Ainda conseguia sentir o cheiro dele, o toque dele, mas não podia vê-lo. Era de se esperar que aquele encontro havia sido apenas por desejo, ou qualquer coisa que obrigasse Manjiro a quebrar a distância que havia criado entre eles, e também era obvio que agora ele sabia que ela estaria disposta a trazê-lo de volta independente da situação.
O tempo havia passado, mas o que sentiam ainda estava vivo, ardendo como a lava de um vulcão. Ela dirigiu para casa na manhã seguinte, tentou fazer o mínimo de barulho possível, mas fora surpreendida por Hanma e Baji assim que entrara no apartam. Os dois morenos estavam sentados no sofá, encarando a porta como se soubessem exatamente a hora que ela chegaria.
— Onde e com quem? — Keisuke perguntou impaciente, os caninos a mostra evidenciando a raiva. — E não adianta dizer que estava com o Chifuyu, sabemos que é mentira.
Ela evitou rir, segurava as botas em uma mão e as chaves na outra, a jaqueta estava amarrada na cintura e pela cara que eles a encaravam sua cara devia estar amassada demais para quem dormiu no carro. Rukia se aproximou, sentando entre os irmãos e soltando os calçados no chão sem cuidado.
— Estava com ele... — confessou. Baji soltou a respiração, havia conversado com Drake por mensagens e o loiro desconfiava que algo assim poderia acontecer. — Me desculpe, eu devia ter avisado...
— Dormiu com ele? — Hanma perguntou, seus olhos fixos na mais nova, evidenciando que não falava apenas do sono em si. Ele se levantou quando a viu acenar positivamente. — Você foi muito irresponsável, mesmo depois do Takemichi dizer que você foi morta por causa do Mikey, você ainda assim se encontrou com ele?
O tom dele começou a se elevar, algo que nunca tinham visto antes. Desde que Hanma decidira estar ao seu lado as coisas tinham mudado muito para ele, a morte de Kisaki tinha afetado muito sua vida — ele não teve a chance de confessar ao amigo que estragara o plano porque tinha uma irmã e queria protegê-la. Rukia era tudo que ele tinha, sempre fora tudo que ele tinha, perdê-la era uma possibilidade na qual não queria cogitar, mesmo que tivesse de obrigá-la a sofrer com a ausência de Manjiro.
— Não planejei encontrar com ele. — fora sincera, mas isso pouco importava para Hanma.
— Está proibida de vê-lo! — o mais velho brandiu irritado. — Não importa a circunstância, vou cuidar pessoalmente para que não se ausente da sua rotina.
A porta de entrada se abriu, Chifuyu entrou em passos calmos, o rosto ainda carregado de sono. Matsuno entendeu perfeitamente a situação assim que encarou os amigos, tinha concordado com a ideia da garota porque se sentia culpado, mas sabia que ambos tinham errado e a arriscado demais com aquela atitude. Hanma fez menção em andar na direção do loiro, mas a irmã se colocou a frente do mais velho, repousando a mão aperta sobre o peito do mesmo e o encarando em reprovação.
— Ele não tem culpa...
— Eu não tenho medo dele, Rukia. — Chifuyu se posicionou atrás da amiga, encarando Hanma, o respeitava apenas pelo laço de sangue e o pedido que ela tinha feito a ele. — Mikey jamais machucaria sua irmã, ele gosta dela o suficiente para aceitar sofrer com a ausência dela.
— Isso não vem ao caso, — Baji se pronunciou, segurando o ombro do mais velho com calma. — se estiver disposta a mentir para ficar com ele é melhor nos deixar de vez. Se for ficar deste lado terá de nos ajudar a convencê-lo de estar errado, mesmo que isso vá machucá-lo.
— Ele realmente não vai machucá-la, ou não ficará vivo para se arrepender. — a ameaça de Shuji obrigou Rukia a abraçá-lo, tão forte que ele podia sentir os batimentos da menina contra seu corpo.
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Rosa Negra - Tokyo Revengers (CONCLUÍDA)
Fanfiction"A morte e o abandono, dois inimigos que ela ainda não sabia enfrentar, diante de seus olhos, ferindo seu corpo sem ao menos lhe tocar, como um rasgo na alma que se tornou impossível de curar, um pesadelo, um sonho. O futuro. Rukia sobressaltou, s...