Capítulo 21

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Mais tarde naquele mesmo dia, Lia se arrumava para o jantar com Lucian, contente e certa de que nunca mais o veria depois daquela noite.

Ela colocou um vestido preto, que cobria apenas metade da sua coxa. Não era simples nem extravagante demais, era suficientemente elegante, com alças finas e um pequeno decote nas costas.

Como aquela noite não estava tão fria quanto esteve o dia inteiro, ela apenas separou seu blazer de couro, em tom escarlate, e o tirou do quarda-roupa para lembrar-se de levar, caso precisasse.

Fez um coque simples, com duas mechas caídas delicadamente sobre o rosto e prendeu o cabelo com um enfeite prata, combinado com sua sandália de salto alto e seu colar ponto de luz.

Seus pais a questionaram o olhares divertidos e desejaram que ela apreciasse a noite.

O carro de Lucian parou em frente a casa de Lia exatamente as 19:30, e o rapaz desceu, apertando a campainha.

- Boa noite. Pronta para ir? - indagou educado, ao vê-la abrir a porta. O jovem a observou discretamente e seus olhos brilharam em profunda admiração. O fôlego e a capacidade de reagir diante a beleza celestial dela,  foram-lhe roubado. - Você está muito linda, senhorita Paulsen.

Disse por fim, algo que nem chegava perto de expressava a profundidade do que ele sentia ao vê-la.

- Obrigada, Lucian.

Ele vestia um suéter preto, que marcava seu peitoral definido, e um blazer cinza. A corrente que usava no pescoço e o relógio de pulso o deixavam parecido com empresário multimilionário. O jovem comprimentou o senhor e a senhora Paulsen, em seguida levou Lia acompanhando-a até seu carro.

O motorista de Lucian abriu a porta do carro para ela. Quando ambos já estavam prontos para ir, sentados no banco de trás, Lia começa.

- O que aconteceu com a BMW? - questiono-lhe.

- Eu prefiro carros esportivos.

- Você não fugiu com um carro roubado, né? - a indignação tomou a, de forma tamanha que ela nem conseguia olha-lo nos olhos.

- Não falaremos daquela noite, ficou claro?

Ela limpou a garganta, certa de uma ordem, tal qual ela jamais se atreveria a desobedecer.

- Como você quiser. Então, para onde vamos?

- Sinceramente eu queria te levar a um restaurante, mas o que estou prestes a te dizer não poderá, de maneira alguma, ser dita em público.

A veemência com que Lucian explicou fez com que Lia ficasse oscilando entre o aborrecimento e o temor.

- O que tem para me dizer? Não gosto de surpresas!

- Calma Doutora, esta noite o seu tempo é meu, e você me deixará fazer o que eu quiser com isso.

- Espero não me arrepender. - cruzou os braços, encolhida como uma criança birrenta.

- E não irá, mas apreciar essa noite só depende de você.

O motorista deixou-os em frente a casa de Lucian. Parecia ainda maior do que se lembrava e sua extensão ocupava a maior parte da rua. Por um instante a garota se perguntou a frequência na qual ele devia se sentir sozinho, e com que força isso o afetou na forma de vê-la como uma companhia agradável. Ele só se sente sozinho?

- Venha, você irá gostar.

Lucian estendeu seu braço para que Lia segurasse e assim ela o fez. A casa lhe causava um misto de nostalgia e tristeza, como se já tivesse visto em seus sonhos, visitado em outras vidas. Sentia aquilo desde que pisara pela primeira vez na residência, mas agora, à noite deixava o sentimento mais esclarecedor.

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