Capítulo 30

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Oiee, demorei, mas voltei!
Espero que gostem!!

BOM CAPÍTULO!!
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CAMILA

QUANDO EU ME AGITARA LOGO ANTES DA ALVORADA ESTA manhã, eu o fiz em resposta a uma memória, um cheiro, um toque.

Shawn.

Ele estava beijando o meu pescoço.

Nós dançávamos sob o luar.

Ele pressionava o talo de dente-de-leão no meu tornozelo e sussurrava sobre o amanhã. Mas, quando abri os olhos e estiquei a mão para tocá-lo, ele não estava ali, e o pesadelo da noite anterior voltou, atingindo-me como um dilúvio. Será que eu tinha sonhado tudo aquilo?

A dor horrível e as câimbras haviam desaparecido, mas, quando eu mexia os dedos dos pés, ainda os sentia desconfortáveis e enrijecidos.

Eu me lembrava da raiva de Shawn e de suas perguntas cheias de acusações, e, quando ele entrou pela porta com uma bandeja de café da manhã alguns minutos depois, eu me preparei para o pior.

No entanto, ele apenas colocou a bandeja em uma mesinha de canto e não fez qualquer menção à última parte da noite passada, mas a tensão por tudo aquilo que ele não estava dizendo transparecia em seus movimentos rígidos.

— Shawn, sobre a noite passada...

— Sinto muito por ter gritado. — disse ele, — Especialmente quando você estava sentindo tanta dor. Eu deveria ter avisado sobre os cachorros. Aí talvez você não teria passado sorrateiramente pelos guardas.

Ah, ali estava. Uma acusação disfarçada de pedido de desculpas.

— Eu não passei sorrateiramente pelos guardas, Shawn. Eu simplesmente passei, e eles não me pararam. Acho que eles nem me notaram em meio a toda aquela agitação. Eu não sabia que precisava de permissão para visitar as catacumbas. Preciso?

Mil perguntas rodopiavam atrás dos olhos dele. Shawn voltou a olhar para a bandeja e serviu chá quente para mim.

— Pretendo levar você até lá agora mesmo. Quer ir?

Agora? Eu sabia que minha resposta teria de ser sim.

Engoli rapidamente o meu café da manhã e partimos em direção às catacumbas. Eu ainda mancava, mas não estava tão mal quanto parecia. Shawn diminuiu o ritmo de seus passos enquanto caminhávamos.

Viramos na primeira passagem e nos detivemos depois de andar cerca de vinte metros, quando chegamos em uma imensa porta de aço. Ele girou a roda que havia no meio da porta e uma eternidade se passou antes de ouvirmos sonoros tunc e chinc e vuuush, como se uma centena de travas tivessem saído de seus lugares.

— Afaste-se. — ele alertou.

A porta parecia grande demais para que ele pudesse empurrar sozinho. Tinha o dobro de sua altura e era larga o bastante para permitir a passagem de duas carroças, mas, ainda assim, a porta se moveu com facilidade ao toque dele. Então oscilou e abriu, como se fosse o estômago infinito de alguma fera antiga e faminta, revelando uma caverna escura atrás.

Foi como se a eternidade daquele mundo bolorento atrás da porta esticasse a mão e me agarrasse com expectativa. Se havia algum lugar por onde os fantasmas caminhavam, esse lugar era aqui.

— Espere um pouco. — disse Shawn, avançando.

Ouvi o som de algo se agitando, e então um leve tremeluzir foi seguido por um rompante de luz que iluminou toda a caverna com um estranho brilho amarelo.

SWEET ARROW         {SHAWMILA}Onde histórias criam vida. Descubra agora