Matteo
― O que aconteceu? ― questiono sentindo meu coração em frangalhos diante daquela notícia tão inesperada. ― Como? Não estou entendendo.
Não bastava estar numa farsa de casamento, ainda tinha que ouvir uma notícia ruim que envolvesse minha morena.
― Calma, Matteo.
― Calma é o caralho! ― Minha irritação vem da música alta, dos gritos de euforia em cima de uma festa que comemora a canalhice da minha família.
Já estou arrependido de ter dito sim.
― Eu não sei os detalhes, só vou contar o que soube até agora. ― Assinto, apressando-o. ― Eu pedi a Marco para levar Rebeca para um dos nossos cárceres e a mantivesse em segurança e sob os cuidados dele.
― E aí? ― Começo a suar muito mesmo com um tempo fresco e agradável.
― Pedi que me ligasse caso acontecesse alguma coisa, inclusive pedi para me avisar se o soldado de tio Andrea incomodasse. ― Aquele desgraçado entrou na minha lista a ser eliminado e sumirá da face da terra caso tenha tocado nela.
― Encurte, Lucca! ― Aquela conversa estava me deixando ainda mais nervoso. ― Preciso saber o que aconteceu com Rebeca.
Meu irmão faz logo uma expressão de raiva.
― Cale a boca e escute! ― Praticamente rosna. ― Não sou homem de rodeios e se eu não te contar toda a história, vai me infernizar depois perguntando como? Tem certeza? Onde? ― Bufo, sabendo que ele tinha mesmo razão. ― Estranhei Marco não ter entrado em contato avisando que havia chegado, ou sequer me mandado uma mensagem. E ao tentar entrar em contato com ele, a ligação não concluía.
Fecho os olhos contendo as lágrimas que insistem em cair. Meu irmão não brinca com notícias ruins. Só preciso saber como.
― Mandei um dos homens seguir o caminho e ver se os achava seja com o carro quebrado, ou qualquer coisa que denunciasse o que tinha acontecido. Nada. Foi então que um dos nossos homens recebeu uma ligação informando que o carro dele foi achado no Fiume.
Fiume. Um rio nem tão grande assim.
― Como assim? Caiu onde? Em que lugar? ― Parecia que a coisa mais enrolava.
― Não sei detalhes, Matteo. Claro que fizemos o que é de praxe, informando que o carro tinha acabado de ser roubado, mas que o dono mesmo iria até o local...
― Leve-me! ― Digo, sequer pensando direito. ― Quero ver isso pessoalmente. Marco dirigia muito bem para ter perdido o controle do carro e caído no Fiume? O rio sequer é grande ou perigoso ou sei lá que merda tenha acontecido.
― Matteo, espere! É seu casamento, lembra? O que vai dizer? ― Paro e encaro meu irmão com raiva.
― Acha que me importo? Você melhor do que ninguém sabe desse arranjo. Acha mesmo que me importo com o que vão dizer, comentar? Fodam-se.
― E papai? ― Minha vontade é dizer o mesmo: foda-se.
― Papai já conseguiu o que queria - me obrigar a casar com Graziella. Eu só sou um homem preso a um contrato, Lucca. O resto ele não pode interferir, exigir e ele sabia disso quando me obrigou.
Lucca nega e eu pouco me importo.
― Você é quem sabe, Matteo.
Caminho em direção ao jardim quando Graziella me para no caminho.
― Marido, amor da minha vida. Vamos dançar? ― pergunta levemente embriagada, abraçando-me pela cintura e chamando a atenção de alguns à nossa volta.
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Completamente, Seu (Livro 2 - Traídos)
Romanzi rosa / ChickLitRebeca Monteiro foi pega pelo seu maior inimigo. E agora grávida e sozinha ela precisava salvar sua própria vida e a do seu bebê ainda em seu ventre nem que precisasse vender sua alma. Matteo, preso em suas promessas, se vê sendo consumido pela culp...