Capítulo 21

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Oieee, voltei!!
Espero que gostem!!
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Camila

— EU TENHO ALGO PARA VOCÊ ROUBAR, KARLA. EU MESMO FAria isso, mas, como você pode ver, não posso viajar. E a verdade é que, apesar da minha paixão por essa busca, você é a ladra suprema em Venda. Mas o prêmio que eu quero não é um quadrado de queijo nem uma sopa de ossos, mas algo grande e ruidoso. Qual foi a maior coisa que você já roubou?

Eu sentia que ela já sabia a resposta — rumores sobre isso corriam em sussurros pelas ruas.

A Dez roubou aquilo? Não, impossível. Por que ela faria uma coisa dessas?

No entanto, o anonimato era essencial para o meu trabalho, se eu quisesse continuar a fazê-lo.

A rainha não me questionou sobre o se nem o quê; ela queria saber a respeito do como. Será que eu conseguia fazer isso de novo? Pensei novamente na minha aquisição barulhenta, grande e muito perigosa. Ela havia exigido de mim mais paciência do que eu achava que tinha, mais de um mês pulando refeições, economizando e acumulando, e obtendo favores por meio de roubos de diversas outras coisas bem menores. Não havia nenhuma dúvida de que, para mim, isso era um desafio. No entanto, havia mais coisas nessa história.

O tigre havia atraído uma grande multidão quando o condutor dos Previzi rolou para dentro da jehendra. Ninguém tinha visto um tigre antes, nem mesmo sabiam que animal era aquele, mas obviamente devia ser uma das criaturas mágicas das lendas, e quando ele de repente deu uma investida e rugiu, o som estrondoso vibrou nos meus dentes.

Vi três homens caírem para trás, se molhando. Também vi a espessa coleira de ferro e a corrente que impediam que o tigre pulasse para fora da traseira da carreta, e, analisando mais de perto, notei que seus pelos gloriosamente listrados pendiam como um casaco solto sobre suas costelas.

O condutor dos Previzi não tinha medo da fera. Ele gritou um comando, depois riu e coçou o animal atrás da orelha quando ele se deitou.

O açougueiro tinha dado um passo à frente, desejando um animal que serviria como carcaça para uma sopa, no máximo.

Fiquei observando enquanto ele puxava a barba, a pele franzida ao redor dos olhos, seus lábios reluzindo enquanto ele os lambia repetidamente. E então ele perguntou ao condutor dos Previzi se ele poderia fazer com que a fera berrasse novamente. O rugido. O medo que ele induzia, as imensas presas brancas. Era isso o que o açougueiro desejava, e em nada me surpreendeu. Foi então que eu soube que roubaria o tigre.

Por que, Camila? Por que roubar algo que não tinha utilidade alguma para você?

Havia apenas um motivo que eu poderia compartilhar com ela.

Eu queria soltá-lo. Eu sabia que em algum momento o animal ia morrer, e que o açougueiro veria isso acontecer lentamente, pois teriam sido necessárias todas as preciosas carnes expostas em seu açougue para alimentar devidamente uma fera como aquela, e ele nunca sacrificaria sua subsistência por um animal nem cuidaria dele dia após dia. Ele veria as costelas do tigre se tornando salientes, suas bochechas ficando ocas e sua carne pendendo, flácida. Ele já via aquilo todos os dias entre seus fregueses humanos, e o sofrimento deles não o abalava. Além disso, ele também lucraria com a morte do tigre, vendendo sua carne dura como se fosse mágica, puxando os imensos dentes de sua mandíbula para negociar com outros mercadores, vendendo pedaços de sua pele listrada para os chievdars e suas patas cheias de garras para os governadores, que amavam troféus exóticos das terras além do Grande Rio.

SWEET ARROW         {SHAWMILA}Onde histórias criam vida. Descubra agora