Capítulo 31

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Rebeca

Eu não tinha qualquer amor por Miguel, e que realmente nós nos juntamos para obter benefícios mútuos, mas chegar aquele nível de traição foi demais.

Como ele ocultou para mim a verdade sobre meu bebê? Depois de sempre me perguntar como eu estava quando eu ficava mal, melancólica e ele presenciar tudo e se calar.

Olho para Filipo e choro porque era a primeira vez que ele estava em meus braços, e ele já estava com dez meses. Nem seu nome eu participei na escolha.

Faço carinho em seu rosto e vejo o quanto ele é bonito como o pai assim como eu imaginava. Cheiro sua maõzinha e ele toca em meu rosto como quem também está me reconhecendo e eu só me pergunto por que ele é tão magrinho.

Será que...?

― Você deu remédio para ele vomitar? Que merda você fez, bruxa? ― Eu não pensei que podia sentir mais ódio por alguém do que por Don Carlo.

Eu me enganei. Minha vontade era esganá-la por machucá-lo, por envenená-lo. Que tipo de doente dá uma medicação para a criança vomitar quando está em fase de desenvolvimento?

― Ahhhh, você não tem ideia do quanto essa criatura é intragável, chorona, fedida, chata. E essa desgraça não morre! ― Eu apanhei muito, contudo a dor sumiu. Descobri que a adrenalina gerada pelo desejo de matar é um ótimo anestésico ― E olha que eu tentei.

― Como? ― Matteo atordoado pergunta. ― O que você disse?

― Ah, fala sério. Você é tão inteligente, Matteo e não percebeu que eu queria dar um fim nessa criatura dos infernos? ― Lucca era outro que antes me olhava com desprezo, agora ele desejava estrangular Graziela.

― Eu realmente comecei a desconfiar, e até pedi para analisarem o leite dele...

― Leite?! ― Ela cai na gargalhada. ― Tá bom, eu até soube. Na verdade, eu vi quando você colocou as câmeras no quarto dele porque eu já tinha colocado umas em alguns ursinhos de pelúcia, inclusive eu os usava para monitorar tudo na casa quando deixava um espalhado para a criatura brincar. ― Eu conhecia aquela expressão assassina que Matteo fez. Ele vai estripá-la assim que tiver a oportunidade.

E eu precisava achar um jeito. Eu via o quanto ele olhava para Lucca buscando uma solução para sair dali. Eu percebi que aos poucos eles haviam se aproximado, mas a arma o impedia de agir.

Matteo amava o filho profundamente e eu amei ver isso. Ele não arriscaria a vida do filho.

― Primeiro, eu tentei fazer caldo de bebê. Aquela babá que você mandou matar até que era boa, só que um pouco relapsa... ou poderia dizer que eu era inteligente demais para ela? ― Graziela faz toda uma encenação e eu não sei o que pensar. ― Não importa, eu aumentei a temperatura da água antes de ela pôr Filipo e ela não viu o aquecedor ao máximo tamanho desespero quando viu as bolhas nas pernas ― e dá de ombros.

Meu coração começa a disparar ainda mais.

E eu só penso nas várias vezes que eu sentia uma dor inexplicável no peito e eu imagino que era a famosa ligação entre mãe e filho que muitos falam que nunca é cortado.

Meu filho gritava pedindo ajuda.

― Ela já estava desconfiada que eu o machucava, só que a bobinha não tinha provas. E aí já viu, né.

― E o solvente? ― Solvente? O que Matteo está perguntando.

― Ah! O solvente. ― Graziela faz toda uma cara de quem está tentando se lembrar. ― A água não chegaria a um ponto de ebulição até porque a infeliz notaria o vapor quente, então eu coloquei um pouco de thinner na meia dele e na fralda para acelerar o processo de queimadura. E como eu já disse, ela era burra e saiu tirando a roupa do menino mas o deixou de fralda e a meia com medo de ele sentir frio e mijar tudo.

Completamente, Seu (Livro 2 - Traídos)Onde histórias criam vida. Descubra agora