Rosa Negra - Tokyo Revengers (CONCLUÍDA)

24 - Viva

"Mamãe, papai, eu sei o que pretendem fazer, tudo bem, eu não os culpo por nada disso, sou grata por terem me acolhido e cuidado de mim por todos esses anos, vai doer que me abandonem dessa maneira, mas eu já passei por coisas muito piores que isso. Não quero que sejam presos a mim — se é assim que encaram a situação — apenas sejam felizes, eu consigo me virar.

Não fiquem preocupados comigo, muito menos deixem de fazer o que desejam por culpa, nem deixem de tomar alguma decisão por minha causa. Agora eu sei de tudo, ah... quem dera poder contar a vocês sobre tudo o que sinto e passo. Por favor, prometam que serão o mais felizes possível, eu quero que nessa segunda chance todos que amam tenham uma vida feliz, e sim, apenas de saber que chorarei ao vê-los me abandonar, os amo. Encontrei um lugar pra ficar e uma nova família para chamar de minha, eu prometo que também serei muito feliz.

Rukia."

As gotinhas de sangue voltaram a pingar, tudo parecia tão comum, tão feliz. Seus olhos azuis eram a única luz naquele beco, e mesmo diante todos aqueles garotos eles pareciam brilhar ainda mais. Se lembrava tão bem da primeira vez que fora salva por seu irmão de consideração que sequer conseguia imaginar mudança naquela situação, o cheiro de lixo e sangue, a ferocidade nos olhos dos garotos, o colar de diamantes que carregava, tudo estava idêntico.

Seu coração bateu mais forte quando escutou o ronca das motos se aproximando, ele não vinha sozinho dessa vez — mesmo que não precisasse de nada além de alguns socos para derrubar todos aqueles garotos — trazia a Tóquio Manji consigo, sua família.

O beco ficou estreito quando Draken, Mikey e Baji se posicionaram na entrada, aqueles sorrisos ladinos pareciam ansiar por confusão, e não demorou muito até que começassem uma, chutando e socando os garotos com toda força e vontade. A morena caminhou entre os caídos na direção de Manjiro, seu braço dolorido estava afastado do corpo evidenciando a dor, mas foi impossível olhá-lo nos olhos e não sorrir. O loiro abriu os braços para recebê-la, no entanto, a menina tomou impulso e se jogou sobre seu corpo, passando as pernas por sua cintura e se agarrando ao garoto.

— Ah... — Manjiro retribuiu o abraço afagando o cabelo da mais nova. — É bom te ver, mas continua cheirando a lixo...

— E você continua indelicado... — ele se encolheu quando a mais nova mordeu seu trapézio com certa força. — Acho que escolhi o namorado errado...

Draken e Baji se olharam, os outros integrantes da Toman esperavam fora do corredor, mas conseguiam ouvir a conversa deles. Mikey colocou a mais baixa no chão com cuidado e segurou seu queixo obrigando-a encarar seus olhos.

— Você é minha, Rukia, não tem outra opção. — eles sorriram um para o outro.

Ela se lembrava de como, naquele futuro, ele a vigiava com a ajuda de Sanzu, embora soubesse que seu namorado não era mais movido por aquele impulso sombrio, ela tinha plena certeza do medo que ele tinha de perdê-la. No entanto, seus olhos se desviaram por alguns instantes, encarando um garoto mais alto que esperava na saída do beco.

Os cabelos negros tinham o mesmo tom que os seus, mas uma mecha loira no meio deles causavam um destaque em seu rosto. Hanma mostrou um sorriso tão sincero que ela podia jurar que nunca o vira daquela forma. Todos estavam ali, bem, vivos, felizes, e foi impossível segurar as lágrimas naquele momento, a visão de vê-lo morrer em seus braços era como facadas sobre o coração, saber que isso jamais aconteceria causava uma reação tão forte que a obrigara ajoelhar enquanto chorava.

Hanma se aproximou, acolhendo-a num abraço forte e cheio de saudade. O mais velho acariciava os cabelos da irmã enquanto ela soluçava agarrada a seu corpo, tocando seus pontos vitais como se ainda fosse difícil acreditar que ele estava ali.