SWEET ARROW {SHAWMILA}

Capítulo 17

Dois dias seguidos?
Aproveitem!!
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Shawn

NÓS ESTÁVAMOS QUASE LÁ. EU CONHECIA ESSE TRECHO DE TERRA tão bem quanto qualquer um. O sangue pulsava a mil em minhas veias, e minha mente pulava de um pensamento para o outro, e depois para o próximo. Chegar em casa. Chegar a tempo. Estava tão perto agora. Era bem possível que fôssemos conseguir. Eu não permitiria que a culpa entrasse no meio do caminho e atrapalhasse o que precisava ser feito. Havia muitas coisas em jogo. Vidas. História. Pessoas que dependiam de mim.

Tentei mantê-la focada, apontando para aspectos da paisagem na cadeia de montanhas ao norte, um aglomerado de árvores, uma formação rochosa, uma passagem, qualquer coisa que servisse para desviar seu olhar das montanhas ao sul. Eu estava ganhando tempo, coisa de minutos, e não havia um único a perder. E já conseguia visualizar nosso posto, escondido no alto de um afloramento rochoso que dava para o vale. Não era fácil de enxergar se a pessoa não soubesse que estava lá, mas Camila tinha um olhar aguçado e o posto não ficaria camuflado por muito mais tempo.

Conforme o vale fazia uma curva, podíamos avistar cavalos pastando e, mais além, as dependências da nossa pequena fazenda, onde morava o caseiro.

— Uma única casinha de fazenda? — disse ela. — Isso não pode ser o assentamento.

— Talvez haja mais delas no fim do vale. — respondi, ainda tentando retardar o inevitável.

E então ela avistou os três cavaleiros descendo a galope por uma trilha que conduzia ao posto, vindo em nossa direção. Ela parou, estendendo o cajado à nossa frente para nos proteger e me deter também.

— Aqueles ali não parecem ser assentadores.

— Acho que não há com o que se preocupar.

— Não, — disse ela, ainda não convencida, — assentadores não portam armas como aquelas. Eles estão armados como quem se prepara para enfrentar problemas.

Conforme eles se aproximavam, os sorrisos evidentes em seus rostos, Camila puxou os ombros para trás e voltou lentamente a atenção para mim, seus lábios se abrindo de leve, como se ela estivesse se dando conta de algo, de um jeito meio embotado. Ela voltou a olhar para eles, a verdade se assentando e ficando mais clara — minha falta de preocupação, o reconhecimento nos olhos deles quando me viram.

Eles detiveram seus cavalos de maneira abrupta diante de nós, e um deles disse:

— Patrei, estávamos observando, na esperança de que você viesse por esse caminho.

Ela se virou para mim e, por alguns segundos, seus olhos estavam frios, mortais, até que explodiram em fúria.

— Seu imundo...

Ela brandiu o cajado, mas eu já esperava por isso e o segurei, fazendo com que ela viesse involuntariamente na minha direção.

— O que você esperava que eu fizesse? — falei. —Simplesmente entrasse alegre e saltitante em um assentamento vendano, para que você pudesse me prender ou algo pior? Seguir por caminhos separados é algo que nunca esteve em seus planos. É fácil perceber suas mentiras, Camila.

Seu peito subia e descia enquanto ela me olhava com ódio, incapaz de negar o que eu acabara de dizer.

— Se afaste! — ela grunhiu, soltando o cajado. Ela deu uns passos para trás, tanto quanto a corrente permitia, ainda fervendo de raiva. Eu não tinha tempo de explicar nem de tentar acalmá-la. Teria de fazer isso depois.