Esperança é Uma Coisa Delicada Part II

Irmãozinho

Thalia sabia exatamente o que os outros estavam fazendo. E, felizmente, Hestia parecia ter entendido. Ela também sabia, porém, que não havia como evitar os semideuses de 2009 para sempre.

E, no que diz respeito à sua situação, Thalia não tinha certeza de quem estava evitando a conversa: ela mesma ou Jason. Ela sabia que poderia ser difícil. A estranheza da conversa na primeira vez que ela e Jason se reuniram não passou despercebida, apesar de quão feliz ela estava por tê-lo encontrado novamente. E ela tinha a sensação de que seria ainda pior para Jason. Ela não tinha ideia do que ele lembrava. Ele pareceu bastante surpreso quando Prometheus a chamou pelo sobrenome, mas pode ter sido porque ele não esperava que ela estivesse na sala. Pelo que ela sabia, ele poderia ter acreditado todo esse tempo que ela o deixou porque queria.

Ela sabia que eles precisariam conversar em algum momento. Mas a última coisa que ela queria fazer era forçá-lo a ter uma conversa para a qual ele não estava pronto. Ao mesmo tempo, ela não queria fazer parecer que não se importava o suficiente para estender a mão. Talvez ela tentasse puxá-lo de lado antes que todos seguissem caminhos separados depois do jantar, apenas para que ele soubesse que ela estava mais do que disposta a conversar quando ele estivesse pronto.

"Jason sonhava com lobos."

Jason caiu em seu assento, seus óculos inclinando-se precariamente enquanto ele adormecia. Thalia riu com carinho e gentilmente tirou os óculos dele, colocando-os no apoio de braço ao lado dela.

"Ele estava em uma clareira no meio de uma floresta de sequóias... A casa deve ter sido enorme uma vez... Lobos passeavam sob os arcos de pedra vulcânica vermelha áspera."

Os gregos observaram a cena com admiração, esticando o pescoço para ver tudo o que Jason estava descrevendo.

"O que é este lugar?" Annabeth perguntou suavemente.

"A Casa do Lobo," Reyna disse simplesmente.

Percy levantou uma sobrancelha para ela. "Isso é um pouco exagerado, não é?"

Jason deu de ombros. "Talvez. Mas é preciso."

"Na extremidade da piscina estava uma loba gigante... Seu nome era simplesmente Lupa, a Mãe Loba, a maior de sua espécie."

Reyna ergueu as sobrancelhas. "Estou um pouco surpresa que tenha restado o suficiente de sua memória para que você seja capaz de reconhecê-la."

"Eu também," Jason disse com uma leve carranca. "Talvez seja porque este é o primeiro sonho que tive desde que acordei?"

Michael cruzou os braços sobre o peito e recostou-se na cadeira. "Talvez. De qualquer forma, é reconfortante saber que ela pode estar de olho em você junto com o resto de nós."

"Há muito tempo, ela o encontrou neste lugar, protegeu-o, alimentou-o, escolheu-o, mas se Jason mostrasse fraqueza, ela o faria em pedaços."

Percy piscou. "Isso não é um pouco duro?"

"É honesto", disse Jason. "Como meu eu mais velho disse, nossas vidas são e sempre foram uma coisa após a outra. Mesmo nos primeiros cinco livros, você dificilmente teve uma pausa. E mesmo depois da guerra, todos vocês receberam apenas quatro meses antes de seu desaparecimento. Lupa nos ensina como sobreviver no mundo cruel em que vivemos."

Reyna assentiu. "Nosso mundo não nos mostra misericórdia. Então, como ela poderia?"

Os gregos trocaram olhares, como se não tivessem certeza de como responder a isso.