Capítulo 29

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Oie, voltei! Espero que gostem do capítulo!!

Prestem atenção, pq mais pra frente vão ter acontecimentos relacionados a esse capitulo!!

BOA LEITURA!!
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SHAWN

A CABEÇA DE CAMILA ESTAVA REPOUSADA NO MEU PEITO, EM UM sono profundo, enquanto eu a carregava de volta a seu quarto, mas palavras perturbadas saíam aos tropeços de seus lábios.

Não me machuque... Eu não tenho nada... Por favor... não faça isso.

Ela havia murmurado palavras similares na sala de visitas, enquanto a curandeira dava pontos em seus ferimentos. Por favor, não me machuque. As palavras dela trouxeram um silêncio esmagador para a sala.

— Shhh. — sussurrei enquanto virávamos e descíamos pelo último corredor, — Ninguém vai machucar você.

Quando chegamos ao quarto, sua expressão estava mais relaxada e ela ficou em silêncio, atraída para um profundo sono de esquecimento. Eu ainda não sabia como ela havia escondido os ferimentos de mim durante metade da noite. Só as mordidas já deviam ter sido insuportáveis, e depois o veneno...

Minha mãe andava na minha frente e abriu a porta do quarto com força. Carreguei Camila lá para dentro e deitei-a na cama. Ela nem pestanejou. Procurei sentir sua pulsação no pescoço, a única coisa que me diria se ela estava realmente viva.

— É o elixir do sono. — disse a minha mãe, como se pudesse ler minha mente.

Nós dois ficamos ali por longos minutos carregados de silêncio, com nossos olhares fixos nela. Eu sabia em quem a minha mãe estava pensando. Sylvey.

A cor da pele não era a mesma, mas, dormindo, Camila se parecia com ela de muitas formas.

Pequena, vulnerável, engolida por um oceano de roupas de cama desgrenhadas. Sylvey tinha onze anos quando morreu. Fui eu quem a carregou do banho de gelo de volta para sua cama. Ela morreu nos meus braços.

"Segure a minha mão, Shawn. Prometa-me que não vai soltá-la."

Ela gritara com suas últimas forças.

"Não deixe que me coloquem na tumba. Tenho medo."

Eu pensara que aquelas eram apenas palavras delirantes trazidas pela febre.

"Pare de falar essas coisas, irmã. Você vai ficar bem."

"Prometa-me, Shawn, que não vai me colocar lá. Não na tumba. Por favor, prometa."

Mas eu não prometi. Os lábios dela estavam pálidos e descascavam, os olhos fundos, a pele fria e úmida, a voz fantasmagórica; eram já todos os sinais de que ela estava deixando este mundo. Mas eu havia me recusado a vê-los. Eu não aceitava que um Mendes pudesse morrer. Muito menos Sylvey.

"Vá dormir, irmã. Durma. Você ficará bem pela manhã."

Então ela relaxou nos meus braços. Achei que estivesse dormindo. Minha mãe havia saído do quarto por apenas uns minutos para ver como estavam os meus irmãos, também doentes. Quando ela voltou, Sylvey estava morta em meus braços.

Minha mãe enxugou a testa de Camila com um pano.

— Você foi duro com ela. — disse minha mãe.

— Eu só estava tentando conseguir respostas.

— Eu sei. — Ela puxou uma banqueta para perto da cama. — E você estava com medo. Vou ficar sentada aqui com ela. Vá encontrar as suas respostas.

SWEET ARROW         {SHAWMILA}Onde histórias criam vida. Descubra agora