Esperança é Uma Coisa Delicada Part II

Amazonas em Seattle

"Eles já estão fora há um tempo, não é?" Leo murmurou, a luz da pequena lareira emprestada dançando em seu rosto.

Reyna sentiu seu olho tremer, mas tentou ignorar. Todos estavam ficando cada vez mais ansiosos quanto mais Percy e Annabeth demoravam para retornar de seu jantar improvisado com Poseidon e sua família.

"Estou tentando não pensar nisso", ela murmurou de volta.

Um silêncio tenso se instalou no grupo mais uma vez, cada um deles olhando para a porta de vez em quando. Eles tentaram compartilhar algumas histórias, como uma forma de distrair um ao outro, mas isso acabou rapidamente.

Will levantou as mãos de forma apaziguadora, tentando dar um sorriso gentil. "Ei, eu sei que estamos todos — compreensivelmente — um pouco cautelosos, mas tenho certeza de que Percy e Annabeth estão bem."

Do outro lado do círculo, Thalia deu de ombros e se recostou em seu assento. "Ele tem razão. Vocês não viram o quão preocupada Rhode estava quando ela veio e convidou Percy e Annabeth para jantar com eles. Eu..." Ela fez uma pausa e suspirou, sua expressão ficando um pouco triste. "Eu acho que eles realmente se importam com ele. E eles estão tentando."

"Isso é mais do que podemos dizer de alguns deuses," Piper concordou.

Frank franziu a testa ligeiramente. "Isso não é, tipo... o mínimo, no entanto? Tipo, nós somos uma família. Você pensaria que se importar conosco seria o mínimo que eles poderiam fazer."

A mão de Thalia se fechou em um punho em seu colo enquanto ela olhava para a lareira. Seu olhar desfocado, a luz transformando seus olhos em um azul gelado — quase vazio. "Algumas famílias não pensam assim," ela murmurou.

Reyna suspirou suavemente e olhou para as brasas do fogo. Isso era algo que ela sabia que eles entendiam muito bem.

Ao lado dela, Leo se mexeu no sofá baixo para olhar para as estrelas acima deles. Ele começou a falar e então parou. Depois de um momento, ele continuou, acenando com a mão quase preguiçosamente no ar. "Então, uh... quanta graça estamos dando a eles? Aos deuses, quero dizer."

Hazel deu de ombros e se inclinou contra o lado de Frank. "Quero dizer, alguns deles realmente estão tentando. Nós vimos isso. E eles não estão tão fechados quanto eram no passado."

"Bem, quanto disso é eles realmente querendo ser melhores em vez de apenas baixarem a guarda porque sabem que não vão se lembrar de nada disso?"

Frank franziu a testa para Leo. "Bem, isso é pessimismo."

"Ele tem razão, no entanto", Jason murmurou. "Quero dizer, nada disso vai importar quando partirmos. As Parcas vão apagar suas memórias, e retornaremos a um tempo em que nenhum desses progressos foi feito."

O coração de Reyna afundou. Isso a preocupava, o quão facilmente o pessimismo vinha a ele agora. Não era assim quando eles estavam crescendo juntos. E, se a expressão de Thalia agora era algo para se basear, ela não era a única preocupada.

Clarisse, que havia escolhido ficar em silêncio até aquele momento, suspirou alto do lugar no chão que ela havia reivindicado para se deitar ao lado do fogo. "Talvez as Parcas não tenham pensado nisso completamente. Acho que todos nós poderíamos dizer que o eu futuro de Ártemis certamente não pensou. Mas isso é irrelevante. Estamos aqui agora e não podemos ir embora até que tudo isso acabe. Além disso, não é como se essa tarefa tivesse sido completamente inútil para nós. Não posso falar pelo resto de vocês, mas estou realmente me sentindo melhor agora, depois de tudo o que ouvimos e conversamos até agora." Ela fez uma pausa, sua voz suavizando um pouco. "Os deuses não mudaram. E, no final, eles farão o que farão. Sinceramente, nem sei se suas motivações importariam se tivéssemos a oportunidade de conhecê-los. De qualquer forma, acho que devemos a nós mesmos pelo menos tentar tirar o melhor proveito dessa situação."