19 - Acorde

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Ainda conseguia sentir o cheiro dele, o toque dele, mas não podia vê-lo. Era de se esperar que aquele encontro havia sido apenas por desejo, ou qualquer coisa que obrigasse Manjiro a quebrar a distância que havia criado entre eles, e também era obvio que agora ele sabia que ela estaria disposta a trazê-lo de volta independente da situação.

O tempo havia passado, mas o que sentiam ainda estava vivo, ardendo como a lava de um vulcão. Ela dirigiu para casa na manhã seguinte, tentou fazer o mínimo de barulho possível, mas fora surpreendida por Hanma e Baji assim que entrara no apartam. Os dois morenos estavam sentados no sofá, encarando a porta como se soubessem exatamente a hora que ela chegaria.

— Onde e com quem? — Keisuke perguntou impaciente, os caninos a mostra evidenciando a raiva. — E não adianta dizer que estava com o Chifuyu, sabemos que é mentira.

Ela evitou rir, segurava as botas em uma mão e as chaves na outra, a jaqueta estava amarrada na cintura e pela cara que eles a encaravam sua cara devia estar amassada demais para quem dormiu no carro. Rukia se aproximou, sentando entre os irmãos e soltando os calçados no chão sem cuidado.

— Estava com ele... — confessou. Baji soltou a respiração, havia conversado com Drake por mensagens e o loiro desconfiava que algo assim poderia acontecer. — Me desculpe, eu devia ter avisado...

— Dormiu com ele? — Hanma perguntou, seus olhos fixos na mais nova, evidenciando que não falava apenas do sono em si. Ele se levantou quando a viu acenar positivamente. — Você foi muito irresponsável, mesmo depois do Takemichi dizer que você foi morta por causa do Mikey, você ainda assim se encontrou com ele?

O tom dele começou a se elevar, algo que nunca tinham visto antes. Desde que Hanma decidira estar ao seu lado as coisas tinham mudado muito para ele, a morte de Kisaki tinha afetado muito sua vida — ele não teve a chance de confessar ao amigo que estragara o plano porque tinha uma irmã e queria protegê-la. Rukia era tudo que ele tinha, sempre fora tudo que ele tinha, perdê-la era uma possibilidade na qual não queria cogitar, mesmo que tivesse de obrigá-la a sofrer com a ausência de Manjiro.

— Não planejei encontrar com ele. — fora sincera, mas isso pouco importava para Hanma.

— Está proibida de vê-lo! — o mais velho brandiu irritado. — Não importa a circunstância, vou cuidar pessoalmente para que não se ausente da sua rotina.

A porta de entrada se abriu, Chifuyu entrou em passos calmos, o rosto ainda carregado de sono. Matsuno entendeu perfeitamente a situação assim que encarou os amigos, tinha concordado com a ideia da garota porque se sentia culpado, mas sabia que ambos tinham errado e a arriscado demais com aquela atitude. Hanma fez menção em andar na direção do loiro, mas a irmã se colocou a frente do mais velho, repousando a mão aperta sobre o peito do mesmo e o encarando em reprovação.

— Ele não tem culpa...

— Eu não tenho medo dele, Rukia. — Chifuyu se posicionou atrás da amiga, encarando Hanma, o respeitava apenas pelo laço de sangue e o pedido que ela tinha feito a ele. — Mikey jamais machucaria sua irmã, ele gosta dela o suficiente para aceitar sofrer com a ausência dela.

— Isso não vem ao caso, — Baji se pronunciou, segurando o ombro do mais velho com calma. — se estiver disposta a mentir para ficar com ele é melhor nos deixar de vez. Se for ficar deste lado terá de nos ajudar a convencê-lo de estar errado, mesmo que isso vá machucá-lo.

— Ele realmente não vai machucá-la, ou não ficará vivo para se arrepender. — a ameaça de Shuji obrigou Rukia a abraçá-lo, tão forte que ele podia sentir os batimentos da menina contra seu corpo.

Rosa Negra - Tokyo Revengers (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora