Nada Submissa

SETE - THEODORE

Eu olhava atordoado pela janela do meu escritório. Duas semanas depois e eu não conseguia tirar Luz Flores de minha cabeça. Era só pensar naquela noite que meu amigo aqui batia continência pra ela.

Eu até tinha ido pra um clube do universo sadomasoquista, mas não senti interesse nenhum em jogar com qualquer uma das submissas maravilhosas que tinham por lá, sempre que eu pensava em amarrar, surrar ou meter meu pau em qualquer uma delas, o pobre não levantava de jeito nenhum!

Isso nunca tinha me acontecido! Como eu podia brochar assim, sem mais nem menos? Como? Coloquei minhas mãos no vidro das amplas janelas que iam de alto a baixa em minha sala. Porra! O que essa mulher tinha feito comigo? Será que nunca mais conseguiria foder outra mulher em minha vida?

A voz da minha secretaria soou nos alto-falantes de minha sala:

- Senhor Grey, a sua próxima reunião começará em vinte minutos! 

- A sala de reuniões já está pronta? – perguntei indo até minha mesa e colocando meu terno que estava sobre o encosto da minha poltrona.

- Sim! – respondeu prontamente. – A senhorita Foster cuidou de tudo pessoalmente para o senhor!

- Estarei lá em alguns minutos. – Desliguei meu microfone e juntei os relatórios necessários para a tal reunião.

A sala de reunião da Grey Corporation ficava no mesmo andar que a minha. Toda a minha diretoria estava sedeada no prédio no qual foi instalado meu primeiro empreendimento, o primeiro Grey Shopping Center, meu bebê! É claro que ele estava localizado no centro de Seattle, a menos de vinte minutos da Grey Enterprises, a empresa do meu pai.

Apesar de tudo, eu tinha conquistado meu próprio negocio quase sozinho, tudo que meu pai fez foi me emprestar este prédio para começar tudo, e eu investi tudo o que ganhei trabalhando para ele na minha época de faculdade. Hoje este prédio é de minha propriedade, comprei-o dois anos depois, paguei além do valor X do local, todo o valor correspondente do aluguel pelo tempo em que eu o usei emprestado.

Meu pai recebeu o valor sem qualquer recusa, pois ele sabia que era uma questão de honra para mim. A única coisa que ele disse foi... "Eu só receberei esse dinheiro por que tudo que é meu será seu no futuro!"

Mas eu não queria nada mais do que ele já tinha feito por mim, pois meu presente de formatura foi exatamente uma linda cobertura no centro da cidade, o famoso apartamento de solteiro do meu pai, agora eu morava no Escala, seu antigo lar hoje me pertencia, e eu o recebi de bom grado, não pelo seu valor financeiro, mas sim pelo valor sentimental!

Phoebe era seu braço direito, a COO da Grey Enterprises, e ela faz jus à sucessão da empresa! Tinha feito por merecer trabalhando com papai durante todos os anos que sucederam sua formatura, e ela é competente no que faz, não é atoa que aos vinte e oito anos ela já esta concluindo seu segundo MBA.

A reunião se passou lentamente, parecia que tudo em minha vida estava parado, mas não era bem assim! Logo que ela acabou e eu retornei pra minha sala eu tive uma péssima noticia...

- Repete Madeleine! – rugi fora de mim.

- Aconteceu um imprevisto com a reforma de um dos Shoppings de Nova York! – minha assistente falou calmamente. – Ao que tudo indica a obra será adiada por pelo menos mais uns três meses!

- Três meses? – perguntei indignado. – Você sabe o quanto deixamos de faturar com esse atraso de três meses?

- Eu faço uma ideia, senhor! – sussurrou.

- O que a empresa de construção civil responsável disse? – estava tentando segurar meu gênio ruim para não descontar na pobre coitada, que não tinha me feito nada.