O Peso da Omissão

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Ayla está dormindo serenamente ao meu lado, com seus cabelos negros espalhados pelo travesseiro, e não consigo tirar os olhos dela. O jeito como dorme é reconfortante, especialmente depois da noite passada. A encaro com carinho, um sorriso leve surgindo nos meus lábios. Sua respiração sai tranquilamente, enquanto meus dedos brincam suavemente com os fios do seu cabelo.

Meus pensamentos estão a mil por hora, repassando mentalmente tudo o que aconteceu recentemente, e enquanto meus dedos deslizam pelos seus cabelos macios, um conflito começa a se desenrolar dentro de mim.

Será que fiz a coisa certa? — penso comigo mesmo, sem ousar verbalizar minhas dúvidas.

Analiso os acontecimentos da noite anterior, refletindo sobre tudo o que ocorreu, os momentos intensos, o quanto amo tê-la em meus braços e como foi ver Lorenzo com ela. Mas observando-a dormindo tão bela, um sorriso sincero se forma nos meus lábios, escondendo meus verdadeiros sentimentos.

Continuo a acariciar seus cabelos, até que o som de algo vibrando chama minha atenção. Olho na direção de onde vem, reparando no aparelho sobre a mesinha de cabeceira ao meu lado. Me viro lentamente na cama, com cuidado para não acordá-la. Ao pegá-lo, desbloqueio a tela e vejo a mensagem de Will.

Will: Buongiorno, cunhadinho. Estou precisando de você agora. Pode me encontrar aqui na empresa?

Sorrio com sua maneira de se referir a mim, mas a urgência em sua mensagem me faz notar que algo não está certo, e encaro a mensagem por um instante, indeciso. Viro meu olhar para Ayla mais uma vez, relutante em deixá-la, mas sei que Will não costuma pedir ajuda a menos que seja importante. Com cuidado, me inclino em direção a ela e deixo um beijo suave em sua testa.

Sem fazer nenhum barulho, levanto-me da cama, vestido apenas com a cueca box preta. Consciente de que minhas roupas estão na sala, saio do quarto e caminho silenciosamente pelo corredor estreito, guiando-me até o fim dele, onde encontro uma porta branca que dá acesso à cozinha. Assim que atravesso a porta, avisto Lorenzo, que está ocupado preparando algo.

— Buongiorno, Gustavo. — ele saúda, quebrando o silêncio matinal assim que me avista.

— Buongiorno, Lorenzo. — respondo com um aceno, ao mesmo tempo que examino ao redor, procurando minhas roupas.

— Suas roupas estão ali. — ele se adianta em dizer, percebendo o que estou procurando, e aponta para uma das poltronas diante do sofá.

Agradeço com um sorriso amigável e me dirijo até as roupas, notando que as da Ayla estão dobradas com as minhas. Começo a me vestir rapidamente, e durante esse processo, percebo que Lorenzo parece querer dizer algo mais.

— Acabei de fazer o café, Gustavo. Aceita uma xícara? Pode ajudar a despertar. — ele oferece, com um tom gentil, mas seus olhos revelam haver algo mais em sua mente.

Decepções e as Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora