Eu escolho você

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Quando acordei, não fazia de que horas eram. Eu sabia onde estava, por que lembranças das cenas quando a polícia invadiu a casa do Otávio não paravam de me assombrar. Ergui minhas mãos e uma delas estava presa a uma algema. Eu poderia ter escapado da morte, mas não da polícia.

Um policial veio ver como eu estava. Era o mesmo que tentou conter o sangrento no meu peito.

- Você é bem durão garoto. Lutou contra a morte

- Tive alguém lutando comigo o tempo todo.

- Aposto que deve ser uma garota loira de personalidade forte...

- Ivy... Ela estar aqui?

- Esteve durante toda a madrugada. Ela se recusou a sair daqui até ter notícias suas. Ela parecia bem durona.

- E ela é. Por que foi embora?

- Como disse, ela passou a madrugada aqui. Estava exausta. Seus amigos e a família dela não saíram daqui enquanto não tiveram notícias.

- Meus amigos? - Perguntei mais para mim do que para ele.

- Sim. Devo dizer que você tem belas amizades, o que me leva a perguntar o que te levou para essa vida.

- Eles chegaram depois. E eu não estou mais nessa vida. Consegui sair.

- Então por que te encontramos naquele lugar?

- Eu estava indo deixar Ivy em casa quando eles nos surpreenderam. Otávio queria o dinheiro da venda das drogas, só que a grana não estava comigo. Nunca ficou comigo, era Diogo quem administrava tudo.

- Se o dinheiro não estava com você, por que os acompanhou?

- Por causa da Ivy. Eles iriam machucá-la, se eu não fosse.

- Você quase morreu naquele lugar.

- Eu sei.

- Você também sabe o porquê está algemado não sabe?

- Sim, eu sei. Eu pretendia me entregar. Já tinha falado com meu advogado. Eu vim disposto a fazer o que é certo por causa da Ivy.

- Sabe garoto, poucas vezes eu vi um casal apaixonado como vocês. A fé que essa garota tem em você é difícil de ver hoje em dia.

- Obrigado.

- Você vai ficar alguns dias ainda aqui para se recuperar e depois vai seguir direto para a cadeia. Sabe disso, não sabe?

- Depois do que vivi, estou preparado para cumprir minha pena.

O policial apenas acenou.

- Preciso ir, mas você tem visita.

- Ivy está aqui? - Perguntei tentando me ajeitar na cama.

- Não. São os pais dela.

O que os pais da Ivy estariam fazendo aqui? Só havia uma resposta, e eu estava com medo de falar em voz alta.

- Vou pedi-los para entrar. Depois, eu vou volto para fazer mais algumas perguntas.

- Tudo bem.

Segundos depois que o policial saiu, e um casal entrou no meu quarto. Tentei parecer o mais calmo possível para o que viria a seguir.

- Olá Pedro. O policial deve ter falado sobre nossa visita. - Disse a senhora que aparentava ter um pouco mais do que quarenta anos.

- Sim, fui avisado agora a pouco. Estou curioso pela visita. Ivy não veio com vocês?

Cartas para você - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora