Deitada em minha cama, sinto a coberta macia e quentinha envolvendo meu corpo, enquanto mantenho os olhos fechados e reflito sobre tudo que tem acontecido nesses últimos dias.
Quatro dias se passaram desde tudo o que aconteceu e ainda não consigo acreditar que eu e o Gustavo demos um passo a mais, que finalmente cedemos ao nosso desejo e que vamos curtir esse momento.
Estamos tentando ir com calma, sem rótulos, mas a cada dia que passa fica mais difícil não me entregar de corpo e alma para aquele italiano charmoso.
Não consigo me imaginar dessa forma com outra pessoa, já que confio muito nele, afinal antes de tudo, ele é meu amigo.
No entanto, tenho um bloqueio imenso com o meu corpo, ou melhor, algumas partes dele, porém isso não poderá ser um impedimento para nós.
Apesar dele não perguntar nada, sei que o Gustavo já percebeu que tem algo estranho e acho que pode estar chegando o momento de lhe revelar certas histórias que escondo a sete chaves.
Assim que retorno à realidade, fico em alerta ao ouvir o som da porta sendo aberta e, sentindo meu corpo ficar tenso, me esforço para controlar a respiração.
Esse barulho sempre me causa essa reação, como se fosse um gatilho que me faz pensar que estou em perigo.
Entretanto, lembro que agora somos apenas eu e Will, e que Marina não faz mais parte da minha vida.
Ouço seus passos se aproximando e finjo que ainda estou dormindo.
Hoje estou de folga e quero aproveitar para dormir.
— Ay? — Will me chama e seu tom de voz demonstra estar muito animado. — Acorda Ay, já são dez da manhã. — informa me balançando, mas permaneço de olhos fechados, me segurando ao máximo para não rir.
Escuto o som de seus passos se afastando, será que ele desistiu?
Resolvo abrir os olhos para dizer que estou acordada, mas sou surpreendida quando sinto um peso em cima de mim.
— Você é muito pesado, sabia? — pergunto rindo e quase sem ar.
— Melhor forma de fazer você acordar. — fala rindo, olho para ele de cara emburrada.
— Eu já estava acordada. — revelo e ele arregala os olhos.
— Ah, então você só estava fingindo, é?
— Como adivinhou? — pergunto rindo dele.
— Você me enganou direitinho, mas agora vamos descer, fiz um café da manhã muito especial. — olho para ele confusa sem entender o porquê do "especial".
— Esqueci alguma data? Que dia é hoje? — questiono, meio incerta.
— Era de se esperar. — resmunga saindo de cima de mim e se sentando ao meu lado.
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Decepções e as Sombras do Passado
Romance"Irei me esconder nas sombras do passado, mas não levarei ninguém comigo." Ayla Ricci já foi feliz e sonhadora, mas tudo mudou quando ainda muito nova, percebeu que a vida pode ser bem difícil e a realidade se mostrou nada parecida com o que imagina...