— Sanzu... — a voz da morena estava melancólica, dolorida, embargada por uma imensa vontade de chorar.
O brilho de seus olhos ainda era o mesmo, ainda refletia felicidade, e isso deixara Sanzu com ainda mais raiva. Queria que os olhos da garota fossem mais parecidos com os de Manjiro, vazios e doloridos, cheios de melancolia e desespero, mas nem com a morte do irmão ela mudara, talvez ainda não tivesse sido suficiente. Trazer uma arma para uma briga de rua era como quebrar as leis da Toman, mas a Kantou não se preocupava nenhum um pouco com isso, muito pelo contrário, visavam a vitória acima de qualquer coisa, e com Hanma morto ela parecia estar mais próxima.
Rukia voltou a sentir as próprias mãos naquele momento, era como se o destino quisesse que lutasse, como se precisasse ferir seu próprio corpo para compensar a raiva que sentia eu seu coração. A menina caminhou na direção de Sanzu, colocando-se na direção da arma que o vice-presidente da Kantou segurava, mentalmente se preparava para qualquer coisa, qualquer resultado, mas precisava lutar, por Hanma, pela Toman, por sua família.
— Uma vez ouvi que as boas pessoas sacrificariam seu amor para salvar o mundo, — sua voz era como uma embriaguez para Manjiro, que de longe observava tudo sem esboçar absolutamente nada. — eu acho que não sou uma boa pessoa, nunca teria coragem de machucar minha família para salvar nada.
Sanzu franziu o cenho, preocupando-se. Ela parou a sua frente, o cano da arma sobre a testa, como um desafio perigoso de que ele não teria coragem de atirar, o albino lançou os olhos até seu comandante, perguntando-se o que ele sentiria ao vê-la morrer. A única garota que ele gostava, a única que levara para cama, a única que ele preferia estar longe do que machucá-la no futuro. Manjiro não tinha ideia que Sanzu sempre pretendeu matá-la.
— Eu seria capaz de coisas piores para salvá-los. — um sussurro, com exatamente o que ele queria ouvir.
— Você me entende... — Sanzu deixou os dentes aparecerem enquanto falava, abaixando a arma e abrindo os braços. — Sabe o que eu quero, sabe o que ele precisa.
Ela sabia, sabia que cada ato do antigo vice-capitão era calculado para afundar Mikey na mais profunda escuridão. Perceber isso não foi difícil, difícil seria decidir dali em diante. A mais baixa segurou o pescoço de Sanzu, cravando seus dedos na pele do garoto, a força fora tanta que Sanzu precisou soltar a arma para segurar a mão da menina com as suas. Ela o lançou contra o chão, enrolando seu braço no rabo de cavalo que ele usava e tomando controle de sua cabeça, chutou a arma para longe e com força arremessou a cabeça do mais velho contra o chão, batendo-a nos trilhos. Ele havia baixado demais a guarda, acreditara que ela podia compreendê-lo, mas sua real vontade tinha outro nome: vingança.
O movimento de sua cabeça contra os trilhos se repetiu quatro vezes, até que ela pudesse visualizar o sangue escorrendo pela lateral da cabeça do garoto. Senju observou o irmão de longe, ainda tonta pela pancada que tinha recebido, todos pareciam impressionados com a força que Rukia havia usado contra o assassino de seu irmão, mas ela tinha uma motivação, um gatilho.
— Eu faria coisas que você não tem noção pelo Hanma... — a menina admitiu colocando-se sobre Sanzu. — Tem algo quebrado dentro de mim, mas eu prometo que não chega aos pés do que farei com sua cabeça.
— Rukia... — Senju pronunciou o nome da amiga, levantando-se as cambaleios e caminhando para perto de ambos. — Não... a culpa disso é minha.
Senju segurou a amiga pelos ombros, tirando-a de cima do irmão e lançando-a para longe. Todos pareciam ter voltado a lutar, criando suas próprias batalhas, suas próprias derrotas. E embora Rukia não quisesse mais lutar, o ódio havia tomado controle de suas ações. Sanzu voltou a se levantar, cambaleado para perto da pistola no chão, e aos tropeços correu para longe das garotas. Entendia perfeitamente seu limite, precisava de tempo para continuar seu plano.
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Rosa Negra - Tokyo Revengers (CONCLUÍDA)
Fanfic"A morte e o abandono, dois inimigos que ela ainda não sabia enfrentar, diante de seus olhos, ferindo seu corpo sem ao menos lhe tocar, como um rasgo na alma que se tornou impossível de curar, um pesadelo, um sonho. O futuro. Rukia sobressaltou, s...