CAPÍTULO XXII: Emergência dos desajeitados

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                           WILL SOLACE 

Idiota, era somente isso que passava na minha cabeça enquanto eu saia do campus após ter falado rudemente com Nico. 

Eu sou um completo idiota. 

Andei com pressa pelos corredores cheios de alunos e fui até o laboratório de química, que sempre estava aberto, pois o professor é um lerdo.

Fechei a porta e me joguei no chão. 

Essa é uma das primeiras vezes que eu me sinto tão confuso e perdido por causa de sentimentos. Eu não conheço isso muito bem, mas muito do que estou sentindo está relacionado a uma pessoa.

Nico Di Ângelo.

O culpado por não me deixar dormir essa noite, culpado por me fazer ficar confuso e culpado por ficar preso na minha cabeça. 

Não sei quando comecei a gostar tanto da companhia e da voz de Nico, talvez eu goste a muito tempo e só não tinha percebido antes. Nico me faz sentir coisas diferentes, um diferente novo para mim, mas aí que está o conflito, eu gosto de tudo isso.

Eu sabia que gostava de Nico, só não tinha percebido que gostava até demais, mas agora eu estraguei tudo. 

Me sinto um peixinho que se perdeu de seus companheiros em meio ao todo azul do mar. 

Enquanto eu estava preso a minha lástima, escutei o sinal tocar e juntamente o barulho da chuva começando a se fazer presente. 

Um flash de uma lembrança se passou rapidamente pela minha cabeça. Era eu criança comendo melancia enquanto a minha mãe cortava maçãs a tarde, lembro-me perfeitamente de uma frase que ela me disse naquele mesmo dia:

"Quando estiver precisando de ajuda, procure as pessoas que confia, raio de sol". 

Obrigado por iluminar meus pensamentos agora mãe e espero muito que o Percy leve a minha mochila para casa. 

Sai do laboratório e fui em cada corredor da escola procurando Bob, o zelador. 

Avistei Bob tomando um copo de café, segurando uma vassoura em uma das mãos.

― Bob! Você tem que me ajudar cara - Parei na frente do mesmo. 

― Will, eu não vou deixar você entrar na sala de aula após dez minutos do sinal tocar, de novo - Bob tomou mais um gole do seu café. 

― Não é isso, eu preciso que você abra o portão para mim, tenho que ir a um lugar.

Bob se engasgou com o café e voltou a falar depois de uma crise de tosse. 

― Não posso…deixar os alunos irem embora antes do horário - Bob limpou a garganta.

― Bob, por favor, eu faço qualquer coisa, só me ajuda amigão - Juntei minhas mãos suplicando a ele.

―Hm…pode fazer o Jackson não deixar mais farelos de comida no corredor do setor B? 

O setor B era minúsculo e só tinha um corredor, no qual eu, Percy e Thalia ficávamos às vezes lá, comendo e jogando jogos de tabuleiro. 

―Claro! Vou fazer ele comer de boca fechada, eu prometo! 

Bob deu um sorriso e largou sua vassoura, fomos em direção a saída da escola. 

― Você vai sair na chuva mesmo? - Bob perguntou quando estava abrindo a porta que levava a saída da escola. 

― Vou, não tem problema, eu gosto de água mesmo - Dei de ombros e sai pela porta quando o mesmo abriu.

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