Esperança é Uma Coisa Delicada Part II

Reforçando

A quantidade de tempo que Persephone passou no Olimpo antes do início dessa tarefa foi mínima. Enquanto ela tinha seu próprio conjunto de quartos no palácio, Demeter, desesperada para protegê-la, fez um lar para eles no mundo mortal. Depois que Persephone se casou com Hades, Demeter ficou ainda menos interessada em deixar Persephone fora de vista, insistindo que ela ficasse em uma casa que Demeter havia construído perto da cidade, e não no próprio palácio. Apesar de tudo isso, Persephone sabia que para o Olimpo, especialmente ao hospedar a grande quantidade de pessoas que era agora, o silêncio nunca era um bom sinal. Ela expressou sua preocupação para Hades, mas ele não parecia nem um pouco preocupado.

"Todo mundo provavelmente está apenas relaxando antes de voltarmos a ler, querida," ele disse gentilmente. "Depois de todo esse tempo, acho que todos nós aprendemos a fazer todas as pausas possíveis."

"Mas sempre há algum tipo de barulho", argumentou Persephone. "Entre Ártemis e Apollo, Hermes e Dionysus, Ares e Athena, e todos os semideuses, é estranho que um lugar desse tamanho seja silencioso. Só estou preocupada, só isso. Quero dizer, e se algo aconteceu?"

Hades sorriu suavemente e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. "Meu amor, se algo tivesse acontecido, tenho certeza que já teríamos ouvido falar. Ninguém nesta família é capaz de manter a boca fechada por muito tempo."

Persephone franziu a testa e não respondeu, optando por ficar de pé e sair para a varanda. Ela deveria estar gostando do silêncio e, a certa altura, pode ter gostado. Mas depois de milênios vivendo no submundo, ela se acostumou com o barulho constante de lá. Embora as almas individuais pudessem ficar quietas, milhões delas não estavam. Na verdade, às vezes ela comparou isso a morar em Nova York. Se o submundo de repente ficasse quieto, seria um grande motivo de preocupação.

Ela esperava que sair e permitir que os sons persistentes da natureza a cercassem ajudasse, mas não ajudou. Isso só serviu para destacar o quão quieto o palácio estava. Tão quieto, na verdade, que o único som que ela podia ouvir era a música e as risadas da cidade enquanto as Musas davam mais uma festa.

Persephone levou a mão ao rosto e começou a roer as unhas, um caroço de ansiedade se instalando na boca do estômago. Havia algo profundamente, profundamente errado. Ela podia sentir isso em seus ossos. Ela só não tinha certeza do que era.

"Meu amor," Hades disse gentilmente enquanto suas mãos passavam sobre seus ombros, fazendo-a pular. Em seu olhar, ele lançou-lhe um olhar de desculpas antes de falar novamente. "Tenho certeza que está tudo bem. Talvez todos estejam aproveitando o início tardio e dormindo até tarde."

Persephone franziu a testa novamente. "O Olimpo nunca é silencioso," ela repetiu com firmeza.

Hades suspirou e deu de ombros. "Não sei, Seph. Talvez - talvez todos estejam processando o que lemos até agora. Talvez eles estejam comparando notas, ou conversando entre si, ou... Eu-eu não sei. Fazendo algo que não exija que eles façam muito barulho."

Persephone deu a ele um olhar nada impressionado. "Comparando notas? Sem argumento? Hera não aceita críticas, nem Zeus - não realmente. Apollo e Artemis são gêmeos cujos empregos dependem um do outro, o que significa que estão juntos há milênios. Tenho quase certeza de que isso significa que eles não podem passar doze horas fisicamente sem entrar em algum tipo de discussões aos gritos. Athena está tão zelosa como sempre depois que nos lembramos dos romanos e, mesmo antes disso, ela e Ares se deliciavam em provocar um do outro. E Hermes, por mais que eu o ame, é apenas barulhento e prospera com a energia de outras pessoas."

Hades encolheu os ombros novamente, impotente. "Eu não sei, amor. Eu - eu simplesmente não tenho uma resposta para você. Talvez a força combinada de minha mãe e Hestia esteja mantendo todos na linha?"