CAPÍTULO XIII: Trabalho e cachorros

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                               NICO DI ANGELO

Okay, eu estava pirando, na verdade, acho que já estou pirado.

Era sábado e já fazia mais de dez minutos que Will Solace tinha me enviado a mensagem de que já estava a caminho do meu condomínio, e adivinhem? Eu acabei de acordar. 

Meu quarto estava cheio de brinquedos de cachorro e os laços que Bianca colocou em Aurora estavam devastados pelo chão.

Peguei os brinquedos um por um, é nestas horas que eu me arrependo por comprar tantas coisas fofas para os meus cachorros.

― Tá olhando o que? - Assim que peguei o pato de borracha do chão, Cheddar me encarou do corredor.

Ele por sua vez, deu um latido e saiu desfilando.

Saí do quarto e coloquei todos os brinquedos dentro da cestinha que ficava ao lado da porta do quarto de Bianca. 

― Você está nervoso, o que houve? - Bianca disse atrás de mim, me pegando desprevenido.

― Nada, não houve nada e não me assuste.

― Ah com certeza houve, você não acorda a esta hora e nem arruma os brinquedos dos cachorros - Ela colocou uma das mãos na cintura.

― Acordei tarde demais e o Will provavelmente tá chegando para fazer um trabalho, e você, vai para onde? - Fiz a mesma posição que ela.

― Vou ajudar na decoração do homecoming com o Alex - Ela tirou a mão da cintura para pegar o celular dentro do bolso ― É só o Will, ele não liga para essas coisas, pode ficar tranquilo. 

É, é só o cara bonito e padrão da escola, vindo para a minha casa, dentro do meu quarto, não há motivos para nervosismo, não é? 

― Como você sabe? Chegou aqui há algumas semanas.

― Se você falasse mais com ele saberia, tentem ficar amigos, você precisa. Agora eu já estou indo, boa sorte com o trabalho - Ela disse e depois saiu, dando um tchauzinho para Aurora que estava a acompanhando até a porta.

Respirei fundo e fui até o meu quarto. Ele agora não estava tão ruim, me olhei num espelho que ficava na porta do guarda-roupas, se eu não estivesse levemente descabelado por estar dormindo há uns nove minutos atrás, eu poderia dizer que estava super bem, mas acho que isso não é possível.

Saí desse transe quando escutei a campainha tocando. Fui em passos rápidos até a porta e a abri.

― Oi Nico, ainda bem que não errei de apartamento, encontrei a Bianca lá embaixo, ela me disse o número do seu andar, já que você se esqueceu de me dizer qual era - Will tagarelou com um grande sorriso no rosto e uma mochila de uma alça só, cheia de bottons de sóis, desenhos animados e star wars.

― Eu esqueci? - Deixei um espaço para ele entrar, no mesmo instante ele entrou e ficou olhando o ambiente.

― É, esqueceu. 

Ele parou na minha frente e ficou me encarando.

― Nico? Esse é o seu colega? - Perséfone apareceu na sala.

― Sim, esse é o Will - Do meu lado, Will acenou com a mão.

― Meu nome é Perséfone, é bom ver o Nico trazer colegas aqui, não acontece muito esse tipo de coisa.

Me senti exposto, mas não era mentira, uma das únicas vezes que eu trouxe um colega em casa, foi em Nova York, uma garota que não me julgava por ser gay, acho que quando as pessoas têm coisas em comum, elas se entendem.

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