12 - Os olhos da mamãe

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Na escola, na rua, nas reuniões, ela nunca estava sozinha. A impaciência de Hanma estava começando a transparecer para Kisaki, que expulso da Toman, planejava algo para retomar a confiança de Mickey, a medida que os dias passavam, o moreno percebia o quanto isso era ruim.

Mickey e Baji eram como dois soldados, acompanhando-a onde quer que ela fosse, prontos para revidar qualquer tentativa de se aproximar, no entanto, o que seria a vida sem uma aventura? Sem o fervor do sangue correndo das veias e a sensação de estar cada vez mais próximo do perigo? Hanma virou a mesma esquina que ela, que pela primeira vez, estava sozinha pelas ruas, — Emma e ela se encontrariam para comprar os presentes de natal — longe da visão de seus vigias. O beco o surpreendeu, não a encontrar o fez desconfiar de uma emboscada, mas não sairia dali sem sua resposta.

Em passos lentos ele se aproximou do final, ela surgiu com uma barra de ferro na mão, as latas de lixo por perto lembravam como havia conhecido a Toman, no entanto, não sonhara sobre esse encontro, era algo que não podia controlar.

— Me pergunto quando notou que eu o tinha visto. — seus olhos eram como faróis, iluminando o beco e o rosto de seu oponente.

— Na verdade, não percebi. — Hanma admitiu, dessa vez não sorria, queria guardar todos os traços dela em sua mente e para isso precisava se concentrar. — Sou quase duas vezes maior que você, não vai me machucar com isso. — os dedos magros do garoto apontavam para a barra na mão dela.

— O tamanho não importa quando se sabe onde bater. — ela era corajosa.

Agora mais perto ela parecia diferente, menos magra que na batalha contra Valhalla, os dias de treino com a Toman pareciam ter algum efeito. Era dezembro, a neve já estava impregnada pelas ruas, ambos usavam roupas de frio que cobriam todo o corpo. O mais velho usava um sobretudo preto que chegava até o meio de sua canela, enquanto a morena usava saia preta com meia calça e um casaco sobrepondo uma blusa branca, as mãos com luvas aveludadas e um cachecol que havia ganhado de Emma. Era impossível que tivesse visão do que queria com toda aquela roupa.

— Eu só quero ter certeza de uma coisa. — Hanma se aproximou, rápido e feroz.

Segurando os pulsos de Rukia com certa agressividade, pressionando seus tendões para obrigá-la a largar a barra, assim como um dia ela tinha feito com Kazutora. A respiração do mais velho estava tão próxima que era possível senti-la contra seu rosto, causando aos poucos um pequeno pânico em seu corpo.

— Vai se arrepender se me machucar...

— Acredite, se eu quisesse te machucar, já teria feito. — as mãos dele apertaram mais, e com uma troca rápida o moreno passou a segurar ambos os pulsos com uma única mão.

A mão livre Hanma levou até o casaco da mais nova, abrindo os botões com um pouco de pressa, Rukia estremeceu naquele instante, sua respiração começou a pesar, como se tivesse esquecido totalmente como puxar e soltar o ar.

— Eu não vou te machucar... — ele sussurrou.

— O que quer? — uma lágrima escapou de seus olhos, aos poucos suas bochechas e nariz ficaram vermelhas. — Por favor...

Hanma franziu o cenho, o peito pareceu ter um choque de adrenalina, acelerando seu coração, as lágrimas, o medo, não era essa a reação que ele esperava e muito menos a impressão que queria passar.

— Não, — ele a soltou. — Eu jamais faria isso...

— O que você quer? — ela perguntou novamente, desta vez limpando o rosto do com dorso da mão.

Rosa Negra - Tokyo Revengers (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora