Capítulo 32

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Oie, demorei, mas voltei!!
Desculpe a demora!

Boa leitura!!
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CAMILA

A COZINHEIRA SERVIU UM COZIDO SUCULENTO EM TIGELAS E jogou uma espessa fatia de pão de centeio por cima. Shawn havia trazido cozinheiras dos acampamentos de lenhadores dos Mendes. Incluindo a mim, Hailey e Ariana, havia a mesma quantidade de vendanos e Mendes aqui. Trinta deles, trinta de nós, e, conforme cada pessoa pegava seu jantar, saía para se sentar com os seus.

Os Mendes estavam agrupados em um dos lados de um carvalho, e os vendanos, do outro, o que impedia qualquer conversa entre eles, mas talvez esse fosse o objetivo. Esta seria uma noite longa e monótona, talvez até mesmo contenciosa, caso alguém levasse qualquer palavra afiada para o lado pessoal. Uma pequena fogueira ardia em um círculo no centro, pronta para afastar a escuridão conforme o crepúsculo se desenrolava. Havia alguns bancos e cadeiras em meio aos pertences dos vendanos, mas não o bastante para todo mundo, então eles se empoleiraram nas laterais das carroças vazias ou nas pilhas de madeira enquanto comiam suas refeições.

Shawn foi o último a chegar na carroça da cozinheira. Quando ele pegou sua refeição, Titus o chamou, oferecendo-lhe um lugar em um engradado ao seu lado — do lado dos Mendes. Ele nem mesmo procurou por mim, e eu me perguntava se meu encontro com os cachorros no túnel havia criado uma distância permanente entre nós.

Notei que os vendanos ainda observavam Shawn com atenção. Quando estávamos descarregando as carroças, ouvi o que eles diziam sobre seus sentimentos e percepções, que variavam, indo da descrença a uma cautela persistente, mas eu sabia que a gratidão se misturava ali no meio. Na maior parte, eles ainda estavam perplexos com esse novo progresso. Muitos olhos brilhavam marejados enquanto eles descarregavam suas coisas no local que havia sido designado, sob uma lona amarrada e esticada. Não havia dúvida de que este era um local bem mais promissor do que o anterior. Uma mulher havia chorado abertamente, porém, agora, enquanto estávamos comendo, todos eles mantinham o silêncio e as emoções sob controle, como tinham aprendido a fazer quando estavam perto de forasteiros.

Porém, também havia uma curiosidade, de ambos os lados. Eu via as olhadelas de relance. Até mesmo a cozinheira do acampamento lhes havia lançado um olhar que flutuava entre a preocupação e a compaixão. Ela estava sendo generosa com as porções deles.

— Bem, veja isso. — disse Ariana, cujos olhos nos guiaram para Niall, que estava do outro lado. — O nojento continua olhando para Jurga.

Era ela a mulher que estivera chorando hoje mais cedo.

— Como você pode estar tão certa de que ele está olhando para ela? — eu quis saber. Várias outras vendanas estavam aninhadas junto dela.

— Porque ela também está olhando para ele.

Observei com mais atenção e era verdade, mas Jurga estava cautelosa, olhando-o apenas de esguelha, por entre os cílios baixos, quando ele desviava o olhar.

Talvez a distância não fosse tão grande quanto eu achava. Se o nojento era capaz de chamar a atenção de Jurga, que tinha um coração generoso, provavelmente apenas uma ajudinha fosse necessária para diminuir esse espaço que os dividia.

— Já volto. — falei.

Fui caminhando a passos lentos por toda aquela extensão vazia, sendo acompanhada por vários pares de olhos, como se eu fosse um arado revolvendo e abrindo sulcos na terra por onde passava. Niall não gostava de mim. Ele tinha deixado claro, mas o sentimento era mútuo, de modo que eu não o condenava por isso. Assim que assinei a carta para a rainha, eu já não lhe era mais útil e estava morta para ele.

SWEET ARROW         {SHAWMILA}Onde histórias criam vida. Descubra agora