TRINTA E QUATRO - LUZ

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Essa semana saiu no dia certo... viva!!!!!

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Theodore praticamente me carregou porta a fora através do Paradise. Eu estava tão excitada, com as pernas bambas e magoada pela forma como ele falou comigo que eu se quer fiz esforço algum pra impedir ele de me rebocar daquele jeito. Simplesmente deixei ele me levar sem me preocupar com mais nada, eu nunca fui muito de confiar em outras pessoas, mas com Theodore eu era capaz de confiar a minha integridade física sem se quer hesitar antes de o fazer.

Esse pensamento me trouxe uma revelação que até então estava diante de meus olhos e eu não tinha percebido, nunca tinha confiado em ninguém como confio em Theodore, nem mesmo o Flyn me passava tanta certeza assim. A fé que eu tinha em estar sempre em segurança ao seu lado deveria ter me alertado antes para os meus reais sentimentos, mas eu sempre fui uma idiota, meu passado tinha me cegado e como a cretina que eu sou o expulsei de minha vida.

Entrei em seu carro ainda calada, temendo por sua reação, não queria nos magoar mais do que eu já tinha feito nessa noite, tudo o que eu queria era me embolar em seus braços e pedir seu perdão, pedir pra ele me aceitar de volta e me deixar lhe fazer feliz. Eu não tinha percebido o que estava na minha frente o tempo inteiro... Eu estou completamente e perdidamente apaixonada por esse homem!

Algum tempo depois paramos na entrada do meu prédio, ele estacionou o carro na minha garagem e descemos ainda em silêncio, ele na frente e eu o seguindo. A tensão dentro do elevador era tão grande que dava pra cortar com uma faca, eu me sentia pequena, como uma criança travessa que apronta e está a espera de levar uma bronca dos pais. Segui ele pra dentro do meu apartamento, ele sempre na frente enquanto eu engolia o bolo em minha garganta com uma vontade de chorar enorme.

Entramos em meu quarto e então ele trancou a porta. Olhava-me de forma compenetrada, super sério e incisivo, a imagem de uma pessoa que ele nunca tinha sido comigo, tão diferente do homem carinhoso e atencioso que sempre esteve ao meu lado durante aqueles meses. Estávamos nos encarando na penumbra do meu quarto quando escutamos um grito estridente da porta do banheiro.

Droga! Tinha me esquecido que Lúcia e minha mãe estão em meu apartamento!

- Não precisa gritar, Lúcia! – tentei acalmar a minha irmã. – Não faça escândalos, a nossa mãe vai acordar!

Ela parou e fiou nos encarando fixamente, olhou de um para o outro e percebeu a tensão evidente entre nós dois. Não sei se ela percebeu de cara quem estava comigo, ou se ela lembrava dele da festa na casa dos nossos tios a seis meses, mas ela pareceu mudar sua fisionomia assim que olhou mais abertamente para ele.

- Desculpa... – falou sem graça. – Pensei que tinha alguém querendo nos assaltar... – pareceu perdida dentro do meu quarto com nós dois ali. – Nunca vi nenhum homem no apartamento de Luz que não fosse da nossa família.

- Tudo bem, caçula! – fui condescendente com ela. – Esse é Theodore... Teddy, essa é a minha irmã caçula, Lúcia!

- Olá... – ela disse meio incerta.

- Olá Lúcia... – ele olhou pra ela de uma forma engraçada e então deu um sorriso mínimo de lado. – Você se parece com a sua irmã... Menos os olhos...

- Ah... Nem me lembre disso! – ela fez uma caretinha. – Não acredito que Luz foi a única a puxar os olhos verdes de José! – Theodore arqueou a sobrancelha como que perguntando quem era José e ela prontamente respondeu. – O doador do nosso código genético, acho que posso chamar ele assim, afinal de contas, pai é uma coisa que ele nuca foi!

Nada SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora