CAPÍTULO 0: prólogo; praia e água de coco

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                             WILL SOLACE 

― calma cara, tô indo - falei enquanto tentava segurar o celular em uma mão e na outra tentei pegar minha prancha de surf. 

"eu cheguei há dez minutos William, dez!" - a voz de Percy saia pelo aparelho celular, quase inaudível pelo alto barulho da praia. 

― Bem pouco, espera aí, vou pegar alguma coisa pra comer e chego aí em cinco minutos - desliguei antes que Perseu resolvesse dar um chilique pelo telefone. 

Coloquei meu celular no bolso da bermuda de praia e desci as escadas rapidamente com minha prancha em mãos. Passei pela cozinha e peguei uma maçã na fruteira, estava quase saindo quando escuto a voz de meu pai ecoando pelo corredor. 

― Já vai sair, Will? - olhei para trás e vi meu pai, Apolo, com uma bermuda de flamingos e uma blusa toda ameaçada amarela, juntamente com uma cara enorme de sono. 

― Sim, porquê?

― Hoje pela tarde eu vou ficar meio ocupado, se você poder pedir algum lanche ou qualquer coisa pra você, não sei se vou conseguir fazer algo hoje.

― Beleza pai e, arruma essa cara, parece que você foi atropelado - falei e finalmente sai de casa, já tinha me acostumado com Apolo e seus trabalhos então, em passos rápidos segui em direção a praia, morar na ilha de Coronado tem seus benefícios, em quase todos os lugares, dá para sentir a brisa do mar, uma das minhas coisas favoritas. 

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― Demorou sete minutos - mal cheguei e Percy já começou a reclamar. 

― Cala a boca - cheguei mais perto e dei um soco fraco no ombro dele, que antes estava com uma cara emburrada e agora já abriu um sorriso ― Cadê o Mag? Já chegou? - perguntei enquanto andávamos pela areia amarelada da praia.

― Ainda não, sabe como é, mas daqui a pouco ele chega - Percy falou enquanto arrumava algo em sua prancha ― Enquanto ele não chega, que tal uma onda? - o mesmo olhou para mim com um sorriso de quem queria aprontar. Existia as pessoas que gostavam de praia, existiam as que amavam, no caso, eu e, existia as pessoas que amavam a praia e o mar tanto quanto precisam respirar, esse era Percy Jackson. 

Nem precisei dizer nada, joguei minhas coisas em um lugar no qual eu tenha certeza de que não iria esquecer que deixei ali e corri em direção a água, escutando Percy gritar algo como "ei, não tava valendo!". 

Em poucos minutos, já estávamos disputando para quem pegaria a maior onda primeiro, e eu, considero um empate, só para não inflar o ego de Percy, que já pelo outro lado, não concorda muito comigo.

― Vão ficar aí o dia todo ou vão vir admirar minha companhia, seus otários?! - fui tirado da minha pequena discussão com Percy pelo som alto da voz de Magnus, procurei de onde ela vinha e consegui enxergar com dificuldade, pela luz do sol, uma silhueta com cabelos loiros até metade do pescoço, muito bagunçados. Ele gritava e jogava os braços para cima. 

― Eu sei que estão me vendo, venham logo! - Magnus gritou e se afastou indo até uma toalha de praia que estava jogada na areia, juntamente com as minhas coisas e as de Percy em cima. 

Fomos em direção a praia quando senti um empurrão por cima do meu ombro me fazendo cair de cara dentro da água, devo ter engolido uns 2 litros daquela água salgada, me levantei um pouco confuso e vi em minha frente um Perseu Jackson rindo e correndo com sua prancha enquanto Magnus estava descaradamente tentando permanecer sério. 

― Vai ter volta, Percy! - falei quando finalmente cheguei aonde meus amigos estavam sentados, tomando água de coco. 

― Claro, óbvio que vai ter volta, agora senta aí senhor sorriso - ele deu algumas batidinhas no lugar vazio ao lado dele, revirei os olhos e me sentei. 

― Cadê a minha água de coco? - perguntei olhando para eles ― não vão me dizer que não compraram para mim? 

― Então Will, passei bem rápido pela loja, sabe - Magnus disse enquanto tirava um protetor solar de dentro daquela bolsa velha e acabada dele. 

Não é possível que esse loiro não tenha comprado uma água de coco pra mim também. 

― Não acredito nisso Magnus, era sua vez de comprar para todo mundo, cara. 

― Relaxa Will, eu não esqueci da sua - Magnus riu e tirou de trás dele um outro coco, como eu não tinha visto esse coco? 

Peguei o coco, ignorando a risada alta de Percy, e em seguida olhei para Magnus novamente

― Não tem canudo? - tentei espiar dentro da bolsa dele atrás do mesmo, sem sucesso. 

― Eu duvido você tomar toda essa água de coco sem canudo - Percy cantarolou ao meu lado com um sorriso travesso.

― E o que eu ganho com isso? 

― Uma pele hidratada com água de coco - Magnus disse com certeza na voz 

Nesse ponto ele não está errado. Revirei os olhos e comecei a tomar a água de coco, que era muito boa, tentei beber tudo de uma vez mas acabei me engasgando no processo, tossi algumas vezes escutando as gargalhadas dos meus amigos, não consegui resistir e acabei os acompanhando.

Nada melhor do que passar os últimos dias de férias na praia, tomando água de coco com dois idiotas contagiantes. 

Uma Chance Para Viver - Solangelo Onde histórias criam vida. Descubra agora