Rebeca
Eu me odeio.
Eu me odeio principalmente nessas horas.
Tenho o caralho dele na minha boca e o que me impede de arrancar e cuspir o toco do pênis que ele tem? Minha covardia.
Gemo como se eu estivesse sentindo prazer quando na verdade estou enojada. O arrepio vem das entranhas.
Nojo e raiva.
O celular toca e ele, mesmo sentado em sua cadeira como um rei, tendo a mim entre suas pernas, tateia em busca.
AM é o nome que tem no visor e eu não sei se agradeço ou se amaldiçoou, porque o negócio está tão ruim de subir que o desconcentrar depois desse esforço hercúleo é fatal. Fatal pra mim, porque o pau está morto há tempos.
— Diga! Estou ocupado agora — e me obriga a continuar ao empurrar minha cabeça contra ele.
Argh!
— O QUÊ? — e se levanta derrubando-me no chão. — Como você permitiu?
Ele levanta as calças arreadas e eu me encolho sem saber o que fazer. Quando ele está assim, com esse ódio insano, bufando que nem um touro raivoso, todo cuidado é pouco. Já apanhei somente por estar na passagem.
— Eu já estou de saco cheio desse filho da puta. — Algo muito sério estava acontecendo. — Já deveríamos ter o eliminado.
Eu não tenho a menor ideia o que essa criatura fez - o filho da puta - mas por ter me tirado dessa situação asquerosa, torço para que ele fuja e sobreviva.
— Chega! Eu deixei tudo por sua conta, mas já deu. Sua filha que me perdoe, mas não tem condições.
Eu deveria sair dali porque pode sobrar para mim, entretanto, estou curiosa por mais informação.
"O inimigo do meu inimigo é meu amigo" já dizia o ditado.
― São anos esperando por esse momento. ― Que momento?
Eu daria tudo para ouvir a outra pessoa, esse tal de AM, o que não é possível, infelizmente.
Don Carlo caminha de um lado para o outro negando, irritado. Algo não estava saindo como ele planejava.
― Porra, caralho! Juro que estou cansado. ― Eu também estou, velho nojento. ― É a última vez. Se livra desse enfado.
Foi então que ele parou e me encarou.
— Eu tenho um trunfo nas mãos, e esse não tem como nos atingir. — Eu deveria ter saído porque era certeza que sobraria para mim.
Levanto-me para sair já que a minha presença foi notada e ele manda eu continuar sentada no chão esperando por ele.
― Sua última chance. Eu até gosto de sua filha, mas tudo tem limites — e desliga o telefone subitamente.
Quem é essa filha que ele gosta? Deve ser uma cobra da pior espécie a ponto de ser querida por esse monstro.
Ele caminha em minha direção e me puxa pelo cabelo, obrigando a me levantar.
― Vamos ser útil em alguma coisa? ― Está me perguntando sobre minha utilidade?
E como uma idiota, otária, respondo:
― Claro, senhor. ― Me deixa sair por uns dias somente. Só isso preciso disso para pôr tudo em prática.
Destruir você e muito mais... A merda vai ser jogada no ventilador. Claro que eu gostaria de sair dessa com vida, mas se tiver que me foder, ao menos levo um monte de gente comigo.
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Completamente, Seu (Livro 2 - Traídos)
Literatura FemininaRebeca Monteiro foi pega pelo seu maior inimigo. E agora grávida e sozinha ela precisava salvar sua própria vida e a do seu bebê ainda em seu ventre nem que precisasse vender sua alma. Matteo, preso em suas promessas, se vê sendo consumido pela culp...