Keisuke continuou sem responder, mesmo depois de todas as mensagens e ligações, Chifuyu a aconselhou espera, e foi o que fez. Mickey agia como se estivesse tudo sobre controle, o olhar perdido, longe de qualquer interesse, se ela não soubesse o que ele sentia talvez começasse a acreditar que ele não se importava com o amigo.
Quando o fim do dia finalmente chegou ela se viu livre para procurar por uma solução, Mitsuya havia prometido ajuda e ela cobraria isso. Os dois caminharam em silêncio até o prédio onde Baji e Chifuyu moravam, mas nenhum dos dois estavam em casa, ela se amaldiçoava mentalmente por não ter sido mais esperta, por não ter quebrado as regras e ido a reunião dos capitães mesmo sem poder.
— Posso ser sincero? — Takashi perguntou, seus olhos prestavam atenção no caminho que faziam. — Baji não quer que você se entre nisso, ele sabe exatamente o que gangues como a Valhalla fazem com garotas...
— O Baji não está traindo a Toman, eu sei disso... — Rukia fechou a mão com rispidez, as unhas cravando contra a palma. — Eu tive um sonho... Pode parecer loucura, mas eu não posso deixar o Baji morrer.
Takashi tentou absorver sem se assustar, mas foi impossível. Por alguns instantes o capitão da segunda divisão ficou indeciso entre acreditar em sonhos ou na realidade.
— Como sabe que ele vai morrer?
— Não sei, mas posso provar... — ela rapidamente abriu a mochila, ainda vestida no uniforme da escola parecia uma garota comum.
Um caderno estava na mão dela logo em seguida, algumas folhas soltas por ele chamaram a atenção do mais velho, uma delas com o desenho de um anjo sem cabeça, igual ao símbolo que a Valhalla exibia em seu território.
— Onde encontrou isso? — Mitsuya tomou o desenho para si, a data marcava quase um mês antes, perto da data que a encontraram. — Você fez isso? Sabia sobre a Valhalla?
— Eu sonhei com isso! — ela não mentia, ele agora tinha certeza disso. — Baji vai morrer nessa luta... Convence o Mickey a não ir...
— Impossível, se não formos será como uma derrota para a Toman.
— Então me deixem ir também!
Mitsuya soltou uma risada, nervosismo, medo, não sabia como definir, mas não queria debochar dela.
— Você não está pronta, vai se machucar. — a morena acenou positivamente, ela sabia que ainda não era forte o suficiente, mas isso não importava mais, não se o preço fosse perder a única pessoa que confiou nela.
Eles queriam discutir mais, no entanto, Takemichi apareceu com Chifuyu, o segundo quase desmaiado, com o rosto machucado e cheio de sangue. Takashi se adiantou pegando o loiro nos braços, Takamichi tinha os olhos cheios de lágrimas, as mãos trêmulas anunciavam um pico de ansiedade que o obrigava a não conseguir falar.
Mitsuya pilotou com Chifuyu até sua casa, sua mãe estava trabalhando e não estaria em casa tão cedo, ao menos era melhor do que entregar o loiro naquele estado para a mãe dele. Rukia e Takemichi foram juntos a farmácia, onde o mais alto a viu escolher diversos remédios diferentes, além de álcool e gases.
— Pra que serve isso tudo? — Hanagaki questionou enquanto a guiava para a casa do segundo capitão. Na noite anterior Mickey o tinha deixado sobre a responsabilidade de Mitsuya, não era problema confessar a ele o que tinha acontecido ao vice-capitão da primeira divisão.
— Ele deve estar com muita dor...
Ele não disse mais nada, sabia o quanto Chifuyu havia apanhado e não conseguia sequer sonhar com a dor que estava sentindo. No entanto, agora ele começava a entender um pouco da motivação que Keisuke tinha, e sabia exatamente como o irmão mais velho de Mickey havia morrido, essas informações seriam úteis para ajudar o futuro.
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Rosa Negra - Tokyo Revengers (CONCLUÍDA)
Fanfiction"A morte e o abandono, dois inimigos que ela ainda não sabia enfrentar, diante de seus olhos, ferindo seu corpo sem ao menos lhe tocar, como um rasgo na alma que se tornou impossível de curar, um pesadelo, um sonho. O futuro. Rukia sobressaltou, s...