Esperança é Uma Coisa Delicada Part II

Pequenas conversas

NOTA: Este capítulo fica bem pesado no começo. Há alguma discussão que meio que transita da anterior, principalmente centrada em Percy e sua saúde mental. Só queria avisar a todos, por via das dúvidas.

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Depois que Reyna deixou Percy e Annabeth na sala comunal, ela foi até seu beliche e imediatamente puxou as cobertas sobre a cabeça, tentando abafar o fungo. Felizmente para ela, todos os outros pareciam estar inconscientes. A última coisa que ela queria agora era que alguém acordasse e tentasse ver como ela estava. Já tinha sido difícil falar com o coração e tentar falar com Jason com Thalia, Percy e Annabeth a apenas alguns metros de distância (embora ela estivesse grata pelos os dois últimos terem esperado para tentar falar com ela). Por mais perto que ela tivesse chegado de todos eles, não era perto o suficiente para ela ficar bem em usar seu coração na manga ao redor deles. Não que ela não confiasse neles...

Bem... talvez não. Pelo menos, não com isso. Uma coisa era confiar neles o suficiente para lutar ao lado deles. Outra era confiar neles o suficiente para serem tão vulneráveis. Ela tentou e fez progressos. Antes de tudo isso, ela nunca teria sonhado em entrar em tantos detalhes sobre seu tempo com os piratas quanto ela. Mesmo assim, ela só disse o que precisava, deixando de fora todos os detalhes. Levou anos para ela confiar em Jason o suficiente para lhe contar o pouco que sabia sobre sua história. Portanto, ela não se sentiria mal por não confiar totalmente nas pessoas que conhecia há um período de tempo significativamente menor.

Reyna suspirou, fungando finalmente diminuindo enquanto ela se acalmava. Talvez ela não devesse ter dito isso a Percy. Ela se arriscou, sendo tão honesta com ele e Annabeth. Mas no momento em que ela terminou de falar e viu o olhar de Annabeth, Reyna sabia que a outra garota tinha as mesmas preocupações. E, depois de tudo que aprenderam ao longo dos livros até agora, Reyna sabia que não era uma preocupação infundada. Mas talvez ela dizendo algo tenha dado a Annabeth um caminho para expressar suas próprias preocupações. E talvez - apenas talvez - ela tivesse feito Percy ouvir. Se esse fosse o resultado... Reyna decidiu que ela estava bem em se abrir um pouco.

"Reyna," uma voz atrás dela sussurrou, fazendo Reyna ficar muito quieta em seu beliche.

Ela tentou relaxar; ser muito rígida iria dizer a quem estava atrás dela que ela não estava realmente dormindo. Então Reyna recorreu a uma técnica que a salvou por anos (em San Juan, na ilha de Circe, com os piratas e até mesmo na legião): agir como se estivesse dormindo com tanta precisão que só alguém que realmente a conhecesse seria capaz de dizer.

"Reyna", disse a voz, um pouco mais insistentemente quando eles sacudiram seu ombro gentilmente.

Reyna permitiu que seu ombro fosse sacudido, sem resistir ao movimento. Ela manteve a respiração estável, olhando para o cobertor escuro entre ela e a parede. A pessoa suspirou e Reyna pensou com certeza que iriam desistir e ir para a cama. Mas o colchão se mexeu um segundo depois quando eles se sentaram na beirada da cama, o que quase fez a respiração de Reyna vacilar de surpresa.

"Não sei se você ainda está acordado ou não", disse a voz, agora mais próxima e mais gentil. "Mas eu queria te dizer que conversei com ele."

Com um sobressalto, Reyna percebeu a quem pertencia a voz e se xingou por não ter percebido antes. Quem mais teria sido?

"Ele sabe que está preocupando você," Thalia continuou. "Ele simplesmente não sabe como falar sobre essas coisas sem sair do fundo do poço. É como se suas emoções estivessem presas atrás de uma represa e, quando a represa finalmente se romper, tudo sai de uma vez, e ele não sabe como lidar com isso. Quero dizer, entre os lobos e a legião, não é de admirar, certo?"