22 - Vingue-se

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— Sanzu... — a voz da morena estava melancólica, dolorida, embargada por uma imensa vontade de chorar.

O brilho de seus olhos ainda era o mesmo, ainda refletia felicidade, e isso deixara Sanzu com ainda mais raiva. Queria que os olhos da garota fossem mais parecidos com os de Manjiro, vazios e doloridos, cheios de melancolia e desespero, mas nem com a morte do irmão ela mudara, talvez ainda não tivesse sido suficiente. Trazer uma arma para uma briga de rua era como quebrar as leis da Toman, mas a Kantou não se preocupava nenhum um pouco com isso, muito pelo contrário, visavam a vitória acima de qualquer coisa, e com Hanma morto ela parecia estar mais próxima.

Rukia voltou a sentir as próprias mãos naquele momento, era como se o destino quisesse que lutasse, como se precisasse ferir seu próprio corpo para compensar a raiva que sentia eu seu coração. A menina caminhou na direção de Sanzu, colocando-se na direção da arma que o vice-presidente da Kantou segurava, mentalmente se preparava para qualquer coisa, qualquer resultado, mas precisava lutar, por Hanma, pela Toman, por sua família.

— Uma vez ouvi que as boas pessoas sacrificariam seu amor para salvar o mundo, — sua voz era como uma embriaguez para Manjiro, que de longe observava tudo sem esboçar absolutamente nada. — eu acho que não sou uma boa pessoa, nunca teria coragem de machucar minha família para salvar nada.

Sanzu franziu o cenho, preocupando-se. Ela parou a sua frente, o cano da arma sobre a testa, como um desafio perigoso de que ele não teria coragem de atirar, o albino lançou os olhos até seu comandante, perguntando-se o que ele sentiria ao vê-la morrer. A única garota que ele gostava, a única que levara para cama, a única que ele preferia estar longe do que machucá-la no futuro. Manjiro não tinha ideia que Sanzu sempre pretendeu matá-la.

— Eu seria capaz de coisas piores para salvá-los. — um sussurro, com exatamente o que ele queria ouvir.

— Você me entende... — Sanzu deixou os dentes aparecerem enquanto falava, abaixando a arma e abrindo os braços. — Sabe o que eu quero, sabe o que ele precisa.

Ela sabia, sabia que cada ato do antigo vice-capitão era calculado para afundar Mikey na mais profunda escuridão. Perceber isso não foi difícil, difícil seria decidir dali em diante. A mais baixa segurou o pescoço de Sanzu, cravando seus dedos na pele do garoto, a força fora tanta que Sanzu precisou soltar a arma para segurar a mão da menina com as suas. Ela o lançou contra o chão, enrolando seu braço no rabo de cavalo que ele usava e tomando controle de sua cabeça, chutou a arma para longe e com força arremessou a cabeça do mais velho contra o chão, batendo-a nos trilhos. Ele havia baixado demais a guarda, acreditara que ela podia compreendê-lo, mas sua real vontade tinha outro nome: vingança.

O movimento de sua cabeça contra os trilhos se repetiu quatro vezes, até que ela pudesse visualizar o sangue escorrendo pela lateral da cabeça do garoto. Senju observou o irmão de longe, ainda tonta pela pancada que tinha recebido, todos pareciam impressionados com a força que Rukia havia usado contra o assassino de seu irmão, mas ela tinha uma motivação, um gatilho.

— Eu faria coisas que você não tem noção pelo Hanma... — a menina admitiu colocando-se sobre Sanzu. — Tem algo quebrado dentro de mim, mas eu prometo que não chega aos pés do que farei com sua cabeça.

— Rukia... — Senju pronunciou o nome da amiga, levantando-se as cambaleios e caminhando para perto de ambos. — Não... a culpa disso é minha.

Senju segurou a amiga pelos ombros, tirando-a de cima do irmão e lançando-a para longe. Todos pareciam ter voltado a lutar, criando suas próprias batalhas, suas próprias derrotas. E embora Rukia não quisesse mais lutar, o ódio havia tomado controle de suas ações. Sanzu voltou a se levantar, cambaleado para perto da pistola no chão, e aos tropeços correu para longe das garotas. Entendia perfeitamente seu limite, precisava de tempo para continuar seu plano.

Rosa Negra - Tokyo Revengers (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora