Mais tarde naquele mesmo dia, Lia se arrumava para o jantar com Lucian, contente e certa de que nunca mais o veria depois daquela noite.
Ela colocou um vestido preto, que cobria apenas metade da sua coxa. Não era simples nem extravagante demais, era suficientemente elegante, com alças finas e um pequeno decote nas costas.
Como aquela noite não estava tão fria quanto esteve o dia inteiro, ela apenas separou seu blazer de couro, em tom escarlate, e o tirou do quarda-roupa para lembrar-se de levar, caso precisasse.
Fez um coque simples, com duas mechas caídas delicadamente sobre o rosto e prendeu o cabelo com um enfeite prata, combinado com sua sandália de salto alto e seu colar ponto de luz.
Seus pais a questionaram o olhares divertidos e desejaram que ela apreciasse a noite.
O carro de Lucian parou em frente a casa de Lia exatamente as 19:30, e o rapaz desceu, apertando a campainha.
- Boa noite. Pronta para ir? - indagou educado, ao vê-la abrir a porta. O jovem a observou discretamente e seus olhos brilharam em profunda admiração. O fôlego e a capacidade de reagir diante a beleza celestial dela, foram-lhe roubado. - Você está muito linda, senhorita Paulsen.
Disse por fim, algo que nem chegava perto de expressava a profundidade do que ele sentia ao vê-la.
- Obrigada, Lucian.
Ele vestia um suéter preto, que marcava seu peitoral definido, e um blazer cinza. A corrente que usava no pescoço e o relógio de pulso o deixavam parecido com empresário multimilionário. O jovem comprimentou o senhor e a senhora Paulsen, em seguida levou Lia acompanhando-a até seu carro.
O motorista de Lucian abriu a porta do carro para ela. Quando ambos já estavam prontos para ir, sentados no banco de trás, Lia começa.
- O que aconteceu com a BMW? - questiono-lhe.
- Eu prefiro carros esportivos.
- Você não fugiu com um carro roubado, né? - a indignação tomou a, de forma tamanha que ela nem conseguia olha-lo nos olhos.
- Não falaremos daquela noite, ficou claro?
Ela limpou a garganta, certa de uma ordem, tal qual ela jamais se atreveria a desobedecer.
- Como você quiser. Então, para onde vamos?
- Sinceramente eu queria te levar a um restaurante, mas o que estou prestes a te dizer não poderá, de maneira alguma, ser dita em público.
A veemência com que Lucian explicou fez com que Lia ficasse oscilando entre o aborrecimento e o temor.
- O que tem para me dizer? Não gosto de surpresas!
- Calma Doutora, esta noite o seu tempo é meu, e você me deixará fazer o que eu quiser com isso.
- Espero não me arrepender. - cruzou os braços, encolhida como uma criança birrenta.
- E não irá, mas apreciar essa noite só depende de você.
O motorista deixou-os em frente a casa de Lucian. Parecia ainda maior do que se lembrava e sua extensão ocupava a maior parte da rua. Por um instante a garota se perguntou a frequência na qual ele devia se sentir sozinho, e com que força isso o afetou na forma de vê-la como uma companhia agradável. Ele só se sente sozinho?
- Venha, você irá gostar.
Lucian estendeu seu braço para que Lia segurasse e assim ela o fez. A casa lhe causava um misto de nostalgia e tristeza, como se já tivesse visto em seus sonhos, visitado em outras vidas. Sentia aquilo desde que pisara pela primeira vez na residência, mas agora, à noite deixava o sentimento mais esclarecedor.
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Na Mira Do Diabo
Mistério / SuspenseAmália nunca esteve no controle da própria vida, principalmente depois da morte do irmão mais velho. Ela sempre teve dificuldade de confiar nas pessoas e isso não mudou quando conheceu Lucian. Desde o início ela sente que há algo que errado nele, ma...