arrancou um gemido bem baixinho dela, e sorriu satisfeito quando o fez. Não queria quebrar aquele beijo nunca mais.

Não tinha a menor noção de tempo, mas poderia jurar que estavam se beijando há mais de uns bons sete minutos.

Giovanna parou de beijá-lo, muito ofegante. O olhou dentro dos olhos, e ele devolveu o olhar. Algo ali tinha mudado. O olhar dela tinha mudado, ele tinha certeza. Alexandre deu um sorrisinho malicioso, satisfeito.
Acariciou a bochecha dela com o polegar.

- Viu? Nada. - Ela se afastou, evitando olhar para ele, pegando um vestido dentro da gaveta, e sua lingerie.

- Você tá de brincadeira com a minha cara? - Alexandre franziu o cenho e foi até ela. - Giovanna!

Ela deu as costas e saiu do quarto, se enfiando no de Vanessa.

- Oi, posso me vestir aqui?

- Claro, Gio!

Ela se fechou no quarto da amiga, indo ao banheiro se vestir. Observou os lábios avermelhados e inchados no espelho, e respirou fundo.

- Não acredito que você terminou com seu namorado fofo de anos por causa daquele cafajeste do seu melhor amigo, Giovanna. - Ela fechou os olhos com força. Respirou fundo.

Se trocou, e grudou em Vanessa para não ser incomodada por Alexandre que tentou aproximá-lá diversas vezes.

Se distraiu com o violão de Alexandre que estava na sala, se perguntando se ainda sabia tocar alguma coisa.

Se distraiu com o violão de Alexandre que estava na sala, se perguntando se ainda sabia tocar alguma coisa

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Alexandre chegou por trás dela, ajeitando a postura e a forma como segurava o violão. Giovanna sentiu um arrepio percorrer seu corpo.

- Assim. - Ela ouviu a voz grossa perto de seu ouvido, sentindo a barba roçando em seu pescoço. - Espalma mais a mão, senão você vai sentir dor nos dedos. - Ele aconselhou, tocando a mão dela.

Giovanna não ousou olhar pro lado. Fingiu ainda estar concentrada em tocar as poucas notas que sabia no violão.

- Isso, Gi. Tá linda com esse violão no colo. - Ele falou diretamente no ouvido dela.

Ela sentiu seu corpo arrepiar. Finalmente teve coragem para olhar para ele. Estavam muito perto um do outro.

- Acho melhor tu dormir no sofá hoje. - Ela sugeriu.

Alexandre gargalhou.

- É isso que você quer? - Ele ergueu as sobrancelhas.

Giovanna assentiu.

- Eu durmo. Faço o que você quiser, mas lembra que não dá pra fugir pra sempre. - Ele se aproximou do ouvido dela de novo, para ninguém ouvir o que ia dizer. Giovanna fechou os olhos, já completamente seduzida pela forma que ele falava em seu ouvido. - Mas quando você acordar amanhã eu ainda vou estar aqui, seus sentimentos por mim também. E os meus por você.. E tudo isso que existe entre nós.

Ele se levantou, piscando para ela, e indo para perto dos meninos.

would've could've should'veOnde histórias criam vida. Descubra agora