Quando Kadu olhou diretamente para mim, eu soube que algo de ruim tinha acontecido com Pedro. A sua fisionomia denunciou tudo.
- O que aconteceu com o Pedro?
- Ivy...
- Fala de uma vez.
- Pedro levou um tiro.
- Oh meu Deus... - Ouvi Nanda falar.
Levantei-me do sofá e caminhei até Kadu.
- Onde ele está?
- Levaram ele para o hospital inconsciente.
- Quero o nome do hospital. Vou para lá agora.
- Eu levo você, mas acho que você não vai poder vê-lo.
- O inferno que não vou poder ver o Pedro. Eu armo um verdadeiro escândalo no meio do hospital se alguém tentar me impedir.
- Filha...
- Pai, por favor, não tente me impedir de sair. - Falei seguindo para a porta. - Vamos Kadu.
- Nós também vamos. - Disse Nanda se levantando do sofá.
- Eu não sei quem é esse tal de Pedro, mas eu vou também. - Disse Mary.
- Você não vai a lugar algum. Hospital não é lugar de criança. - Disse minha mãe.
- Já deixei de ser criança há muito tempo. Se Ivy está indo atrás dele é por que ele deve ser importante para ela. E se é importante para minha irmã, também é importante para mim. E eu vou com ela.
Mary me alcançou e segurou minha mão.
- Estou com você.
- Obrigada. - Falei acariciando sua mão.
- Não vou deixar minhas filhas sozinhas nesse momento. Vamos todos para o hospital. -Disse meu pai já pegando a chaves do carro.
O caminho até o hospital pareceu ter demorado horas. Meu pai fez questão que eu e Mary fôssemos com ele e a mamãe.
Eu estava sentada no banco de trás olhando para o nada enquanto minha irmã segurava minha mão e a acariciava. Era um gesto típico dela quando sentia que eu estava nervosa. De certa forma aquilo me acalmava.
Quando chegamos ao hospital, eu praticamente saltei do carro antes que meu pai estacionasse. Corri para a entrada com Mary no meu encalce.
A portaria estava protegida por policiais, mas nem me preocupei e falar com eles. Fui direto para a recepção.
- Oi, meu namorado foi trazido para cá... Ele levou um tiro... O nome dele é Pedro...
- Qual o sobrenome?
- Eu não sei.
- Eu preciso saber, por que pode haver vários Pedros no prédio.
- Eu duvido muito que todos eles tenham sido baleados...
A recepcionista me olhou com um olhar assassino e depois olhou para o computador.
- Ele está na sala de cirurgia.
- Eu sei... Eu quero saber com ele está.
- Não tenho essa informação senhora. Vai ter que aguardar.
Como ela podia falar comigo nessa calmaria toda?
Meu namorado estava correndo o risco de morte e ela falava como se ele tivesse sofrido apenas um arranhão. Eu queria salta no seu pescoço e forçá-la a me dizer alguma coisa. O que me impediu foi o meu resto de bom senso que sobrou.
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Cartas para você - Livro 2
Storie d'amoreIvy sempre foi conhecida como a alegria das festas, uma garota sempre animada e cheia de energia, mas após se envolver com o bad boy Diogo, sua vida vai por água abaixo e ela se vê envolvida em um mundo de drogas e um amor bandido. Mas após consegui...