Capítulo 46

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Oiee, voltei!!
Lembrando do nosso acordo.. quanto maior a quantidade de comentários, mas rápido eu libero o próximo capítulo!!

BOA LEITURA!!
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CAMILA

O AMANHÃ JÁ AVANÇAVA, E O FENO FRESCO E DOCE PERFUMAVA O ar. O cavalariço assoviava enquanto trabalhava, e andorinhas passavam rapidamente pelas vigas do telhado com refeições matinais para seus filhotes barulhentos; uma manhã que, à primeira vista, exibia enganosamente as cores perfeitas de uma pintura.

Porém, olhando com atenção, eu vi um cabresto esfarrapado pendurado em um prego, a estaca apodrecida na primeira baia, o rabo de um rato em meio à pilha de madeira. Eu me perguntava se sempre havia coisas que nós não víamos apenas porque escolhíamos não prestar tanta atenção. Eu tinha reprisado o dia de ontem inúmeras vezes na minha cabeça.

As mentiras chocantes.

Os segredos.

A raiva no rosto de Shawn quando ele me chamou de Dez.

Mas alguma outra coisa me arrancou do meu sono na noite passada.

A risada.

Eu ouvi o capitão e o restante deles, e eles estavam rindo. O retinir de seus copos. Isso me incomodou, mas eu não sabia ao certo por quê. Talvez fosse apenas o choque de vê-los todos juntos, de ter visto bem mais do que aquilo que eu procurava.

Quando o cavalariço terminou de jogar o feno dentro da baia, fui andando até lá, medindo o tamanho da carroça. Era uma carroça pequena, usada para transportar feno, o que era uma vantagem. Ela suportaria seis homens, e ainda seria mais fácil de conduzir dos fundos da torre da Vigília de Tor até a trilha do Túnel de Greyson. Essa rota chamaria menos atenção. Não poderíamos perambular pela cidade e, no caminho de volta, seríamos engolidos pela manta da noite. Certamente poderíamos contar com apenas algumas horas pela frente.

Juntar um grupo de cavalos, porém, seria uma tarefa ruidosa. Olhei para a cabana do cavalariço, na extremidade mais afastada dos estábulos. Sua ceia também teria de ser entregue por Justin. Ela estaria batizada com asas de bétula, assim como a refeição do cuidador dos canis. Se ele desmaiasse, cachorro nenhum seria solto. As asas de bétula também manteriam nossos seis cativos quietos pelo caminho.

Eu havia entrado sorrateiramente na despensa da cozinha no meio da noite. Destrancá-la tinha sido brincadeira de criança. O pequeno vidro de asas de bétula que Hailey havia conseguido para mim ainda tinha duas doses, o que daria conta do cavalariço e do cuidador dos cachorros, mas eu precisaria de mais.

O recipiente cheio de asas de bétula seria a solução, mas era importante que meu roubo não fosse notado, pelo menos não até que tenha se passado um bom tempo depois de nossa partida, então despejei o conteúdo dentro de um sachê e coloquei sal em seu lugar. Ninguém notaria a diferença de imediato, embora o sal não fosse fazer muita coisa em relação a uma dor de cabeça.

Hailey e Ariana chegaram cavalgando, então desmontaram e conduziram seus cavalos para dentro das baias. Elas foram juntas à cidade atrás de suprimentos — carretéis de corda, mais cantis de água e comida desidratada —, presumidamente para nossa viagem de volta para casa, caso alguém notasse. Embora Ariana fosse mais do que capaz de nos prover carne de caça fresca, fazer uma fogueira não seria seguro por um tempo, pelo menos não até termos nos encontrado com Griz e as tropas.

— Você falou com Shawn? — perguntou-me Hailey.

Balancei a cabeça em negativa. Na noite passada eu fiquei acordada durante horas esperando que alguém batesse à porta do meu quarto, esperando ouvir um rangido do lado de fora, a sensação de que ele estivesse apoiado nela, mas nada disso aconteceu. Abri a porta duas vezes, imaginando que ele estivesse lá. Não estava. Em momento algum ele veio. Eu tinha uma dúzia de desculpas para mandá-lo embora se ele viesse, mas não precisei de nenhuma delas.

SWEET ARROW         {SHAWMILA}Onde histórias criam vida. Descubra agora