Capítulo 2

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Matteo

― O que aconteceu? ― questiono sentindo meu coração em frangalhos diante daquela notícia tão inesperada. ― Como? Não estou entendendo.

Não bastava estar numa farsa de casamento, ainda tinha que ouvir uma notícia ruim que envolvesse minha morena.

― Calma, Matteo.

― Calma é o caralho! ― Minha irritação vem da música alta, dos gritos de euforia em cima de uma festa que comemora a canalhice da minha família.

Já estou arrependido de ter dito sim.

― Eu não sei os detalhes, só vou contar o que soube até agora. ― Assinto, apressando-o. ― Eu pedi a Marco para levar Rebeca para um dos nossos cárceres e a mantivesse em segurança e sob os cuidados dele.

― E aí? ― Começo a suar muito mesmo com um tempo fresco e agradável.

― Pedi que me ligasse caso acontecesse alguma coisa, inclusive pedi para me avisar se o soldado de tio Andrea incomodasse. ― Aquele desgraçado entrou na minha lista a ser eliminado e sumirá da face da terra caso tenha tocado nela.

― Encurte, Lucca! ― Aquela conversa estava me deixando ainda mais nervoso. ― Preciso saber o que aconteceu com Rebeca.

Meu irmão faz logo uma expressão de raiva.

― Cale a boca e escute! ― Praticamente rosna. ― Não sou homem de rodeios e se eu não te contar toda a história, vai me infernizar depois perguntando como? Tem certeza? Onde? ― Bufo, sabendo que ele tinha mesmo razão. ― Estranhei Marco não ter entrado em contato avisando que havia chegado, ou sequer me mandado uma mensagem. E ao tentar entrar em contato com ele, a ligação não concluía.

Fecho os olhos contendo as lágrimas que insistem em cair. Meu irmão não brinca com notícias ruins. Só preciso saber como.

― Mandei um dos homens seguir o caminho e ver se os achava seja com o carro quebrado, ou qualquer coisa que denunciasse o que tinha acontecido. Nada. Foi então que um dos nossos homens recebeu uma ligação informando que o carro dele foi achado no Fiume.

Fiume. Um rio nem tão grande assim.

― Como assim? Caiu onde? Em que lugar? ― Parecia que a coisa mais enrolava.

― Não sei detalhes, Matteo. Claro que fizemos o que é de praxe, informando que o carro tinha acabado de ser roubado, mas que o dono mesmo iria até o local...

― Leve-me! ― Digo, sequer pensando direito. ― Quero ver isso pessoalmente. Marco dirigia muito bem para ter perdido o controle do carro e caído no Fiume? O rio sequer é grande ou perigoso ou sei lá que merda tenha acontecido.

― Matteo, espere! É seu casamento, lembra? O que vai dizer? ― Paro e encaro meu irmão com raiva.

― Acha que me importo? Você melhor do que ninguém sabe desse arranjo. Acha mesmo que me importo com o que vão dizer, comentar? Fodam-se.

― E papai? ― Minha vontade é dizer o mesmo: foda-se.

― Papai já conseguiu o que queria - me obrigar a casar com Graziella. Eu só sou um homem preso a um contrato, Lucca. O resto ele não pode interferir, exigir e ele sabia disso quando me obrigou.

Lucca nega e eu pouco me importo.

― Você é quem sabe, Matteo.

Caminho em direção ao jardim quando Graziella me para no caminho.

― Marido, amor da minha vida. Vamos dançar? ― pergunta levemente embriagada, abraçando-me pela cintura e chamando a atenção de alguns à nossa volta.

Completamente, Seu (Livro 2 - Traídos)Onde histórias criam vida. Descubra agora