CAPÍTULO XIX: Dicas de Poseidon

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                        PERCY JACKSON 

― "A Piper olhou para mim e me chamou de maluca" - Annabeth disse por meio da chamada de vídeo.

― Eu também te chamaria de maluca se eu visse que você acertou tudo num teste de matemática.

Annabeth ficou boquiaberta e deixou o celular sobre a cama, alguns segundos depois, ela voltou com um papel, mais especificamente, um teste de matemática no qual ela tinha acertado todas as questões. 

― Você é maluca - Falei e ela riu através do telefone.

― "Muito obrigada, Percy". 

― Uma maluca muito inteligente, parabéns, Annie - Ela sorriu e depois desviou seu olhar para algum lugar do quarto. 

Ela voltou a olhar para mim através da chamada com um olhar assustado.

― "Minha mãe chegou, até depois, Cabeça de alga" - Não pude me despedir, ela desligou a chamada rapidamente. 

Suspirei e me sentei na cama.

― Percy, espero muito que não tenha uma cesta imensa de roupa suja aqui - Minha mãe entrou de repente no quarto

Ela foi até o canto do quarto e pegou algumas peças de roupa que estavam dentro do cesto.

― Mãe, estou de bom humor hoje. O pai está em casa? 

― Está sim, mas por que a pergunta?

― Vou perguntar dicas de como pedir uma garota em namoro - Me levantei da cama e fui em direção ao corredor.

― Não acredito, meu filho vai desencalhar? - Minha mãe disse e no fim deu risada.

― Ei, na verdade, eu já estou namorando com a Annabeth, só que não totalmente.

― A Annie? Isso é ótimo! Você já gostava dela a muito tempo, finalmente conseguiu! - Sally veio até mim e me deu um abraço desajeitado por conta das roupas que carregava. 

― Como você sabia? - Olhei para ela confuso, eu falo tudo para a minha mãe, mas não me recordo de ter falado sobre o que eu sentia por Annabeth. 

― Eu sei de muitas coisas, agora vai falar com seu pai, tenho muito trabalho a fazer.

Descemos as escadas e depois fui até a garagem, onde vi meu pai arrumando algo no motor do Fish, caso você não saiba, Fish é o nome do nosso jeep.

― O que tá pegando aí? - Perguntei indo até o lado de meu pai.

― Não sei, mas vou resolver - Poseidon disse e depois olhou para mim com um sorriso no rosto ― Está querendo me ajudar? 

― Hm, não, mas se você me ajudar primeiro, eu te ajudo com o Fish. 

Meu pai me encarou desconfiado e depois pegou um banquinho de madeira e se sentou na minha frente. 

― O que tá pegando aí? - Ele perguntou e eu ri, me sentei no chão mesmo, de pernas cruzadas.

― Então, tem uma garota, não, é A Garota. Eu quero pedir ela em namoro mas não sei como, a gente meio que já está junto mas não do jeito que eu queria, sabe? - Tentei não me embolar muito nas palavras.

― Não sabia que você estava com a Annabeth, ah meu filho, não é nada difícil pedir uma garota em namoro - Ele disse tranquilo dando de ombros.

― Não é? Então como eu faço isso? Espera…deixa quieto, todo mundo sabe da minha vida mesmo - Ignorei que até meu pai sabia sobre Annabeth, ouvi ele dar uma longa risada alta. 

― Faz algo simples mas especial, seja sincero e pegue ela de surpresa.

Ouvi tudo atentamente, ótimo, vou pensar em algo simples mas especial, vou fazer a Annie ficar surpresa, com certeza ela vai gostar. 

― Okay, valeu pai.

Meu pai balançou a cabeça e depois se levantou, voltando até o Fish.

― Pega a caixa de ferramentas, temos um Fish para consertar.

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Eu odiava acordar cedo.

Me levantei tão rápido que senti a minha pressão cair, tomei um banho rápido e gelado, vesti minha calça numa velocidade surreal, peguei qualquer camisa e meu casaco azul, desci as escadas e quando cheguei a cozinha, reparei que eu ainda tinha tempo para comer somente pelo relógio verde fofinho que ficava na cozinha.

― Que pressa é essa? Não vai esperar as panquecas? - Minha mãe disse terminando de colocar panquecas azuis empilhadas num prato.

― Me confundi, pensei que já era tarde, e é claro que eu vou esperar as melhores panquecas do mundo - Me sentei na mesa, esperando minha mãe colocar o prato de panquecas. 

― Deixe algumas para o seu pai - Ela disse dando tapinhas na minha cabeça e depois saiu da cozinha. 

― Azar o dele - Coloquei algumas panquecas no meu prato e as devorei.

Quando terminei, mandei mensagem para Will, o avisando que hoje iria de ônibus para a escola e pedi para ele ir ao meu encontro.

Parei na porta de casa quando percebi que eu estava sem meus tênis, bufei e corri até meu quarto, tentando calçar eles enquanto descia as escadas, quando consegui calça-los, fui andando rapidamente pelas ruas.

Cheguei na parada de ônibus, onde tinha poucos alunos. Depois de alguns minutos, vi Will chegando de cara fechada. 

― E aí cara, não dormiu? - Falei quando Will parou ao meu lado.

― Não - Ele soou ríspido e seco. 

Estranhei, Will sempre acordava de bom humor pela manhã, mas deixei passar, talvez ele só estivesse cansado.

― Você descansa no intervalo.

Will balançou a cabeça em resposta. 

Quando o ônibus chegou, entramos e sentamos lado a lado, Will parecia no mundo da lua, geralmente eu que sou assim. 

― Você tá legal? - Perguntei meio receoso.

― Uhum, só com sono.

Acenti e fomos o caminho inteiro em silêncio.

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