Esperança é Uma Coisa Delicada Part II

A missão

Enquanto Bellona continuava lendo, a projeção mudou. Com base no padrão dos narradores, Piper imaginou que Leo seria o próximo. E, quando a projeção se solidificou em uma imagem dos três nas costas de Festus, com Leo parecendo positivamente tonto, ela provou que estava certa. Piper sorriu suavemente, mexendo no zíper de sua jaqueta nova. Por mais... doloroso que fosse reviver tudo isso, ela não podia dizer que não estava feliz em reviver os bons momentos. Apesar do estresse da missão e de estar em situações de risco de vida, houve muitos bons momentos, tanto nela, Jason e na missão de Leo, quanto na missão dos Sete. Ela esperava, daqui para frente, que eles tivessem muito mais tempo para os bons momentos e um pouco menos de estresse e situações de risco de vida. Piper suspirou, recostando-se em seu assento. Mas, é claro, eles eram semideuses. Na melhor das hipóteses, o amanhã nunca foi realmente garantido. Então eles tinham que aproveitar ao máximo, sempre que podiam.

Piper franziu a testa, esperando que seu olhar ao redor da sala fosse sutil o suficiente enquanto ela estudava os rostos na sala do trono. Ela estava neste mundo há menos de um ano e já havia sido jogada em um cenário de fim mundial. E os Destinos já provaram que não tinham limite de quantos poderiam distribuir, evidenciado por Percy, Jason, Annabeth, Reyna e assim por diante. Então... quanto tempo levaria até que todos recebessem sua próxima grande ameaça lançada contra eles? Eles seriam capazes de terminar o ensino médio antes que isso acontecesse? Eles seriam capazes de terminar a faculdade, se quisessem? Eles seriam capazes de estar por perto para ver seus filhos ou netos crescerem?

Talvez ela estivesse catastrofizando, já que nenhum deles estava nem perto desses dois últimos marcos, mas ainda assim. Eles já haviam desviado de tantas balas e não poderiam continuar fazendo isso para sempre. Simplesmente não era possível. E ela não podia dizer que queria exatamente olhar por cima do ombro pelo resto da vida, apenas esperando que o outro sapato caísse. Piper agarrou o colete de Clarisse e tentou piscar sutilmente para conter as lágrimas. Não havia dúvida; se ela tivesse que fazer tudo até aquele momento de novo, ela não mudaria nada. Mas talvez tentar construir a vida mais tranquila que ela conseguisse não fosse a pior coisa do mundo.

Piper foi sacudida de seus pensamentos quando Clarisse colocou a mão em seu ombro.

"Você está bem?" Clarisse sussurrou, sua expressão marcada com preocupação.

Piper tentou sorrir, mas ela sabia que Clarisse não acreditou nem por um segundo. Seus olhos estavam muito lacrimejantes e seu sorriso deve ter parecido mais uma careta. "Sim," ela disse, esperando que sua voz não estivesse trêmula. "Sim, estou bem."

Clarisse levantou uma sobrancelha, então acenou com a cabeça para si mesma. "'Ok. Nós vamos falar sobre o que quer que tenha acontecido mais tarde."

Pimenta suspirou. "Clarisse, eu-"

"Garota," Clarisse disse com firmeza, "eu sei que não foi nada. Você usa seu coração na manga tanto quanto sua irmã. E o objetivo de tudo isso, pelo menos para nós, é não deixar nenhum de nós passar por isso sozinho, ok? Se não quiser falar sobre isso neste segundo, não vou forçá-la. Mas não vamos fingir que não foi nada." Clarisse sorriu suavemente e bateu no ombro de Piper com o seu. "Nenhum de nós está sozinho aqui. E, o que quer que você esteja pensando, quase posso garantir que pelo menos um de nós já pensou nisso antes. Apoie-se em nós, garota. Não vamos a lugar nenhum."

Pepper lançou-lhe um sorriso aguado. "Obrigado, Clarisse."

Clarisse sorriu de volta e deu um tapinha no ombro de Piper gentilmente. "Não precisa me agradecer, garota. Agora, vamos ver como a missão de vocês acabou."

Piper assentiu e recostou-se em seu assento, grata pela distração. Todo o barulho no fundo de sua mente poderia esperar, pelo menos até que terminassem a leitura do dia.